I need you now - Kim Taehyung

7

Sinceramente, eu estava ficando maluco. Sabia que mulheres comem bastante, mas acho que minha companheira de viagem estava em outro nível. E eu com toda a certeza do mundo, adorava ver Im TaeBo comendo.

Parecia que sempre era uma surpresa dar mais uma mordida na comida e ela gemia em satisfação toda vez. Era fofo, diferentemente de Jungkook que parecia ficar puto sempre que gostava da comida... Ela mordia e repetia "muito, muito bom", praticamente o tempo todo.

- Certo. Vamos descer. - Falei quando ela puxou o freio de mão na balsa e vimos as outras pessoas saindo dos carros. Bocejei e ajeitei o boné na cabeça, saindo um pouco na frente e ficando perto do nosso grupinho, que já tinha se encontrado em uma área sem carros.

- Mochi, você prometeu. - Ouvi a voz de GaIn e imaginei o que estava acontecendo. Jimin estava recebendo muitas informações do último caso que estava investigando e o chefe dele tinha muita pressa em resolver, mesmo que ele estivesse na folga.

- Juro que é a última, amor... - Ele pareceu pensar um pouco e fez um biquinho com os lábios. - Penúltima, juro. Já volto. - Saiu apressado, atendendo a ligação, e eu abracei GaIn.

- Ele logo volta e vocês podem curtir Jeju à vontade. Relaxa, tá? - A acalmei e HaNo veio abraçar a amiga, também. - Grávidas podem abraçar? - Provoquei HaNo e gargalhei quando recebi um soco no ombro.

- Vai tomar no... - ela foi interrompida por Namjoon, que a abraçou por trás e mordeu o ombro dela.

- Bombom... Grávidas podem xingar? - ela se virou na direção dele, completamente furiosa e percebi quando ela foi, assim como ele, morder o ombro do mais alto. O que acabou não acontecendo, porquê ele segurou a cabeça dela. - Sem agressividade, megalodonte. Vamos curtir a lua de mel. - Ela pareceu relaxar e ficou abraçada com a cintura dele.

- Cadê o Yoongi? - perguntei olhando em volta. - Minha irmã também não está aqui. - Comentei Namjoon deu de ombros, bocejando e apoiando o queixo no ombro de HaNo.

- Eles estão dormindo no carro. - Entendi a situação e dei de ombros. Os dois devem estar bem cansados mesmo. SoRa, simplesmente, odeia viagens longas e estava se prontificando a vir com a gente. Não me surpreenderia se ela dormisse a viagem toda.

Olhei em volta e tentei encontrar a todos e o que estavam fazendo.

Hobi parecia ter energia infinita e estava brincando de pega-pega com KiRa, que corria atrás dele e os dois se beijavam quando um pegava o outro. Melosos. Seokjin estava em algum tipo de assunto profundo com YeJin, que concordava com a cabeça e digitava freneticamente no celular. Jungkook estava encarando o rio e GiMa parecia estar cochilando com a cabeça apoiada nas costas dele, enquanto o abraçava por trás. Ele poderia ter trazido os irmãos, mas disse que vão sair quando ele voltar pra casa. Os pequenos estão na casa da tia e sei que ela está sendo uma vadia por não dar a guarda pra ele... Mas ao mesmo tempo sei que ele não daria conta por agora. Talvez depois que se formar.

- Vou pegar a minha blusa. - TaeBo comentou enquanto passava as mãos pelos braços arrepiados de frio e eu a segui até meu carro, destravando as portas e esperando ela pegar a própria blusa no banco de trás.

E eu estava esquecendo completamente que minha ex também estava por perto. Ela estava indo pra Jeju também, certo? Eu não deveria estranhar ouvir a voz dela tão perto de mim. Falando com o novo marido dela sobre a família dela e sendo feliz.

