───※ ·1· ※───
"Algumas semanas de viagem". Foi a estimativa de alguns andarilhos que passavam pelo condado de Tocerya falando sobre o caminho até a província de Kanir. "A cavalo, talvez duas semanas. Vocês estão no meio de Garfinia, enquanto Kanir fica ao desértico Oeste" disse um velho moreno com a pele enrugada pelo Sol e com um cajado na mão. Um manto cobria sua cabeça, o que tornava sua pele mais escura quando a luz pousava sob suas costas.
Merina estava com medo da reação do lorde Kamus Nadrarys com relação a sua ida para lá. Resolvera, então, mandar uma carta por meio de um emissário:
"O Condado de Tocerya envia saudações ao grandioso lorde Nadrarys! A casa Tocerys reconhece a soberania de Kanir acima de tudo e a força do seu digníssimo povo. Somos pequenos na mão de um rei fraco. Um rei que está nos ameaçando assim como ameaçou vocês um dia. Mas a bravura de Kanir prosperou sobre a monarquia de Garfinia. Precisamos de sua ajuda para que possamos impedir que uma possível rebelião se instaure na província de Estera. Sabemos que o seu povo forte seria mais do que o suficiente para nos ajudar. Solicitamos apenas um pequeno grupo de mercenários espiões que possam enxergar onde não alcançamos. Lhes suplico ajuda.
Atenciosamente, Merina Tocerys"
O resultado dessa carta chegou em um mês: um homem com roupas negras, um lenço que cobria seus lábios e um olhar seriamente penetrante chegou no condado com uma bolsa que mais parecia um saco. Ele se identificou como emissário de Kanir e os guardas lhes deixaram entrar. Ele apenas seguiu o caminho até a sala da Triarquia. Ao abrir o portão, o mesmo se depara com dois guardas impedindo sua entrada. Ele os observa de maneira atenta e cautelosa, prestando atenção a postura, como se estivesse a procura de um ponto fraco. Um deles torna em direção aos condes:
- Aguarde as ordens dos condes! - disse o soldado ainda olhando para os seus líderes esperando alguma posição da parte deles. O emissário puxa uma adaga, rodopiando em volta dos dedos e enfia na garganta do homem que, cambaleante, cai no chão, esguichando sangue pelo pescoço enquanto tentava não morrer afogado em seu líquido carmesim. O mercenário torna na direção do outro guarda, puxando sua lança e dando um chute no peitoral da armadura.
- Não tenho tempo para as frescuras da realeza! - disse o homem andando em passos lentos até o meio do recinto. Ele encara os nobres, abrindo a bolsa e jogando a cabeça do emissário enviado sob o chão. As moças ficaram pasmas, principalmente Merina que deveria ter ido para lá. Ela engole em seco e observa o homem tentando manter sua postura autoritária, mesmo que trêmula. A moça olha para sua irmã e seu cunhado, ambos estavam esperando Merina dizer algo, sabendo que isso era de responsabilidade dela. - Nunca mandem emissários para Kanir, se quiserem que Kamus não se irrite. Aprendam de uma vez por todas isso. Foram vocês que pediram ajuda e são vocês que devem ir conversar diretamente com ele.
- Não sabíamos desse fato. Peço que nos perdoe, senhor. - disse Merina inclinando sua cabeça.
- Não peça perdão a mim, mas ao lorde Nadrarys por isso e ao emissário que vocês mataram em vão. A propósito o lorde está esperando uma conversa sobre isso.
- Como assim? - perguntou Sotrena. O homem deu uma leve risada e se aproxima mais ainda.
- Quem foi responsável pela maldita carta? - perguntou o homem. Os nobres se entreolharam bastante nervosos. Sotrena e Vandalard olham para Merina. A mesma se levanta de uma vez batendo a mão sob a mesa.
- O que você quer de mim? - seu rosto transparecia raiva e medo. O homem observou ela de cima a baixo e lançou um sorriso bastante sugestivo.
![](https://img.wattpad.com/cover/298058352-288-k842094.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pentandade Lendária: A Estigma Divina
Viễn tưởngNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...