Capítulo 11

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PV. Christian

Ela sai me deixando ainda mais nervoso, sinceramente nem eu mesmo sei porque tanto a presença dela me incomoda, mas sinto que tem algo errado, do nada Kate e Elliot aparecem com ela, preciso descobrir o que tem por trás de tudo isso.

— Só estou preocupado com vocês. — Digo tentando me explicar.

— Então peço que pare, até hoje deixamos que se preocupassem, até em nossa alimentação querem mandar, chega. — Meu avô diz muito nervoso.

— Estamos cuidando de vocês vovô, o Senhor sabe pelo que passamos.

— Não importa, ou param ou a partir de hoje ninguém mais entra aqui.

— Essa moça mal chegou e o Senhor já quer nos proibir de vir aqui?

— Não, há muito tempo venho tomando essa decisão Ana não tem nada com isso, porém eu não trabalhei toda a minha vida para na minha velhice ter filha e netos mandando em mim e na sua avó, ditando o que devemos ou não comer, se podemos ou não sair de casa.

— Vovô. — Tento falar e ele me impede.

— Chega Christian, ontem se não fosse por Ana, sua vó e eu teríamos dormido com fome, e sabe onde cheguei com essa conclusão?

— Não.

— Que eu vou comer e fazer o que eu quiser, vocês concordando ou não, morrer todos nós vamos, mas eu vou morrer feliz e de barriga cheia.

Não aguento e começo a rir, de certa forma ele tem razão meus avós são muito saudáveis e ativos, a dieta que eles seguem realmente é restritiva demais.

— Você está rindo porque não foi abrigado a tomar aquela água suja, que Deus me perdoe, aquilo nem pode ser chamado de comida. — Agora quem reclama é minha vó.

— Vou falar com mamãe para restringir menos a dieta de vocês.

— Não, chega de dieta. — Meu avô diz com os braços cruzados como uma criança.

Fico com eles mais um tempo conversando, vez ou outra Anastácia aparece e pergunta se precisam de algo, ela parece ser uma boa pessoa e ter boa intenção, mas de pessoas assim a cadeia e o inferno estão cheios.

Logo o horário do almoço chega, fiquei para almoçar com eles, ela mais uma vez aparece nos chamando para comer, sigo com eles para a mesa e me impressiona a quantidade de coisas.

— Nossa. — Digo e só então percebo que saiu mais alto do que esperava.

— Isso sim é comida de verdade, olha isso Iara. — Meu avô diz muito feliz.

— Meu Deus menina, você fez tudo isso? — Vovó pergunta admirada.

— Sim. — Ela diz com um leve corar, percebo que isso é encantador nela. — Tomei a liberdade de chamar a filha de vocês para almoçar aqui. — Ela diz e nós três a encaramos com curiosidade. — Para que ela veja que é possível vocês se alimentarem bem e com coisas saudáveis. — Responde nossa pergunta não feita.

Volto meu olhar para a mesa e só então vejo a enorme variedade de saladas que ela fez.

— Obrigada! — Minha vó diz a abraçando.

— Não precisa agradecer, licença. — Anastácia diz se virando para sair.

— Onde vai? — Pergunto rápido.

— Para a cozinha Senhor. — Diz com o rosto sério, completamente diferente da forma que conversa com meus avós, com eles ela é carinhosa, comigo parece ter receio.

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