Capítulo 23

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PV. Christian

Chego ao meu apartamento, me sinto nervoso e ansioso, ando de um lado para o outro esperando o momento que Ana vai bater na minha porta, enquanto estávamos no banco recebi a mensagem do meu amigo delegado, avisando que o tal Alex foi solto, enquanto eu pude mexi os pauzinhos e cobrei alguns favores para mantê-lo preso o máximo que pudesse.

Como eu imaginei, meus avós deixaram o apartamento todo montado para Ana, eu já morei neste apartamento, assim que entrei para a faculdade, eles queriam que eu tivesse privacidade e calma para estudar, como fizeram comigo estão fazendo com ela.

Mas eu não teria paz de saber que Alex está solto e ela está sozinha, por isso mandei tirar tudo do apartamento, até a água mandei desligar, agora estou aqui esperando ela precisar de mim.

De certa forma me sinto péssimo por fazer isso, por outro lado sinto que estou fazendo certo em protege-la, só espero que ela entenda quando eu contar, não quero manipular a vida dela, apenas proteger de tudo e todos que possam prejudicar sua nova vida.

Uma hora se passou, sessenta minutos, que meu coração bate em minha garganta, quase saltando do peito com a demora e expectativa, pedi para Taylor providenciar um segurança para ela, e ele está lá embaixo, se ela sair ele vai me avisar, outra coisa que pedi para providenciar é um celular, por enquanto Ana está incomunicável e isso não me agrada, saber que vou sair para trabalhar sem saber onde ela está.

Tudo pela proteção dela, não é sentimental, é proteção.

Ouço o barulho das portas do elevador, e me viro sorrindo, mas minha decepção vem ao constatar que não é Ana e sim meu irmão e Kate.

— Pode ir embora. — Digo rápido

— Acabamos de chegar. — Elliot responde sentando no sofá, muito à vontade.

Merda, passo as mãos no cabelo nervoso, se Ana chegar e encontrar Katherine aqui, aposto que vai para o apartamento dela e não vai ficar aqui.

Me aproximo do meu irmão que me olha com curiosidade, antes que eu pegue sua mão para arrasta-lo para fora o elevador apita mais uma vez, e agora sim é Ana, que entra um pouco desconfiada, ao ver Kate vejo soltar a respiração.

— Ah não! — Digo frustrado e os três me olham confusos.

— Estou atrapalhando? — Ana pergunta com o rosto corado.

Caminho até ela, pego sua mão a puxo para dentro do apartamento.

— Me desculpe, não foi para você.

— O que está acontecendo aqui? — Elliot, pergunta com um olhar sugestivo para nossas mãos que até então estavam unidas, ao perceber Anastácia solta minha mão de uma vez, mais uma vez a sensação de vazio me toma.

— O vovô emprestou o apartamento para Ana. — Explico.

— Hum, e porque ela está no seu apartamento?

— Elliot a pergunta é, porque VOCÊ está no meu apartamento?

— Vim ver você. — Diz naturalmente.

— Eu vim com o Elliot, e você Ana?

— Bom. — Vejo seu rosto ficar vermelho. — O apartamento está vazio, ia ligar para você, mas me esqueci que não tenho celular, pensei em vir aqui pedir para o Christian ligar para você Kate.

— Vazio? — Kate pergunta me olhando.

Inferno ela sabe que meus avós não deixariam o apartamento assim.

— Sim, não estou reclamando gente, de jeito nenhum, eu só preciso ver algum lugar para ficar até ter acesso ao dinheiro e poder comprar algumas coisas.

— Vazio Ana? Tipo assim, vazio sem nada? — Kate, pergunta ainda me olhando.

— Sim, você quer ir lá ver? — Ela responde não entendendo a insistência de Kate.

— Que estranho não é Elliot? — Minha cunhada diz e só então me dou conta de que o palhaço do meu irmão me olha rindo.

— Mas gente, eu poderia jurar, que eu mesmo fui comprar algumas coisas para deixar lá para você Ana.

— Devem ter esquecido de trazer, afinal ninguém sabia que dia ela teria alta. — Respondo.

— Não? Pensei que eu fosse a médica dela. — Katherine, não está facilitando a minha vida.

— Talvez você não tenha dito a eles o dia que ela sairia.

— Gente, não precisam brigar, eu não estou reclamando e de verdade sou muito grata por ter onde morar, só preciso de alguns dias para resolver tudo, aliás, Christian, você que mora aqui, sabe me dizer com quem resolvo sobre a água?

— Água? — Elliot pergunta e solta uma gargalhada. — Irmão, você foi longe demais, vamos amor o Christian vai ajudar a Ana a resolver as questões do apartamento dela, não é irmão? — Diz me dando tapinhas nas costas.

— Vamos sim, e pela rapidez de como tudo foi feito, pode ser que ela encontre a solução em algum canto desse apartamento. — Kate diz e me encara séria, me surpreende quando vem até mim me dá um abraço para se despedir, como se fosse a coisa mais comum entre nós dois. — Te mato se brincar com ela, deixe que ela tenha suas escolhas, não manipule a vida dela. — Se afasta e limpa um poeira imaginária da minha camisa.

— Não vou. — Digo para que só ela escute.

— Vamos Elliot, Ana? — Se aproxima dela. — Aqui tem meu telefone, vou providenciar um celular para você.

— Não precisa, Taylor já foi fazer isso.

— Meus Deus, você está de ... — Kate tapa a boca de Elliot e o arrasta para fora do apartamento.

— Não entendi. — Ana diz, me olhando confusa.

— Os dois se entendem, do que você precisa Ana?

— Na verdade, eu ia ligar para Kate, mas ela acabou de sair e não consegui conversar com ela, o apartamento é lindo, mas está vazio, você lembra quantos dias o gerente disse que demoraria para o cartão chegar? Ou se você puder me emprestar o seu telefone, vou ligar para o meu pai.

— Eu gostava muito daquele apartamento, na verdade gostei tanto de morar aqui que comprei a cobertura.

— Agora só preciso mobiliá-lo.

— É isso que quer com o seu pai?

— Sim.

— Você pode ficar aqui, até resolver as questão do cartão do banco, lá em cima tem três suítes vazias, pode ficar à vontade.

Percebo que está relutante em ficar, Anastácia tem um olhar perdido parece uma criança assustada, e isso me dá ainda mais vontade de cuidar dela e a ter perto de mim, mas para que isso aconteça, quero que ela aceite e entenda, não quero obrigá-la a nada, se perceber que ela realmente não quer ficar perto de mim, tento convencê-la de que a casa dos meus avós é mais segura.

— Ana, preciso conversar com você e explicar o motivo pelo qual eu quero e gostaria muito que você ficasse aqui e não lá embaixo sozinha.

— Christian, olha eu...

— Anastácia, só me ouve e você decide se quer ficar ou não, eu disse no carro e volto a repetir você agora tem total liberdade de escolher qualquer coisa, onde e quando quer ficar, me deixa explicar e se você ainda sim não quiser ficar aqui, em uma hora eu resolvo tudo em relação ao apartamento, tudo bem?

SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora