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Hora da dança. O momento mais doce para os casais nobres naquela altura da festa. Cada um se junta com seu par para bailar compassadamente ao som da doce e pequena orquestra que tocava naquele salão. Os olhares apaixonados que pairavam sob as almas gêmeas presentes naquele recinto perdiam o foco de tudo e todos. Não havia espaço, não havia tempo. Apenas dois corações desfrutando a presença um do outro. Tudo parecia lindo, mas por trás das cortinas, a história era completamente diferente.
- O quê você estava sussurrando ao ouvido de Garen, lorde Ansemund? - perguntou Erick olhando fixamente para as pessoas dançando no meio do Grande Salão. O lorde torna a olhar para seu rei.
- Estava apenas lhe dando os parabéns. Não é todo o dia que um homem tem a honra de ser homenageado pelo seu rei pessoalmente. - respondeu o lorde com um sorriso. O rei fez uma breve pausa na conversa olhando para os convidados.
- Fico pensando... Quão rica é a província de Vadária. Ela poderia ser mais segura também. Muitos soldados. Isso seria um prestígio. "A província mais segura de Garfinia" é o que diriam. - comentou o rei, franzindo o cenho.
- Por quê esse comentário, senhor, meu rei? - perguntou Ansemund um pouco confuso. O rei leva sua taça a boca e beberica um pouco de vinho.
- O general Arkyn me falou de dois insurgentes que estavam desobedecendo meus decretos e leis. Um deles é o seu amigo, Garen. Um homem bom, mas imprudente. - respondeu Erick. O mesmo mexia na sua taça, fazendo movimentos circulares. O vinho rodava próximo as bordas quase que extravasando. Ouvir o nome do ferreiro sair dos lábios do rei era como uma pontada no coração.
- Creio haver algum engano...
- Então, está dizendo que minha confiança ao meu leal soldado é uma burrice? - perguntou sutilmente o rei, olhando para o lorde com um sorriso sarcástico.
- Não, majestade. - disse Ansemund, curvando levemente a cabeça para o chão. O portão abre. Foger atravessa o salão a passos rígidos e consistentes. "Essa noite vai ser longa... Temo pela vida de Garen" pensou o lorde. Após fazer o cumprimento da armada real e de se ajoelhar na presença do rei e do lorde, o mesmo se aproxima de Erick, falando com ele, cochichando ao seu ouvido esquerdo. Ansemund apenas os observa de canto sem nenhum reação, apenas quando o rei o olhava, o mesmo desviava o olhar para os convidados. O nobre começa a ouvir um cochichar diferente. Erick respondia para Foger da mesma forma. Sorrindo para o lorde de Firdharen de canto, Ansemund engole em seco. Parecia um pouco tenso, mas precisava manter sua postura para não levantar suspeitas.
- Bom ter soldados ativos assim. Sempre alertas. Me orgulho bastante da armada real. - disse o rei, dando dois toques consecutivos no ombro esquerdo de Foger, que se inclina em reverência e segue em retirada. - Agora não sei se posso dizer a mesma coisa dos meus lordes. Até porque eles tem poderes e riquezas suficientes para tentarem uma revolução. Não concorda, lorde Ansemund?
- Meu senhor, não teria coragem de cometer tal ato de rebeldia. - disse o lorde mansamente. O rei mexia sua taça com movimentos circulares de maneira pensativa, mas rapidamente um sorriso de canto toma conta do seu rosto.
- Você vai ter a oportunidade de provar isso em breve, Ansemund. - disse Erick bebericando mais um pouco de vinho.
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Pentandade Lendária: A Estigma Divina
FantasiNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...