Pv. Christian
Fiquei em choque ao ver Ana toda produzida, ela está linda, nem de longe parece a mesma de quando a conheci, toda ansiedade que estava sentindo passou ao vê-la e mentalmente agradeço por Katherine tê-la trazido em segurança.
Agora estou no meu quarto me arrumando vou levar Ana para jantar fora, porém, a dor que sinto em meu peito é algo que senti só uma vez, quando meus avós sofriam por causa de uma golpista.
Como algo tão pequeno pode me incomodar tanto a ponto de estragar a noite que seguia descontraída, apesar de não estar mais tanto no clima, vou seguir com o plano inicial de jantarmos fora, minha vontade neste momento era me enfiar no escritório e não sair mais de lá.
Tento me acalmar, mas é inútil, visto uma calça social e blusa preta assim como está meu humor, saio do quarto dando de cara com Ana, meu coração erra uma batida, ela está linda, faço um breve elogio e seguimos, dispenso Taylor, já basta meu humor, não preciso do olhar de julgamento dele, não hoje.
Estamos sentados à mesa de um restaurante aconchegante as luzes de cor âmbar dão um clima confortável e agradável, observo as pessoas conversando e sorrindo, Anastácia não me olha, acredito que tenha percebido que algo está me incomodando.
Questiono me se tenho o direito de cobrar algo dela, e por mais que minha mente dê voltas e voltas com vários argumentos, sei que não tenho direito de cobrar e muito menos questiona-la por nada, mas mesmo assim eu faço.
— Até quando vai usar isso? — Pergunto colocando o dedo sobre sua aliança.
Me observa por um momento, e sei que me estuda, o pouco tempo convivendo com Ana, já entendi que ela busca a reação das pessoas através do olhar, imagino que era assim que se preparava para o que estava para acontecer com ela.
— Até eu conseguir me livrar do sentimento de que estou presa a ele pelo resto da minha vida. — Fecho meus olhos sentindo uma dor absurda, por mais que todos a sua volta diga que ela não tem que seguir presa a Alex, nada vai adiantar entendo que isso terá que partir dela.
— Entendo.
— Entendi? — Pergunta e sei que não acredita em mim.
— Sim, apesar de discordar e ter muitos argumentos em relação a isso, eu entendi que tem que partir de você o querer, não basta eu ou os outros falarem.
— Eu quero, mas não é tão simples quanto parece.
— Tudo bem, não quero mais falar sobre isso.
— Desculpa. — Seus olhos transmitem apreensão.
— Não se desculpe Anastácia como eu disse antes a vida é sua e você tem direito de escolha.
— Não é direito de escolha.
— É sim, você não escolheu estar liga a ele, até onde sei você não teve a oportunidade de escolher se casar com ele, então sim, é escolha, você precisa escolher se livrar desse sentimento, agora você é livre Anastácia.
— Tudo bem. — É tudo que diz e sei que quer encerrar o assunto.
— Já começou a olhar sobre a faculdade? — Pergunto mudando completamente de assunto, percebo que respira aliviada pela mudança.
— Ainda não, mas amanhã mesmo farei isso.
— Se precisar de ajuda é só falar.
A conversa seguiu por esse caminho, não tocamos mais no assunto ex-marido, só queria entender o porquê aquela aliança me incomoda tanto, gostaria de sugerir um acompanhamento psicológico, e tenho receio de como ela interpretará, talvez Katherine possa me ajudar com isso.
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Silêncio
RomansaO Silêncio não é apenas superficial. Às vezes me pego pensando o porque da minha vida ser assim, será que eu errei tanto a ponto de merecer passar por tudo isso? A religião não deveria ser onde as pessoas sentem conforto, se sente amadas e seguras...