| CAPÍTULO 41 |

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CHRISTINE CONWAY

— Conway você tem visita no salão — um de meus colegas me informa enquanto termino de cortar os legumes que serão necessários durante o dia de hoje. Como é segunda-feira o restaurante não está tão agitado, mas pelos vistos alguns clientes apreciam dias assim para vir almoçar, sem contar com o movimento da cidade, já que é consideravelmente maior em relação a Sutter Creek e que possui várias filiais de grandes empresas.

— Tudo bem. Obrigada — limpo as mãos no avental e saio pela porta após me livrar dele, porque se tem algo que Denver preza é que estejamos apresentáveis enquanto circulamos pelo salão. Olho em volta em busca de alguma cara conhecida até que escuto uma voz que reconheceria em qualquer lugar do universo. Christian!

Caminho até a mesa e vejo os quatro entretidos olhando os cardápios e finalmente alguém me nota.

— Mamãe — Celine levanta e corre pra me abraçar — a senhora também vai almoçar com a gente? — Beijo os cabelos dela tentando me acalmar para não explodir. Com certeza ele fez isso de propósito simplesmente porque não se conforma que minha vida está finalmente andando, típico de pessoas com orgulho egoísta.

— Não meu amor. Aqui é o trabalho novo da mãe de vocês. Agora vá se sentar.

— Olá Christine. Não sabia que estava trabalhando neste restaurante em Lake Creek — Riley diz fuzilando o irmão, com certeza ela também não fazia ideia que estava sendo trazida para meu local de trabalho.

— Oi Riley. Bom ver você também — não guarda mágoas dela, depois de tudo acho que foi até melhor separar as coisas — podemos conversar? — Pergunto me dirigindo ao pai dos meus meus filhos.

Saímos do restaurante até o estacionamento após eu avisar o pessoal da minha saída.

— Que merda você está fazendo aqui Simon? Não foi você quem pediu que eu me afastasse de você? Então porque está me perseguindo?

— Eu vim almoçar com meus filhos e minha irmã, apenas isso. Eu não fazia ideia que você estava trabalhando aqui – começo a andar de um lado para o outro rindo das artimanhas dele.

— Sério que você resolveu vir almoçar em um restaurante que fica a quarentena minutos de Sutter Creek uma cidade turística como a nossa com vários restaurantes e vir comer justamente onde eu trabalho? Pra quê tudo isso? Continua colhendo provas pra mostrar que sou uma mãe relapsa? — Pergunto bem perto, perto demais na verdade. — O que você quer Simon? É sério. Eu estou cansada desses jogos, fala de uma vez o que você quer de mim. Tantas vezes eu tentei conversar com você e você não me ouviu e não me deu chance de me explicar. Você só foi mais um que acreditou nos fatos e ainda me julgou por você mesmo seguir a maré.

— Não preciso de explicações já está tudo claro. Você me enganou.

— Não! Você está com medo de ouvir que existe outra versão da história que contaram a você, está com medo de saber a verdade pela minha boca. E afinal quem foi que... — de repente como um estalo surge um rosto e um nome na minha mente — Mark Harris Não foi? Foi aquele maldito filho da puta que falou pra você que existiam chances dos gêmeos serem seus não é? Aquele desgraçado como sempre nunca me deixando em paz — praguejo — não importa. Você acreditou nele e jamais acreditaria em mim. Afinal eu sou a mentirosa que enganou você durante todos esses anos.

Parada no estacionamento encaro meus filhos que conversam animadamente com a tia. Talvez tudo isso tenha valido a pena para que meus filhos pudessem saber que são amados por outras pessoas. Talvez eu devesse passar por tudo isso por eles.

— Estou cansada de esconder as coisas de viver com segredos me sufocando — respiro fundo sentindo que um peso será retirado dos meus ombros em instantes. Não posso mais viver agoniada, não é bom para mim e principalmente para o bebê  — eu queria esperar que passasse um pouco mais de tempo. Mas não pode ser mais assim.

Destinos Cruzados: O Magnata e Eu | Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora