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O vento estava suave. A neve já havia cessado de cair do céu naquele dia. Depois de longos sete dias após o marco do início da primavera, ainda nevava no dia anterior, mas todos sabiam que uma hora ela iria ir embora junto com a sua calmaria solitária.
Um homem olhava o tempo de dentro de sua casa, contemplando com um olhar vagante pelos campos verdes escurecidos pela noite.
- Finalmente, ela se foi. - disse o homem, balançando a cabeça ainda olhando para o campo. Ele ouve passos vindos de trás dele e torna para rumo do ruído.
- Pai, já preparei seu chá. - disse uma moça dando um sorriso ao homem, carregando uma bandeja de madeira com um bule e duas xícaras por cima. Seus cabelos eram negros e longos. Seu rosto era claro e refletia um ar de felicidade e calma.
- Obrigado, filha. Nada melhor do que um chá nesse tempo frio. Creio que o amanhã trará um calor aprazível. - disse o homem retribuindo o sorriso reciprocamente. Ele observa que, nos cabelos de sua filha, em uma das mechas do lado esquerdo, estava ficando com um tom de branco. Ao tirar sua conclusão, segura a bandeja, colocando cuidadosamente em uma pequena mesa madeirada próxima deles. Em seguida, seus dedos tocam os cabelos da moça, examinando-os franzindo os olhos. - Estrith... Seu cabelo...
- Sim, está ficando branco novamente. Essa tinta do boticário não demora muito mesmo. Ele devia aperfeiçoar sua composição. - disse a moça, olhando para o pai. Ela coloca todo o seu cabelo sob o ombro direito verificando se as pontas não estavam de igual modo. Repentinamente, ela dá um suspiro forte. - Minha nossa, amanhã é o dia da Helena!
- Sim. E você não vai. - disse o pai dando um sorriso sarcástico. O mesmo puxa uma cadeira e senta-se em seguida. Sua filha faz a mesma coisa, olhando para seu pai, surpresa. Seus olhos ficaram fixos no homem que bebia seu chá, olhando pela janela como se nada estivesse acontecendo. - Amanhã vou comprar mais tinta. Lembre-se de colocar um turbante no cabelo. Pode ser que algum estranho apareça por essas bandas. Principalmente comerciantes.
- Pai, mas é o melhor dia da vida da minha amiga! Não posso desapontá-la negando o convite que ela me fez a quinze dias atrás! - Estrith inclina seu corpo olhando para seu pai, que aparentava estar despreocupado. Ele torna para a mesa, colocando sua xícara em um pequeno prato, lentamente. Ele encara sua filha de maneira séria.
- Sabe que amanhã é o festival da primavera!? Tem muitos guardas escoltando o rei e monitorando as estradas. Seria uma missão suicida. - disse o homem, calma e docemente. Ele se preocupava demais com sua filha. Sabia que era o único tesouro que tinha e que preferia perder sua vida, do que por Estrith em perigo. - Você não vai e pronto. O que sua mãe diria se...
- A mamãe nos abandonou. Me abandonou, abandonou o senhor. Nem se importou em olhar para trás. - disse Estrith. Seu semblante pareceu um pouco triste. Ela olhava para sua xícara, que aparentava estar fria. "Não fui uma filha boa o suficiente para convencer a minha mãe de ficar...". O chá fazia ondas com os toques pensativos do seu pai com o dedo sobre a mesa.
- Olha, filha... - disse o homem, suspirando lentamente parando de bater o dedo indicador direito sob a mesa. - Sua mãe deve ter tido seus motivos. Não se culpe por uma escolha dela.
- Tudo bem. Mas por favor, não fale mais nela. Eu compreendo sua preocupação. - a moça se levanta da cadeira, andando em direção ao seu quarto.
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Pentandade Lendária: A Estigma Divina
FantasyNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...