Pentandade Lendária: A Estigma Divina

Parte II - Capítulo III

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Frigia desfrutava do frescor do jardim em seu castelo. O cheiro das rosas que subia a fazia lembrar do passado. Quando era apenas uma camponesa cuidando de seus dois irmãos mais novos. Seu pequeno jardim que ficava no quintal de sua casa era sua maior alegria. Por um instante, esse pensamento levou ela a lembrar dos seus irmãos que foram raptados e levados pelos mercenários de Kanir. "Creio que nunca mais verei eles" pensou ela pesadamente. Ela toca em uma das rosas enquanto pensava em tudo aqui. Seus dedos eram precisos e delicados, até o momento em que os pensamentos turbulentos daquele dia em que perdeu seus irmãos viesse com força em sua cabeça. "Não consegui salvá-los. Estava com medo. Ainda tenho medo..." pensava ela com um olhar nítido a rumo nenhum. De repente, uma leve pontada e uma gotícula de sangue que descia lentamente pelo seu dedo indicador direito. Ela só percebeu depois de um tempo.

Uma voz ecoava de algum canto do castelo. Parecia uma voz feminina de alguém conhecido. Frigia reconhece a voz se aproximando pela direita. Era Bella, uma domadora de coruja vinda da torre Nordeste. Ela estava correndo com uma carta erguida em sua mão direita. Ao se aproximar, a domadora entrega o rolo de papel a lady e tenta respirar mais ar antes de falar. Bella nota o sangue nas mãos de Frigia e em seguida, olha para o rosto dela. A mulher olha seu próprio dedo e puxa um lenço de seu vestido para tirar o líquido carmesim dele.

- Aconteceu alguma coisa, senhora? - perguntou a moça, arfando. Frigia olha para Bella de um jeito sério em resposta.

- Eu que o diga! O que tem nessa carta? É de Helena? - disse a mulher tentando desatar a corda em volta da carta desesperadamente, porém sem sucesso. Ela devolve a carta para que Bella desatasse. A moça o faz e abre o rolo.

- Sim, é de Helena, senhora. Deseja que eu-

- Sim sim! Prossiga, rápido! - disse a mulher de um jeito nervoso. Ela junta suas mãos uma na outra e começa a andar lentamente enquanto escutava as palavras de Bella ao ler.

- "Querida família, cheguei na capital recentemente e já vi o quão linda ela é. As pessoas são gentis e o povo acolhedor. Parece que Erick é um bom rei. A vista da torre superior é a mais maravilhosa, principalmente no pôr-do-sol. Conheci um grupo que conta histórias antigas dentro do castelo, com a permissão do rei, é claro. Principalmente a história dos dominadores do fogo no monte Vulkanus. A Ascensão da Estrela Negra foi o que mais me chamou atenção. A profecia de uma dominadora cujo o mau corrompe sua inocência e abre as portas para a luz da vingança. A forma com que a história é construída é que é linda. Fui treinada pelos dominadores, mas não fui uma boa aluna na época. Embora, é melhor ser princesa. Estou muito bem aqui e agradeço por tudo que fizeram por mim. Com amor, Helena." - Bella olha para Frigia que estava chorando ao ouvir essas palavras e puxa um lenço de seu bolso para que ela enxugasse seus olhos. A mesma o faz, agradecendo.

- Eu não sei como é ter um filho ou uma filha, mas sei que minha mãe sente isso toda vez que eu saio de casa. - disse a moça. Bella morava ao Sul da província, próximo a Hagasashima. Sua mãe sentia seu coração pesado toda vez que saia. Saber que a filha poderia enfrentar florestas, ladrões e malfeitores durante sua jornada a fazia chorar todos os dias logo após a partida de Bella para o trabalho.

- Ter um filho é como possuir a alegria em uma mão e a tristeza em outra. - disse Frigia olhando para a domadora com um leve sorriso. Por mais que seu senso orgulhoso dominasse todo o seu ser, um consolo ou um ombro amigo eram as maiores fraquezas da mulher. - Além disso, tem mais alguma coisa que queira me dizer?

- Sim, mas não em carta. É uma informação secreta vinda de Tocerya por meio de um informante disfarçado enviado pelas condessas. Ele disse que há um alvoroço entre o conselho do condado por conta envio de soldados sem motivo a capital. Os nobres exigem uma explicação.