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A água cobria Estrith totalmente. Parecia estar em um mar profundo, porém seu corpo não afundava mais do que já estava submerso. Por mais que estivesse coberta do líquido, não o sentia molhar. Ela reparava nesse fato que a deixou fascinada. Mexendo sua mão direita, a garota sentia como se seu corpo estivesse dormente. "A água flui entre os meus dedos, mas não a sinto... Será que é um sonho" pensou ela. Sua respiração continuava normal como se estivesse em terra firme. Seus olhos contemplam o vazio a sua frente. De repente, um pequeno ruído é emitido pelo vasto mar. Estrith não nota nada e continua olhando para sua frente. O ruído aumenta, e já se torna audível. Era a voz de alguém e parecia vir de trás dela. Subitamente Estrith torna para a direção do som. "Não há nada aqui..." concluiu ela. A voz aparenta estar mais próxima e continuava atrás da moça. Ela torna para trás. Nada. O som começa a ficar mais auto e mais frenético. Palavras como "minha", "meu", e outra palavra: "pupilo". Estrith começa a girar, olhando em todas as direção sem conseguir ver nenhuma pessoa sequer. Seu olhar desesperado começa a vagar pela imensidão. Aquilo parecia assustador para ela. Ela tentava gritar "quem está aí!?", mas nada saia da sua boca. Isso a deixava tensa. Sua respiração fica ofegante e ela pressionava as mãos contra a cabeça esperando que a voz parasse. De repente, a voz desaparece. "A voz parou..." pensou ela. O silêncio toma conta do ambiente. Um certo ar de alívio toma conta do coração da moça. A garota sente algo pressionando seu corpo delicadamente. Ao mesmo tempo, duas mãos surgem de trás dela se estendendo na sua frente. A sensação de pavor volta a reinar. Os braços, agora visíveis, começam a se envolver no pescoço de Estrith como um abraço. Um leve sussurro é ouvido em sua orelha esquerda: "meu pupilo, meu amor". Subitamente a garota perde o ar.
A água começa a molhar o seu corpo e ela sente uma sensação de afogamento. Os braços não a envolviam mais, porém o pavor por sentir-se em perigo naquela água a deixavam com bastante medo. Ela começa a se espernear, tentando ir para a superfície, mas sem sucesso. Seus olhos, assustados, começam a contemplar a imensidão de uma visão turva. Aos poucos, a claridade ia diminuindo, até restar o completo vazio da escuridão.
- Socorro! - grita a moça acordando subitamente. Sua respiração era ofegante e os olhos ainda mantinham uma expressão de pavor. A mesma olha o ambiente. "O que estou fazendo aqui... Onde está o meu..." pensou ela, o bastante para se lembrar que a palavra "pai" ia começar, a partir de hoje, ser usada com menos frequência. Seus olhos começam a se encher de lágrimas. Hayato estava ao seu lado com as mãos em seu ombro desde o instante que ela acordou aterrorizada.
- Sei que foi difícil. Já perdi vários amigos da mesma forma. - disse o monge. A garota não respondia nada, apenas chorava amargamente. O homem põe sua mão levemente sob os cabelos dela, fazendo um terno carinho, tentando consolá-la da maneira mais singela possível. Era só o que podia fazer. Não havia outro meio de consolar alguém que perdeu sua única família. - Isso não irá passar. Não diria para esquecer o passado, pois nunca isso foi possível. Apenas, tente descansar um pouco.
- Como posso descansar, sabendo que nunca mais verei as pessoas que amam. - disse Estrith. Na sua cabeça, um flash de memórias começa a passar em sua cabeça. "Pai... senhor Harold... O... Oliver!?" sua mente clareia rapidamente. A moça tira a coberta de suas pernas e se põe de pé, correndo desesperadamente em direção do fusuma, arrastando-o para o lado esquerdo. - Eu tenho... Tenho que trazer ele comigo!
- Ele? Quem? - pergunta o monge. A garota não responde. Do lado de fora do quarto, Estrith se depara com um local florido cheio de cerejeiras cujas as pétalas estavam caindo sobre o solo delicadamente. Ela contempla o lindo lugar de maneira confusa. A mesma olha para os dois lados como se estivesse procurando a saída. Dois monges olhavam para a garota sem entender muita coisa. Eles se entreolhavam. A passos rápidos, Estrith se aproximava da dupla que observava a mesma.
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Pentandade Lendária: A Estigma Divina
FantasíaNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...