PV. Anastácia
Não sei quanto tempo se passou até que a porta do quarto se abre, vejo meu pai passar por ela sozinho, me mantenho em silêncio, ele não me olha, longos minutos se passam.
— Me perdoa. — Pede sem conseguir me olhar.
— Pai.
— Não Ana, me perdoa por ter sido negligente, por nem sempre enxergar o que estava embaixo do meu nariz, como pude ser tão cego a ponto de não ver? — Passa as mãos nos cabelos nervoso, só então percebo que ele e Christian tem a mesma mania.
— O Senhor não poderia prever pai, nem sempre estava em casa, ela sabia como agir.
— Sim, tanto sabia que conseguiu me enganar por tantos anos, mas agora chega Ana, acabou seu sofrimento filha eu prometo.
— Infelizmente não acabou pai, estou ligada a Alex o resto da vida.
— Não, você não está, assim como não estou ligado à sua mãe, só estamos ligados com quem queremos estar Ana, eu prometo que vou fazer por você tudo que não pude fazer ou que deixei de fazer todos esses anos.
— Como assim não está ligado à minha mãe, pai, o casamento é sagrado, um laço indissolúvel.
— Eu não sei quem te falou tudo isso, mas você não vai continuar casada com esse homem Anastácia.
O encaro por um tempo, sem saber o que dizer.
— Não me olhe assim, estou começando a considerar a ideia do Sr. Grey.
— Qual ideia pai?
— De você ficar com a família dele.
O encaro por um tempo, não entendendo o que está acontecendo, e com várias perguntas na minha cabeça sobre o que os dois conversaram.
A porta se abre não me dando chance de perguntar para o meu pai, por ela passa os avós de Christian e Kate, os três me olham com lindos sorrisos.
— Bom dia, como você está minha filha? — Os dois idosos se aproximam e me olham com carinho.
— Estou bem, obrigada por perguntar. — Respondo um pouco tímida, nunca tive tanta atenção em toda minha vida, e tudo isso é muito novo para mim.
— Que bom. — Dona Iara diz com carinho.
Olho para Kate que me encara um pouco mais séria do que de costume.
— Ana, seus exames não estão nada bons, você vai precisar ficar aqui por mais tempo, também precisa se alimentar melhor, tomar as vitaminas.
— Ela vai tomar tudo Doutora. — Meu pai se pronuncia pela primeira vez depois que eles chegaram.
— O Senhor é?
— Não seja grosseiro Theo. — Dona Iara o repreende, o olhar que lança ao meu pai é o mesmo de Christian, agora percebo como essa família é protetora, primeiro Kate e Elliot, depois os avós e agora até mesmo Christian, é engraçado sentir esse carinho vindo de pessoas que não são nada minhas, que não deveriam se importar, mas se importam.
— Sou o pai dela.
— E o Senhor já tomou uma atitude de pai em relação ao homem que se dizia marido de Ana?
— Theodore Grey. — Dona Iara agora diz muito brava. — Pare já com isso, quem lhe deu o direito de falar assim com as pessoas?
Ele cruza os braços sobre o peito como uma criança pirracenta, mas não desvia o olhar, meu pai por outro lado não está bravo, posso ver até um pequeno sorriso se formando em seus lábios.
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Silêncio
RomansaO Silêncio não é apenas superficial. Às vezes me pego pensando o porque da minha vida ser assim, será que eu errei tanto a ponto de merecer passar por tudo isso? A religião não deveria ser onde as pessoas sentem conforto, se sente amadas e seguras...