| CAPÍTULO 14 |

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— O que você veio fazer aqui Simon? — Pergunto quando chegamos nos fundos da casa onde o jardim está precariamente assutador e faço uma nota mental de cuidar disso, a grama está alta e as flores já estão todas murchas e secas

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— O que você veio fazer aqui Simon? — Pergunto quando chegamos nos fundos da casa onde o jardim está precariamente assutador e faço uma nota mental de cuidar disso, a grama está alta e as flores já estão todas murchas e secas. Trabalhando como garçonete eu nunca tinha tempo para cuidar deste lado da casa, apenas lá na frente que era para as pessoas não me acharem uma porca que descuida da própria casa. Sem contar que não sou obrigada a ficar o tempo todo cuidando da casa.

— Eu disse que tinha uma proposta para você — sem se quer ser convidado ele senta num dos bancos de madeira que comprei numa loja de móveis de desapego, apesar da madeira já estar meio pálida e cansada o banco ainda serve para alguma coisa no final das contas.

— Olha Simon, o que aconteceu mais cedo foi um erro do qual não pretendo repetir. Não fui nada profissional para além de ter desrespeitado meu local de trabalho — falo mais séria.

— Estou nem aí. Eu sou o dono de tudo aquilo. E por mais escroto que isso pareça posso fazer o que bem entender no recinto das minhas propriedades — indignada eu tento voltar para dentro pra verificar se as crianças terminaram o jantar ou não. — Isso não te parece tão clichê? — Ri sem humor ainda com seu corpo colado ao meu, me prendendo  — daria um bom livro, o engenheiro milionário e a secretária safada.

— Me solta! O único safado aqui é você que não tem nem decência de respeitar uma mãe em sua própria casa — minhas palavras parecem o atingir pela primeira vez, tanto é que ele me solta e tenta se recompor como se o pouco de decência tivesse tomado conta dele. Mas eu vi ali por alguns segundos o homem poderoso vacilar. — Não sei que proposta é essa que você tem para mim, mas eu não quero saber porque coisa boa é que não é. Agora por favor vai embora preciso colocar os meus filhos na cama — ele aperta os punhos e cerra o maxilar espumando de raiva mas não se exalta.

— Essa conversa ainda não acabou. Minha secretária entrará em contato com você amanhã pra marcar um jantar — ele enfia as mãos nos bolsos da calça social e se aproxima do meu ouvido — boa noite Chris. — Sussura me arrepiando até o último fio de cabelo.

Ele me chama pelo mesmo apelido que usava anos atrás quando éramos melhores amigos. Quando aquele Simon carinhoso e amoroso ainda sorria para mim e me dava carona para a escola e às vezes me levava para comer quando eu estava triste ou de TPM.

Mas aquele que acabou de me dar as costas não é mais o meu Simon, e infelizmente não somos mais aqueles adolescentes.

Depois de respirar um pouco mais o ar húmido do meu jardim podre resolvo voltar para o interior da casa.

Perdi até o apetite depois daquela conversa calorosa que tive com o Simon. Começo arrumando a cozinha depois de servir uma sobremesa para meus filhos. É uma forma de me distrair e não ficar pensando na tal proposta. A mesma ansiedade que meu coração tosco sente minha cabeça sente medo, porque Simon não voltou sendo qualquer pessoa. E não acho que ele tenha atravessado praticamente o país inteiro só para vir aqui brincar.

Destinos Cruzados: O Magnata e Eu | Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora