Capítulo 15

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Pv. Christian

— Avisou a mais alguém a não ser Katherine?

— A polícia e seu irmão Senhor, pedi para que não contasse para os seus avós, primeiro vamos encontrar a menina, não sabemos em qual estado ela está.

Dou apenas um aceno de cabeça, sinto meu sangue ferver só de imaginar que o desgraçado do marido possa ter feito algo com ela.

— Chegamos.

Olho para fora, vejo uma casa simples parece bem cuidada, olhando assim ninguém diz que se vive o inferno aí dentro, vejo o carro de Elliot parar logo atrás do meu, no mesmo momento em que um homem está abrindo o portão, Taylor desce do carro tão rápido quanto segura o cidadão que o encara assustado.

Olho para Kate e ela confirma que esse é o marido, pego a chave da mão dele com receio do que posso ver ao abrir a porta, ouço alguns protestos e vejo Taylor dar um soco na cara do infeliz.

Abro a porta e meu corpo trava ao encontrar Anastácia deitada em um pequeno sofá, seu corpo treme, me aproximo e toco em sua testa, ela está suando frio, seus olhos se abrem e me encaram com surpresa e intensidade.

Kate passa por mim, e diz que ela precisa ser levada para o hospital, a pego no colo, vejo todos me olhando com surpresa, não temos tempo a perder, ao sair vejo o homem que Taylor pegou sendo algemado e colocado na viatura, meu segurança abre a porta para mim com Ana ainda no colo entro com ela na parte de trás, Taylor toma seu lugar e somos levados para o hospital.

Anastácia vai todo o caminho desmaiada, ela está muito quente e continua suando, observo seu rosto e vejo vários hematomas, a parte do seu corpo que está exposta tem marcas, fecho os olhos tentando controlar a raiva crescente em meu peito.

É por essas merdas que me tornei promotor é por causa de desgraçados como esses que faço o meu trabalho, a vontade que tenho é de voltar lá e socar a cara dele, de fazer com ele tudo que fez com Anastácia.

Estou tão perdido em pensamentos e na minha raiva daquele desgraçado que nem havia percebido que já estávamos no hospital e a porta do meu carro estava sendo aberta.

Alguém tira Ana dos meus braços e sinto um vazia absurdo, não sei o que pode ser, talvez apenas vontade de protege-la.

Vejo Kate sumir com ela para dentro do hospital.

— Taylor? Me atualize.

— Senhor, até o momento tudo o que sei é que aquele é o marido, vou até a delegacia ver o que consigo.

— Tudo bem, me mantenha informado. — Digo e ele se vira para sair. — Taylor. — Ele se vira me olhando. — Trate para que ele não saia de lá, eu quero esse caso, esse caso é meu. — Digo entre os dentes.

— Sim Senhor.

Ligo para o delegado que é meu amigo, o coloco a par da situação ou de parte dela, ele diz para não me preocupar, desligo o celular o colocando novamente no bolso.

Ando de um lado para o outro, odeio essa espera e a falta de informação, horas se passam e nada, Elliot me pede calma, mas não consigo mais esperar, quando penso em tentar invadir o hospital, Kate passa pela mesma porta que sumiu com Anastácia.

Minha cunhada tem o rosto cansado, na verdade ela parece exausta, se joga nos braços de Elliot e chora como uma criança, não quero pensar no pior, mas mediante o desespero dela, está impossível.

Sinto que meu coração está sendo esmagado e não consigo definir o sentimento que tenho agora.

— Kate? — Chamo, ela limpa o rosto e nos encara soltando um longo suspiro. — Ana perdeu o bebê, ela está com Sepse, pelo que parece sofreu o aborto em casa, porém não veio ao hospital fazer a curetagem, isso desencadeou uma infecção que não tratada se espalhou, ela está muito mal, terá que ficar aqui, iniciamos os antibióticos, mas a infecção está muito grave, não sei se ela vai conseguir sair dessa. — Diz e se joga novamente nos braços do meu irmão chorando.

