O Proibido (Yoonjin)

11

 

      Após ver quem tanto desejava, Yoongi parecia cansado mesmo tendo tirado um peso das costas, estava ali admirando o rosto de quem tanto amava, a pele do rosto ainda parecia macia e agora parecia um rosto mais brilhante.
      Já Hoseok, estava a observar atentamente os olhos do outro, a fundo, não parecia ser a mesma pessoa, a pessoa por quem tinha se apaixonado, parecia ser alguém quebrado.

— Eu não sei o que dizer. – Yoongi começou sorrindo desajeitado — É bom te ver, é muito bom te ver, eu te procurei por tanto tempo, mas você não estava em lugar nenhum.

    Yoongi choraria se não estivesse entusiasmado e desesperado. Mas Hoseok não sentia os mesmos sentimentos, ele era o causador dos sentimentos ruins do outro, fugiu sem mais nem menos, sem explicação, sem rastros, apenas para seu próprio benefício, enfim, a troco do que?

     Hoseok permanecia observando o outro a sua frente, ele não tinha o que dizer, nem poderia dizer algo, mas ali na frente da pessoa que tanto amou um dia, definhava aos poucos, ser digno de um sorriso que o outro desse era uma prova de que merecia toda a dor do mundo. Sorriu nostálgico e triste.

— Você está bem?! – Yoongi perguntou, inspecionando o rapaz – Você está bonito, parece feliz e saudável. – Sorriu de olhos fechados com uma expressão triste.

— Me desculpe! – Yoongi começou a chorar ao ouvir essas palavras. — Eu fugi e não olhei para trás, ainda sim, esperei por você, ainda que estivesse com outro, esperei por você diariamente até eu não te imaginar em meus braços, até eu amar novamente, até você não vir. – mantinha um tom baixo e doloroso.

    Yoongi sentia a cabeça doer, chorava baixo mas mantinha uma expressão de conforto.

— Eu fiz você ficar contra um amigo seu por mentira, mas eu não aguentava mais, era o que eu podia fazer por mim. – explicava — Nada justifica te deixar silenciosamente, mas te ver agora é o meu castigo, te ver é um castigo e eu mereço.

    Yoongi chorava sem cessar, sua garganta doía juntamente com a cabeça, sentia que poderia perder a consciência aos poucos.

— Porque você fez tudo isso? – Perguntou antes de fechar os olhos.

— Yoongi, eu passei uma boa parte da minha vida, estando para lá e para cá, com diversas obrigações como concubino, eu cansei, em todos os momentos que nós nos amamos, fomos um do outro, todos os nossos passeios escondidos, você me fez ver o que eu realmente merecia. – Contou — Você me fez vivo, você me mostrou como a vida poderia ser, como ela poderia ser diferente.

      Yoongi permaneceu com os olhos fechados por mais tempo.

        Seokjin

  Jimin me conduzia, por uns corredores escuros, até chegarmos á um buraco na parede, esse que era uma passagem para o lado de fora do palácio.

— Mesmo que eu tenha dito que não tive a oportunidade de passear pelo reino alguma vez, isso de fato é verdade. – Jimin começou a falar — Eu conheço mais o lado de fora, do que o de dentro.

     Sorri, me pareceu algo típico dele, fugir para observar o mundo, era algo que eu gostaria de ter pensado antes de me envolver nessa besteira toda. O vi entrar no buraco e logo ô segui.
      O lado de fora, tinha bastante mato, flores, árvores, pequenos insetos e não havia nenhuma iluminação além do sol que ainda era presente no seu.

— Hyung, vem comigo! – chamou, seguindo um caminho e eu fui atrás.

    Passamos por árvores que continham marcas, e isso para mim foi algo que ele fez para não se perder, viramos em alguns arbustos e frutíferas, Jimin andava rápido, agilidade de quem conhecia a área, e eu me sentia muito confortável com o cheiro de mato, mesmo que a minha casa não fosse a melhor casa, ainda era reconfortante para mim estar em contato com algo que eu conhecia muito bem.
      Ao andar mais um pouco, me deparei com uma cachoeira bastante bonita, suas águas eram azuis cristalinos, e ela caía tranquilamente.

— Bom, esse é o lugar que eu mais conheço, acredito eu que seja um lugar só meu. – Sorriu. — Agora nem tanto, já que você conhece também.

     Ri da sua forma de pensar, me aproximei mais da água, as pedras eram bem lisas, tirei os sapatos e me preparei para dar um mergulho, sem hesitação nenhuma mergulhei, aquele tanto de roupa que eu vestia, pesou um pouco quando subi as margens, mas logo me livrei da maioria. Vi Jimin deitado nas pedras enquanto olhava o céu.

— Não vai entrar? – perguntei.

— Não estou muito afim hoje não, as vezes eu gostaria de poder saber tudo que escondem de mim, em uma fração de segundos. – Refletiu.

— As vezes, nem tudo o que escondem é bom de saber. – Lhe disse — Jimin, se um dia quiser ir embora, você pode fugir por aqui, ninguém vai saber além de mim.

— Hyung, as vezes, eu gostaria de acabar com tudo isso. – me assustei depois de ouvir isso, não são boas palavras de se dizer. — Eu não aguento mais essa vida, estar preso todo dia, ser refém de alguém, ficar à mercê de outras pessoas, estar sempre em situações difíceis.

     Saí da água e sacudi o cabelo, e me deitei ao seu lado na pedra. Eu não deveria dizer muitas coisas, eu sabia o que ele está passando, mas isso é sobre ele, eu não posso potencializar isso, estando ao seu lado em silêncio, faria ele se acalmar um pouco. Eu mesmo já havia pensado isso, ter alguém que regra seu espaço, seus modos, convivência e consciência é algo tão brutal.
    Então, alí naquela tarde deixei que ele fosse livre, para chorar e se sentir seu próprio dono.

🌌

Depois de um ano e muitos dias, vim atualizar, a situação não está muito fácil ainda, mas vou tentar ser presente o mais possível para poder terminar a história