E eu também estou feliz. Não choro mais e tenho uma vida normal... Estou feliz pra caralho. Não sei que tipo de idiota infantil eu sou, mas assim que percebi os olhos dela batendo em mim, desferi um tapa na bunda da garota que estava pegando a blusa no meu banco de trás. TaeBo se ergueu na mesma hora e se virou em minha direção com a expressão confusa.

- Desculpa, desculpa, desculpa. Minha ex está olhando e eu fiz algo idiota. - Falei preocupado e TaeBo me abraçou, circulando os braços no meu pescoço e encostando os lábios na minha orelha.

- Se, sem o meu consentimento, bater na minha bunda mais uma vez. Juro que quebro o seu nariz. - Apertei os olhos fechados e tentei controlar o estado de excitação no qual eu fiquei. - vamos ter que fingir ser namorados até a balsa chegar? - Perguntou e eu acenei com a cabeça, abraçando a cintura dela. - TaeBo me encarou e me deu um selinho demorado nos lábios.

- Estamos curtindo como solteiros? - Perguntei e ela riu, voltando a me abraçar. E ela cheira a biscoitos recém assados em um dia de chuva... Im TaeBo cheira a lar e eu não sei lidar com isso.

- Os únicos solteiros da ilha, certo? - Retrucou com ironia e eu dei de ombros.

- HaNo deve estar achando que algo está errado... Os outros que somos malucos. - TaeBo olhou para eles por alguns instantes.

- Talvez. Mas eu gostaria de ajuda se fosse o meu ex em questão. - Suspirou, voltando a me abraçar. - Ela ainda está olhando? - Perguntou baixinho, fazendo meu pescoço arrepiar.

Olhei para onde a grávida estava e me senti relaxar quando não a vi. Mas o abraço estava, estranhamente, aconchegante demais.

- Ela ainda está olhando. - Sussurrei e a apertei mais forte no abraço. - Está encarando muito. - Contei a mentira deslavada e esperei que ela acreditasse.

- Se foi ela que errou... Por que você precisa provar que está bem o tempo todo? Se ela não sente culpa, por quê você deveria? - Abri e fechei a boca, tentando pensar no que responder mas nada saiu.

- Me sentir diminuído por ela ter me traído. Não senti que era o suficiente por ela ter escolhido outro cara... Então se ela ver que eu sou suficiente para você. Talvez se sinta culpada. - Dei de ombros, sem saber onde eu realmente queria chegar.

- Certo, você é bem sincero e direto. Não esperava que fosse me contar isso. - Assumiu e eu ri brevemente. - Aceito ser a sua esposa de mentira. - Fez piada e eu a acompanhei nas risadas, encantado pelos olhos bonitos.

- Mesmo com toda as possibilidades que vejo pra essa viagem... Não acho que a gente deva brincar disso, Tae. - TaeBo franziu o cenho com a minha resposta e afrouxou o abraço.

- Está me dispensando? Em uma ideia que foi sua? - Ela tinha razão e eu não tinha resposta.

- Não, eu só... - Não sabia como dizer, nem tinha o que dizer. "tenho vontade de transar com você desde os meus 14 anos e não sei como terminar essa viagem sem apego emocional, justamente quando não quero me apegar à ninguém", parecia extremamente cafajeste e ela me odiaria. - Não é o que quero pra mim. - Falei o que consegui e ela parou de me abraçar na mesma hora.

- Certo, entendi. - Ouvi o riso baixo e envergonhado. - Vamos só aproveitar a viagem... Você já deixou bem claro o que sente em relação a mim. Só... - Ela saiu de perto, voltando a se reunir com os outros e eu fiquei parado.

Não fiz nada, não tentei mudar a situação. Não fiz absolutamente nada. E, sinceramente, odiei ter sentido um puta aperto no peito por isso.

Oooi. Não esqueça de me dizer o que está achando e clicar na estrelinha.

Um beijo e até o próximo capítulo ❤️❤️❤️❤️