Passo as mãos nos cabelos nervoso.

— Posso vê-la? — Peço e pela primeira vez os dois me encaram. — Por favor. — Peço, não sei porque, mas preciso vê-la, quero ficar com ela.

— Sim. — Kate diz ainda perdida com meu pedido.

Sigo com os dois até o quarto que ela nos indica, entro e Ana está lá, seu corpo já não treme mais, me aproximo e toco em seu rosto a febre também já passou, Kate e Elliot não dizem nada, apenas me observam.

Sei que estão surpresos com minha atitude, até eu estou, não consigo entender esse sentimento que cresce dentro de mim, uma vontade absurda de protege-la de tirá-la de todo aquele sofrimento toma conta de mim.

— Vou ficar com ela essa noite. — Agora tenho certeza que os olhos deles vão saltar do rosto, sem dizer nada se viram e sai.

Pego a cadeira e puxo para perto da cama dela, Deus porque existe tanta maldade no mundo.

— Eu cuidarei para que ele nunca mais toque um dedo em você. — Digo e encosto minha cabeça em sua cama.

Acordo assustado com meu celular tocando, olho em volta e me lembro de estar no quarto de Anastácia, meu celular volta a tocar, atendo rápido para que ela não acorde.

— Grey.

— Senhor, não tenho boas notícias.

— Continue.

— O delegado disse que sem flagrante não pode segurá-lo por mais de vinte e quatro horas.

— Desgraçado, Taylor eu quero que revire a vida dele, preciso que descubra qualquer merda que o faça ser preso.

— Sim Senhor.

— Quero que esse desgraçado apodreça na cadeia, se puder que ele vá para o inferno vai ser ainda melhor. — Digo entre os dentes.

Me viro e encontro o par de olhos azuis mais lindos que já vi me observando, ela parece estar confusa.

— Como se sente? — Pergunto me aproximando.

— Estranha. — Responde ainda um pouco confusa.

A porta do quarto se abre, por ela passa Kate, Elliot e meus avós.

Eles começam a explicar para ela o que aconteceu e como chegamos até ela, meu avô diz que ela não pode voltar para aquele inferno que chama de vida.

Ela me olha um pouco apreensiva talvez até com um pouco de medo, não posso julgá-la por pensar assim de mim, eu fui um idiota com ela.

— Não sou o monstro que pensa Anastácia.

— Eu não penso nada Senhor.

Odeio quando me chama assim.

— Christian, me chame pelo meu nome.

Não me responde e volta a olhar para Kate.

— Contou tudo? — Pergunta ainda desconfiada.

— Sim, Ana.

— Meu bebê? — Pergunta com os olhos cheios de lágrimas. — Eu o perdi não foi? — Kate não responde só abraça.

Depois disso ela não falou mais nada, se fechou e nem mesmo meus avós conseguiram arrancar uma palavra dela.

Travo uma pequena guerra com Katherine que queria fica com Anastácia, mas eu não deixei, preciso estar com ela, para ter certeza de que ficará segura.

Me sento ao lado dela permanecendo quieto, após quase duas horas em completo silêncio, uma enfermeira chega para colher sangue, ela vira o rosto e parece ter medo, no impulso seguro sua mão tentando passar confiança, ela aperta minha mão com os olhos fixos nos meus.

— Prontinho. — Enfermeira diz e sai nos deixando sozinhos.

— Sei que é ocupado, se quiser pode ir, eu vou ficar bem.

— Não. — Digo mais firme do que gostaria. — Eu quero ficar aqui com você.

— Porque? — Pergunta confusa.

— Cometi um erro e não pretendo cometer outro.

— Você é estranho. — Diz e seu rosto logo fica vermelho, solto uma gargalhada.

— Já fui acusado de muitas coisas Anastácia, mas de ser estranho é a primeira vez. 

SilêncioOnde histórias criam vida. Descubra agora