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Todas as carruagens e carroças da caravana real estavam a postos nos portões da cidade. Arkyn rodeava todos os transportes verificando a bagagem de alguns nobres e serviçais para ver se não havia nenhum utensílio que poderia ser ameaçador ao rei. Como se não bastasse a dor de cabeça que latejava compassadamente e lhe causava incômodo, ainda precisava agir ativamente com o seu serviço.
Depois de tudo confiscado, o general decide se retirar para a sua carruagem. "Eu não queria me rebaixar a tanto, mas meu corpo insiste em me incomodar com dor tamanha" pensou o militar suspirando profundamente. Ele começa a caminhar em direção ao seu transporte até que avista o rei, acompanhado de dois soldados, um do seu lado esquerdo e outro, do direito, se aproximando rígida e rapidamente em sua direção. Erick lança um sorriso de canto ao observar o militar parado, observando-o.
- Você está acabado, general. - disse o rei com uma leve risada. Ele lança os olhos sob a faixa amarrada em sua cabeça, franzindo o cenho. - Creio que não seja grave.
- Não, majestade. Foi apenas uma contusão. - comentou Arkyn tocando levemente na faixa com o dedo indicador esquerdo. Aquele toque suave ainda lhe rendeu um instante rápido de dor, fazendo-o espremer as pálpebras contra os olhos.
- A missão foi um sucesso, eu presumo. - disse o rei com um sorriso de canto. Um dos soldados abre a porta para Erick e o mesmo entra rapidamente. Não era uma carruagem confortável para um rei que se acostumou a sentar em lugares mais acolchoados, porém aquilo servia. Ele não fazia questão de reclamar. Fazia as vontades de sua mãe, desde que ela não interviesse nos seus assuntos.
- Majestade, creio que não é um lugar confortável para conversarmos sobre. - disse Arkyn olhando para o rei um pouco confuso. O jovem lança uma risada irônica.
- Não tenho opção. Minha mãe queria conversar com Helena. Não faço ideia dos assuntos. Porém, isso não me interessa. - disse Erick com um olhar indiferente. O mesmo bate duas vezes com a mão esquerda em um assento na sua frente. Arkyn entende o comunicado silencioso e obedece. - Voltando ao assunto...
- Sim, majestade. - disse o homem se sentando. - Garen está morto.
- Sei que deve se sentir mau por isso. Eu me sentiria. - disse o rei levantando as sobrancelhas. Arkyn suspirou.
- No começo, relutei em fazer. Mas, se sentir apunhalado duas vezes, uma por insurgência contra o rei e outra por trair seu melhor amigo, para mim foi o cúmulo!
- Nenhum homem com o coração de Garen pensaria duas vezes entre escolher a própria filha ou o rei. - disse Erick se encostando na madeira da carruagem.
- Mesmo assim, já está feito. - disse Arkyn tentando não se convencer dos motivos que o rei apresentou. Erick aparentava ser controverso. Mostrava bons argumentos para a defesa de alguém, mesmo que aquela pessoa, na sua concepção, merecesse a morte. Ele gostava de fazer esses jogos de falsa empatia para usar de persuasão para com as pessoas a sua volta. Era manipulador e o militar notava isso. - Porém, não foi feito completamente.
- Como assim? Você não matou a garota? - perguntou o rei franzindo o cenho. Arkyn engole em seco, olhando para o rei seriamente.
- Tentei, mas um homem apareceu e conseguiu me derrotar. - disse Arkyn. "Não direi que foi com pouco esforço" pensou o militar. - Ele estava vestido de camponês. Era gordo e tinha cabelos curtos.
- Você perdeu para um gordo!? - o rei olha para a janela e solta um risada morta e sarcástica, balançando a cabeça negativamente. Um dos soldados que o acompanhou ainda estava a porta da carruagem. - Sir, mande a caravana seguir viagem.
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Pentandade Lendária: A Estigma Divina
FantasíaNo grande reino de Garfinia, uma jovem chamada Estrith vivia junto com seu pai desfrutando de uma vida humilde. Porém, após um certo incidente, Estrith se encontra sozinha para, a pedido dos monges do templo da providência de Hagasashima, recuperar...