Parte I - Capítulo I

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O vento estava suave. A neve já havia cessado de cair do céu naquele dia. Depois de longos sete dias após o marco do início da primavera, ainda nevava no dia anterior, mas todos sabiam que uma hora ela iria ir embora junto com a sua calmaria solitária.

Um homem olhava o tempo de dentro de sua casa, contemplando com um olhar vagante pelos campos verdes escurecidos pela noite.

- Finalmente, ela se foi. - disse o homem, balançando a cabeça ainda olhando para o campo. Ele ouve passos vindos de trás dele e torna para rumo do ruído.

- Pai, já preparei seu chá. - disse uma moça dando um sorriso ao homem, carregando uma bandeja de madeira com um bule e duas xícaras por cima. Seus cabelos eram negros e longos. Seu rosto era claro e refletia um ar de felicidade e calma.

- Obrigado, filha. Nada melhor do que um chá nesse tempo frio. Creio que o amanhã trará um calor aprazível. - disse o homem retribuindo o sorriso reciprocamente. Ele observa que, nos cabelos de sua filha, em uma das mechas do lado esquerdo, estava ficando com um tom de branco. Ao tirar sua conclusão, segura a bandeja, colocando cuidadosamente em uma pequena mesa madeirada próxima deles. Em seguida, seus dedos tocam os cabelos da moça, examinando-os franzindo os olhos. - Estrith... Seu cabelo...

- Sim, está ficando branco novamente. Essa tinta do boticário não demora muito mesmo. Ele devia aperfeiçoar sua composição. - disse a moça, olhando para o pai. Ela coloca todo o seu cabelo sob o ombro direito verificando se as pontas não estavam de igual modo. Repentinamente, ela dá um suspiro forte. - Minha nossa, amanhã é o dia da Helena!

- Sim. E você não vai. - disse o pai dando um sorriso sarcástico. O mesmo puxa uma cadeira e senta-se em seguida. Sua filha faz a mesma coisa, olhando para seu pai, surpresa. Seus olhos ficaram fixos no homem que bebia seu chá, olhando pela janela como se nada estivesse acontecendo. - Amanhã vou comprar mais tinta. Lembre-se de colocar um turbante no cabelo. Pode ser que algum estranho apareça por essas bandas. Principalmente comerciantes.

- Pai, mas é o melhor dia da vida da minha amiga! Não posso desapontá-la negando o convite que ela me fez a quinze dias atrás! - Estrith inclina seu corpo olhando para seu pai, que aparentava estar despreocupado. Ele torna para a mesa, colocando sua xícara em um pequeno prato, lentamente. Ele encara sua filha de maneira séria.

- Sabe que amanhã é o festival da primavera!? Tem muitos guardas escoltando o rei e monitorando as estradas. Seria uma missão suicida. - disse o homem, calma e docemente. Ele se preocupava demais com sua filha. Sabia que era o único tesouro que tinha e que preferia perder sua vida, do que por Estrith em perigo. - Você não vai e pronto. O que sua mãe diria se...

- A mamãe nos abandonou. Me abandonou, abandonou o senhor. Nem se importou em olhar para trás. - disse Estrith. Seu semblante pareceu um pouco triste. Ela olhava para sua xícara, que aparentava estar fria. "Não fui uma filha boa o suficiente para convencer a minha mãe de ficar...". O chá fazia ondas com os toques pensativos do seu pai com o dedo sobre a mesa.

- Olha, filha... - disse o homem, suspirando lentamente parando de bater o dedo indicador direito sob a mesa. - Sua mãe deve ter tido seus motivos. Não se culpe por uma escolha dela.

- Tudo bem. Mas por favor, não fale mais nela. Eu compreendo sua preocupação. - a moça se levanta da cadeira, andando em direção ao seu quarto.

Pentandade Lendária: A Estigma DivinaOnde histórias criam vida. Descubra agora