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A Rua das Espadas se encontrava bastante movimentada durante o meio-dia. Muitas pessoas saiam em buscas de suprimentos e armas para a viagem, já que as rotas fora de Estera costumavam ser perigosas em épocas comemorativas. Antes de ir para as tavernas da cidade, muitos cavaleiros, principalmente os de altos postos hierárquicos, costumavam melhorar e customizar seu poder bélico investindo em equipamentos atuais e bem resistentes.
Garen era o melhor ferreiro da região. Por ter experiências com armamentos, sendo ele mesmo um antigo soldado do exército real, grande parte dos militares buscavam os seus produtos, pois ele sempre fazia das espadas e armaduras com base aos seus conhecimentos. Muitos dos homens que praticavam o mesmo ofício tinham inveja por conta da alta clientela ele possuía.
- Em nome do rei, onde está aquele infeliz!? - disse um soldado bastante nervoso e apressado. Ele estava em frente a barraca onde Garen vendia os armamentos recém forjados. Todas as espadas ficavam dispostas em um balcão. - Eu estou louco para encher a cara e esse ferreiro não aparece!
- Calma, senhor. Creio que ele está perto de chegar. Ele me disse que foi até um boticário aqui próximo. - disse um verdureiro que tinha uma banca ao lado do ferreiro. Garen tinha oferecido suas verduras e legumes para o homem em troca de uma boa olhada na sua tenda.
- Ele não deixou nenhum bilhete ou algo assim? - disse o soldado dando um suspiro forte, cruzando os braços em seguida.
- Não, senhor. Desculpe. Ele apenas disse para vigiar sua banca e nada mais. - disse o homem mansamente, preocupado com o temperamento do militar. Um "droga" saiu dos lábios do soldado bastante baixo, mas audível.
- Onde fica esse boticário? - perguntou o homem olhando para o verdureiro.
- O senhor está vendo aquela rua a direita? - apontou o senhor para a direção proposta. O soldado acena positivamente. - No meio dela tem um beco. O estabelecimento do lado esquerdo dele é a botica.
- Vou lá agora! Não irei perder mais um segundo aqui! - disse o homem indo em direção a rua onde o verdureiro o direcionou.
Aos sons de um pequeno sino colocado acima da porta, Garen entra na botica que, a propósito, estava bastante cheia. Ela era forrada de madeira em todo o seu interior. Possuía também um telhado com três linhas madeiradas horizontais a posição onde o homem estava. Havia um pendural que ficava no meio de cada linha e o mesmo era sustentado por uma madeira diagonal que se ligavam com o ângulo entre o pendural e a linha. Na parte de baixo estavam situadas quatro estantes baixas, de um metro e cinquenta e três no meio do salão, e outras quatro encostadas nas paredes laterais. Na frente existe um balcão onde um pequeno garoto, de aparentemente doze anos, estava atendendo uma mulher com seu filho, visivelmente anêmico.
Vários cavaleiros também estavam no local. Era comum militares comprarem recursos farmacêuticos para tratarem de si mesmo ou de seus companheiros em uma campanha. Entretanto, o estabelecimento ainda tinha uma vasta gama de perfumes, que alguns aproveitavam para levar às suas amadas ou filhas.
O tinido do sino fez despertar os olhares dos soldados ali presentes que, de imediato, começaram a observar o ferreiro. Seus olhos caminham vagarosamente pelo local, vendo os clientes seriamente parados. Ele acena com a cabeça, fazendo um cumprimento e se achega a uma das prateleiras para ver alguns produtos. "Não sabia que teria tantos soldados em um único lugar... Isso me preocupa" pensou o homem. Havia algum tempo que o rei Erick II tinha posto em vigor um lei em que tintas de cabelo seriam proibidas. Ninguém sabia ao certo o verdadeiro motivo dessa proposta, exceto Garen e umas poucas pessoas envolvidas com a coroa.
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Pentandade Lendária: A Estigma Divina
FantasyNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...