Capítulo 22

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As nuvens se formaram por toda a província de Ganghwa-do, escurecendo os vastos campos de repente. Seguindo a precisa previsão do tempo do instituto de metereologia, frias gotas de chuva eram arremessadas violentamente contra os arrozais.
Enquanto os fazendeiros trabalhavam arduamente na intenção de proteger sua colheita da inusitada tempestade, sequer imaginavam que bem próximo de seus dias comuns, havia uma pessoa em risco de vida.
Hari com seus braços trêmulos, tentava a todo custo se manter de pé após mais uma agressão.

_ Você achou que aconteceria o quê, em sua vagabunda?! - Park Jeon lhe desferiu outro golpe fazendo-a cair no chão. - Você só sai daqui quando eu mandar, entendeu?
Ela mantinha seu olhar fixo no chão. Com as costas da mão, limpou o filete de sangue que escorria pelo seu queixo. Ele segurou seu cabelo, fazendo seus olhos se encontrarem.
_ Entendeu? - Seus olhos vibrantes, estavam tristes e marejados. Com relutância ela assentiu.- Ótimo. Para que não haja mais desentendimentos, é melhor te manter muito bem amarrada. - Ele juntou seus pulsos com uma corrente de ferro.-
Com um último olhar carregado de desprezo, seu sequestrador a deixou no porão escuro, enquanto ela tentava controlar as lágrimas que inevitavelmente molharam suas bochechas agora pálidas.
_ Ai... Meu Deus... - Ela soluçou, sentindo as correntes arranharem sua pele.- Quando será que isso vai ter fim?
Gotas de chuva acertavam ferozmente uma minúscula janela que havia ali, até então despercebida. Mas que naquele exato momento lhe chamou a atenção, graças ao som estridente das pedras de gelo que atingiram a frágil vidraça, fazendo-a rachar.
Com mais um impacto o vidro se quebrou por completo, permitindo que toda a água acumulada entre o chão e a vidraça entrasse pelo buraco exposto.
Um estrondoso trovão cobriu todo o ambiente, anunciando a chegada da tempestade e como um aviso triunfal de que ela não iria embora tão cedo.
No andar de cima da precária casa de campo, 4 homens robustos estavam reunidos em uma mesa, desfrutando de sua 5° rodada de Soju enquanto se concentravam em um típico jogo de cartas.
_ Impossível! Seu cretino, roubou de novo! - Se enfureceu um dos homens, tomando seu companheiro pelo colarinho.-
_ Que roubei o quê! Você é que não sabe jogar, por isso te venci pela terceira vez! - Se defendeu o outro que apesar de seu porte ser franzino, não abaixou a guarda.-
_ Senhores! Vamos manter a harmonia em serviço...
Park Jeon chegou com um sorriso vitorioso.
_ Não se esqueçam de que estamos aqui a negócios.
O criminoso musculoso soltou seu companheiro e alisou sua camiseta.
_ Obrigado. Vocês não vieram até aqui para isso, estou certo?
_ O chefe ficou sabendo da sua nova empreitada... - Um homem vestido com um terno listrado em roxo e preto falou pela primeira vez, após depositar no cinzeiro a bita de seu charuto.-
Park Jeon cerrou os dentes tão forte que todos na sala foram capazes de ouvir.
_ Aquilo só diz respeito à mim. Pode falar para o seu chefe que ele não verá um mísero won desse plano. - Ele disse com seu maxilar tenso.-
O Homem sorriu soltando a fumaça que se espalhou por toda a mesa.
_ Acho que se esqueceu quem te forneceu as informações, aliados e até o dinheiro... Não é senhor Park?
Com um breve aceno vindo do Sr. Cafetão, os dois brutamontes o seguraram pelos braços.
_ Sua dívida atual com o chefe, é de 70 milhões de Wones. Você deve isso a ele... Na verdade recebemos um pedido especial, de Los Angeles. Eles querem uma Sul Coreana e vão pagar muito bem por ela.
_ ELA É MINHA! VOCÊS NÃO VÃO TOCAR NELA! - Park Jeon estava vermelho, se debatia a fim de se soltar dos braços dos capangas. Com um movimento rápido, o terceiro homem lhe acertou no estômago, fazendo-o cair de joelhos no chão.
O Sr. Cafetão segurou seu cabelo, fazendo seus olhares se cruzarem. Com um olhar mais frio que o próprio inverno em Seul, ele disse:
_ Escuta aqui, seu verme... - Ele estava tão perto à ponto de Park Jeon poder sentir seu hálito que fedia a menta e tabaco.- Se o chefe diz para levá-la, quem é VOCÊ, para discordar? - Sorriu com malícia. -
Após um breve silêncio, o aspirante à sequestrador ainda sentindo o inconfundível gosto de sangue em sua boca, se pronunciou, sustentando o olhar do braço direito do chefão do crime. Ele então assentiu.
_ O quê? Vocês não podem! Não podem levá-la! Ela está grávida. - Yoon Hyeon se opôs pela primeira vez, vendo todo o plano que planejaram meticulosamente, voando pela janela, junto com a tempestade.-
_ Ô rapaz! Seu chefe que faz as escolhas por aqui. - Ele deu sinal para que seus capangas soltassem Park Jeon, que o fizeram de imediato.- Tem que botar ele na linha, viu? Trabalhar com subordinados não é fácil, você dá a mão, logo eles querem os braços, as pernas e por aí vai... Enfim, foi bom fazer negócios com você. - Ele lhe estendeu a mão, porém ele não a aceitou.- Cê que sabe.
Ele olhou ao redor.
_ Onde é que tá a garota?

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