| CAPÍTULO 03 |

923 152 86
                                    

Me olho no espelho com o cenho franzido ainda analisando o vestido superjusto que minha amiga me emprestou

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.






Me olho no espelho com o cenho franzido ainda analisando o vestido superjusto que minha amiga me emprestou. Como as pessoas conseguem respirar em uma coisa dessas? Estou sentindo meus peitos sendo exprimidos e minhas cintura que não é tão fina assim ser marcada pelo tecido vermelho.

Não posso negar, o vestido é lindo, até parece de grife, nem dá pra acreditar que Emma o comprou numa loja de desapego na cidade vizinha.

— Emma, acho melhor a gente arranjar outro vestido, esse está acabando comigo. Eu mal consigo respirar direito — falo olhando para o seu reflexo. Ela está linda em um vestido brilhante que vai até a metade das suas coxas bronzeadas.

— Nem adianta reclamar. Esse vestido ficou ótimo em você, isso se chama falta de costume — reviro os olhos mesmo sabendo que talvez ela tenha razão. Desde a gravidez eu nunca mais usei roupas tão ousadas ou justas, meu corpo mudou muito depois do parto.

Sem contar que não tenho mais opção nenhuma de vestido. Já basta o dinheiro que vou gastar pra comprar uma roupa e saltos decentes para ir a festa de reencontro de ex alunos. Então acho que esse vestido vai ter que servir.

Emma me chamou pra ir num barzinho, não o bar do restaurante onde eu trabalho. Um lugar que seja mais aceitável ao nosso orçamento. Eu tive que aceitar, ela acabou me convencendo com uma boa chantagem emocional.

Coloco minhas únicas sandálias de salto e coloco uma jaqueta de couro preta por cima, apesar de ser uma cidade quente durante o dia, as vezes as noites são meio gélidas em Sutter.

Meu filhos ficaram com meus pais, e não sei que argumentos a Emma usou pra convencê-los que a gente está saindo para ter uma simples noite de meninas.
Meus pais podem até amar meus filhos, mas nunca vão perdoar a filha fracassada que eles tem. E para o meu azar, sou filha única, ou seja, as expectativas na minha pessoa eram grandes.

Saímos de casa e vamos até o bar no carro da Emma, achei melhor a gente não confiar na minha lata velha.

Entramos no simples bar de decoração rústica, uma música country toca nas caixas de som, tem pessoas para todos os lados, rindo, conversando e bebendo.
Nos sentamos numa mesa e Emma pede duas cervejas.

Nesse momento não vejo a necessidade de ter me arrumado tanto. Mas gostei desse lugar, é bem aconchegante.
Pelo menos posso beber, já que amanhã é domingo é dia da minha folga no restaurante.

Depois de alguns minutos o garçom trás duas cervejas e mais duas porções de batata frita e camarão com potinhos de queijo cheddar pra acompanhar.

Tudo bem, eu estou gostando de estar aqui. Ser mãe e ter uma vida adulta conturbada me deixou sem espaço pra fazer o que eu mais gostava na adolescência, que era dançar e me divertir. Fico fiz em descobrir que essa pequena parte de mim ainda não morreu completamente.

Depois de duas cervejas e algumas batatas dois caras se aproximaram da nossa mesa e começaram a puxar papo, eu só agradeci pelo fato de serem da cidade vizinha, porque aqui em Sutter os homens já conhecem a filha desonrada e mal estudada dos Conway. E pela primeira vez em muitos anos fico feliz em conversar com pessoas que não conhecem o meu passado ou a minha vida para que possam me julgar.

Destinos Cruzados: O Magnata e Eu | Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora