Parte I - Capítulo II

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───※ ·1· ※───

Estrith olhava para os campos verdes, cujo vento balançava as folhas que pareciam ondas na imensidão. Mais à frente tinha uma pequena cordilheira que ficava ao Norte. Muitas carroças seguiam na frente deles, todas em fila indiana e em marcha lenta. Era um dia especial. Um garoto que estava na carroça ao lado de Garen, olhava Estrith com o seu galo. Parecia achar estranho um galináceo de estimação. A jovem observa Win de relance e volta os olhos ao pequeno camponês.

- Bizarro isso! Mas ele é meu amigo. - disse a jovem em um sussurro audível. O garoto olhava curioso para o galo. Sua mãe percebia que seu filho estava distraído e, ao olhar para Estrith, a mesma deu um leve sorriso. A jovem olha para o garoto diretamente e coloca o galo sob o colo do pequeno. - Toma.

O menino fica um pouco surpreso com a ação de Estrith e ficou encarando o galo. A jovem olha para a mãe do garoto.

- Seu filho estava curioso com o meu galo de estimação, vou deixar ele segurá-lo um pouco. - O garoto que estava observando, rapidamente volta-se para a mãe,  e segura o bichinho de estimação da Estrith. Win ficava calmo no colo do garoto e começa a cair no sono.

- É difícil cuidar de um cachorro onde eu moro. Pelo menos, é o que meu pai diz. Ele também fala que um cão pode devorar as galinhas à noite, então resolveu comprar um galo para cuidar dele. - O pequeno olha para a jovem com entusiasmo.

- Qual é o nome dele? - Estrith dá um sorriso.

- Win. O nome dele é Win.

───※ ·2· ※───

A alvorada ainda não chegara, mas o dever levantava homens e mulheres de suas camas e de seu conforto. Responsabilidade e compromisso. Tudo feito nos mínimos detalhes para que o destino não os enfiassem a cara no chão, mostrando sua derrota. O mundo foi feito para as pessoas, mas as algumas pessoas não foram feitas para o mundo. Somente os fortes conseguiam suportar as aflições e as lutas diárias. Os soldados são um exemplo disso.

A caravana real estava a poucos quilômetros da capital de Vadária em uma hospedaria feita exclusivamente para os nobres que vinham visitar a província. O estabelecimento ficava não muito longe da estrada principal, tendo um caminho exclusivamente feito para ele. Próximo ao local, existia um jardim que embelezava a entrada dos hóspedes cansados da viagem. Desde jasmins até rosas, o cheiro que o local exalava era docemente agradável. O casarão tinha dois andares e doze janelas no primeiro, sendo as mesmas distribuídas em seis do lado direito e seis do lado esquerdo da porta. No segundo andar, eram dispostas doze sacadas com direito a uma visão magnífica do jardim. As portas do cômodo eram feitas de vidro que eram cuidadosamente limpos todas as manhãs. O casarão tinha um cor amarelada e, suas portas, eram de um marrom madeirado. A mesma era escoltada pelos melhores soldados da armada real, equipados com espadas que levavam os nomes de seus donos. Arkyn. Esse era o nome de um dos guerreiros mais conhecidos de todo o reino de Garfinia. Primeiro general da legião vermelha, o homem de trinta e nove anos foi o braço direito do rei Erick I antes de sua morte, substituindo o antigo general, que era conhecido como "Lenço Escarlate".

O tilintar de fivelas nas armaduras e os cintos de couro sendo colocados por soldados acordaram o general da primeira divisão do exército. Arkyn fica sentado, com os pés sob a cama, olhando para eles, meio atordoado. Seus cabelos negros estavam bagunçados pela noite de sono, e seu vigor parecia não existir, porém era seu dever servir e proteger o rei. De repente, ele pega um copo de água, coloca um pouco na mão, e em seguida molha o rosto, como se a água expulsasse a falta de coragem. Parecia fazer efeito. Logo se levantou e começou a se aprontar.

Pentandade Lendária: A Estigma DivinaOnde histórias criam vida. Descubra agora