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O quarto de Helena não era grande, mas apresentava um alto padrão de luxo visível aos olhos de quem entrasse. Ao julgar a personalidade da lady, era notável que toda a deslumbrante beleza daquele lugar vinha de sua mãe, Alya. Os papéis de paredes dourados que deixavam o recinto com um aspecto aurífico, combinavam bastante com alguns objetos feitos de ouro puro. Vadária era uma província rica no mineral, o que deixava a lady, sua mãe livre para esbanjar de toda essa opulência.
Estrith estava sentada com Win em seu colo em uma cadeira de madeira que, pelo menos, não mantinha o mesmo aspecto dos auríficos. Ela observava Helena, que estava do lado esquerdo do quarto, passando os dedos em seus vestidos dentro de um guarda-roupa, analisando sua cor e textura e, de vez em quando, olhando para sua amiga de canto, do alto da cabeça até a planta do pé, imaginando como a moça ficaria com tal vestimenta. Finalmente, algo que parecia ser perfeito e não tão exagerado, como Estrith gostava.
- Esse deve servir. - disse a moça em um tom baixo. Ela observa o vestido e, nesse mesmo ritmo se aproxima de Estrith.
- Vermelho. Combina bastante com o meu turbante. - disse a moça tocando na seda. Helena lança um sorriso contente, se inclinando e observando o reflexo da amiga no espelho.
- Que bom que gostou. Mas, falta uma coisa relacionada ao seu turbante. - Helena toca em uma das pontas do turbante com a intenção de tirá-lo. De súbito, Estrith colocou a mão sob a dela, delicadamente.
- Não posso ficar sem ele. Creio que você sabe... A coisa branca. - disse Estrith se referindo aos seus cabelos. A lady compreende e abaixa sua mão. - A tinta acabou. Meu pai queria que eu não viesse para cá por conta disso, mas logo mudou de ideia, porque era um momento muito especial para você.
- Eu compreenderia se você pudesse mandar um pombo ou se o senhor Garen entregasse uma carta para mim contando sobre o fato. - disse Helena. - Como amiga sua, eu me contento apenas com a sua segurança.
- Infelizmente, eu não sabia. Sua mãe bem que queria a minha ausência por aqui. - disse Estrith com um sorriso irônico no rosto.
- Sim, mas ela não pode me restringir disso. Afinal, nem o papai sabe que ela pensa mau de você. E também, logo eu estarei livre de suas ordens e baboseiras. - disse Helena. Ela volta a se erguer, ficando ereta. - Agora, vamos parar de ressentimentos e nos aprontar. A festa vai iniciar daqui a algumas horas.
- Sim, Milady. - disse Estrith ironicamente, pegando delicadamente com a ponta dos dedos em seu vestido simples, se inclinando sua cabeça em reverência.
- Pare com isso! Parece bobo. - disse Helena, rindo. A lady toca acaricia a cabeça do galo que estava dormindo relaxadamente. - A propósito, por ser uma festa de alto padrão, não vai poder levar o Win com você.
- Entendo, mas onde ou com quem eu irei deixá-lo? - perguntou Estrith.
- Eu já pensei nisso. - a lady vai até a cômoda onde ficava o espelho e pega um pequeno sino, balançando o mesmo, fazendo-o tinir. De repente, se ouviam barulhos de passos no corredor. Eram frenéticos e, a medida que se passava os milésimos, o som parecia mais perto. A porta abre. Celine entra no quarto delicadamente.
- Sim, milady? - perguntou a mulher inclinando-se em reverência. Helena faz um sinal com a mão para que se aproximasse. Ela obedece. Ao se aproximar, Celine percebe que a pessoa sentada na cadeira era Estrith. - Olá, senhorita Estrith. Que prazer em vê-la novamente. Veio sozinha para a Festa da Primavera?
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Pentandade Lendária: A Estigma Divina
FantasíaNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...