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Quando chego ao meu apartamento, pouco tempo depois, ainda estou completamente confusa com os eventos que ocorreram no hotel. Parece que meu cérebro ainda não processou todas as informações. E quando estou prestes a fechar a porta, Harry aparece de repente

- Você sempre chega na piores ou melhores horas... - digo calmamente. - Ainda não me decidi qual.

- Espero que esse seja uma boa hora. Imaginei que você gostaria de companhia... - ele sorri de forma gentil. - Para falarmos sobre o que ouvimos no hotel, sabe?

Recuou diante do que ele diz, mesmo sabendo que não é uma má hora para falar sobre o que aconteceu. Francamente, não sei se consigo lidar com todos esse pensamentos sozinha. Tudo tem acontecido de forma estranha e parece que sou atropelada por uma avalanche de acontecimentos. 

- Podemos jantar e tentar relaxar. - sugere. 

Encaro Harry, e o momento "íntimo" que rolou entre nós atrás da porta do banheiro passa pela minha mente. Afasto aqueles pensamentos de minha cabeça, agora tudo o que preciso é de seu sorriso contagiante e otimismo constante. 

Então me afasto da porta e gesticula que ele entre no apartamento.

- Tudo bem, mas você cozinha. - indago. 

- Como pensei. - ele passa por mim e vai direto para cozinha. 

Harry parece bastante à vontade na cozinha, preparando o jantar com agilidade. Apenas faço companhia a ele, e a conversa entre nós segue cheia de piadas inteligentes e risadas. O cheiro do espaguete ao pesto de manjericão enche o ambiente e parece estar delicioso.

Quando terminamos de jantar, Harry leva os pratos vazios para cozinha enquanto sigo pra sala, não demora muito para que ele se junte a mim a no sofá. 

- Você é uma garota bem legal... - diz enquanto se esparrama pelo sofá. - Não séria difícil me acostumar com a sua companhia. 

- É exatamente o que não deve fazer. 

- Você está sempre me afastando. - ele suspira e a seriedade súbita dele me pega de surpresa. 

- Bom... Nós mal nos conhecemos. 

- É, mas poderíamos. 

Pela primeira vez, Harry me encara, sem seu sorriso de sempre, e fico um pouco desconfortável com o olhar intenso dele. Nunca havia notado como seus olhos continuam brilhantes e com vida até mesmo quando ele não está sorrindo. 

Harry me tira de meus pensamentos ao afastar uma mecha de cabelo da minha bochecha.

- Você é como a rainha do gelo, mas acho que é por isso que gosto de você. - Harry me olha diretamente nos olhos, um sorriso lindo nos lábios. - Eu a beijaria agora, se você quisesse.

Olho nos olhos cheios de expectativa de Harry, sem me mover. No fundo, depois do clima que acontece em quase todos nossos encontros, quero que ele me beije. Então ele percebe que dei permissão, então inclina seu corpo, tocando seus lábios nos meus gentilmente. 

E isso foi bem inesperado. Pensei que o beijo dele seria muito mais firme e não gentil, como ele está sendo. Não que seja ruim, pelo contrário. Logo Harry se afasta um pouco, me olhando diretamente nos olhos, mais uma vez. 

- Você está bem? 

- Sim... - abro um sorriso. - Agora me beije com vontade. 

Ele sorri, antes de levar os lábios aos meus novamente, dessa vez com mais paixão, sua respiração ficando cada vez mais pesada. As mãos dele cobrem meu rosto, e ele geme suavemente em prazer.

- Ok... Uau... - sussurra. - Preciso parar antes que...

- Antes que o quê? - interrompo sua frase. 

Os olhos dele percorrem meu corpo com apreço, ignorando completamente minha pergunta. 

- Você é como uma obra de arte. A forma como suas costas se curvam num ângulo perfeito, formando sua cintura escultural, suas pernas moldadas... Eu amo sua pernas...

- Você é muito bom com as palavras, preciso admitir isso. 

- Sabe com o que mais eu sou bom?  - diz erguendo as duas mãos. -Com essas duas aqui.

Então ele coloca uma das mãos na minha coxa, mais uma vez esperando meu consentimento. 

- Eu faço milagres, confie em mim. - ele diz de forma sedutora. 

- Então pode começar com uma massagem nas costas. 

Harry apenas sorri enquanto viro de costas pra ele. Depois de tudo o que aconteceu hoje, realmente me sentia tensa e merecia uma massagem. Ele guia as mãos até meu ombros, o toque dele é confiante e suave, e sinto como se estivesse derretendo a cada segundo que passa. 

Meu celular começa a tocar e então volto a postura, irritada com quem quer que esteja ligando. Quando pego o aparelho, o nome de Elizabeth Gallaway aparece na tela.

- Que ótimo...  O que será que ela quer? - murmuro enquanto atendo o telefone.

- Oi Elizabeth. 

- Agente, você se lembra da minha herança de família que mostrei? 

- Sim, o anel. O que tem com ele?

- Ele sumiu. Quero saber quem o pegou, e quero saber o porquê.

A Espiã - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora