PV. Christian
Ela sai me deixando ainda mais nervoso, sinceramente nem eu mesmo sei porque tanto a presença dela me incomoda, mas sinto que tem algo errado, do nada Kate e Elliot aparecem com ela, preciso descobrir o que tem por trás de tudo isso.
— Só estou preocupado com vocês. — Digo tentando me explicar.
— Então peço que pare, até hoje deixamos que se preocupassem, até em nossa alimentação querem mandar, chega. — Meu avô diz muito nervoso.
— Estamos cuidando de vocês vovô, o Senhor sabe pelo que passamos.
— Não importa, ou param ou a partir de hoje ninguém mais entra aqui.
— Essa moça mal chegou e o Senhor já quer nos proibir de vir aqui?
— Não, há muito tempo venho tomando essa decisão Ana não tem nada com isso, porém eu não trabalhei toda a minha vida para na minha velhice ter filha e netos mandando em mim e na sua avó, ditando o que devemos ou não comer, se podemos ou não sair de casa.
— Vovô. — Tento falar e ele me impede.
— Chega Christian, ontem se não fosse por Ana, sua vó e eu teríamos dormido com fome, e sabe onde cheguei com essa conclusão?
— Não.
— Que eu vou comer e fazer o que eu quiser, vocês concordando ou não, morrer todos nós vamos, mas eu vou morrer feliz e de barriga cheia.
Não aguento e começo a rir, de certa forma ele tem razão meus avós são muito saudáveis e ativos, a dieta que eles seguem realmente é restritiva demais.
— Você está rindo porque não foi abrigado a tomar aquela água suja, que Deus me perdoe, aquilo nem pode ser chamado de comida. — Agora quem reclama é minha vó.
— Vou falar com mamãe para restringir menos a dieta de vocês.
— Não, chega de dieta. — Meu avô diz com os braços cruzados como uma criança.
Fico com eles mais um tempo conversando, vez ou outra Anastácia aparece e pergunta se precisam de algo, ela parece ser uma boa pessoa e ter boa intenção, mas de pessoas assim a cadeia e o inferno estão cheios.
Logo o horário do almoço chega, fiquei para almoçar com eles, ela mais uma vez aparece nos chamando para comer, sigo com eles para a mesa e me impressiona a quantidade de coisas.
— Nossa. — Digo e só então percebo que saiu mais alto do que esperava.
— Isso sim é comida de verdade, olha isso Iara. — Meu avô diz muito feliz.
— Meu Deus menina, você fez tudo isso? — Vovó pergunta admirada.
— Sim. — Ela diz com um leve corar, percebo que isso é encantador nela. — Tomei a liberdade de chamar a filha de vocês para almoçar aqui. — Ela diz e nós três a encaramos com curiosidade. — Para que ela veja que é possível vocês se alimentarem bem e com coisas saudáveis. — Responde nossa pergunta não feita.
Volto meu olhar para a mesa e só então vejo a enorme variedade de saladas que ela fez.
— Obrigada! — Minha vó diz a abraçando.
— Não precisa agradecer, licença. — Anastácia diz se virando para sair.
— Onde vai? — Pergunto rápido.
— Para a cozinha Senhor. — Diz com o rosto sério, completamente diferente da forma que conversa com meus avós, com eles ela é carinhosa, comigo parece ter receio.
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Silêncio
RomanceO Silêncio não é apenas superficial. Às vezes me pego pensando o porque da minha vida ser assim, será que eu errei tanto a ponto de merecer passar por tudo isso? A religião não deveria ser onde as pessoas sentem conforto, se sente amadas e seguras...