FELIX
A estrutura de Juilliard era impiedosa e moderna ao redor dos prédios antigos e sem vida de Nova Iorque. A faculdade ficava localizada na Broadway, na intersecção com a avenida Colombus, entre as ruas 65 e 66, e apenas uma quadra de distância do Central Park. Tudo isso havia descoberto no caminho a pé com Minho até lá, enquanto ele tagarelava sobre a cidade e nos guiava por entre os prédios altos e sinuosos. De acordo com ele, na quadra ao lado da faculdade tínhamos a Casa Metropolitana de Ópera e o Centro Lincoln de Performances Artísticas. Enquanto ele falava, minha cabeça começava a doer com tantos nomes difíceis.
— Ali, olhe! Chegamos! — Ele disse, pulando animado na calçada assim que nos aproximávamos de Juilliard, e o prédio era mesmo impressionante.
O prédio era de esquina, e tinha o exato formato de um trapézio retângulo, com sua ponta voltada para a famosa Broadway. Apesar de explêndido, o prédio era baixo, devia ter apenas cinco andares, e era todo revestido de vidro. Prendo a respiração, chocado. Aquilo era mais bonito do que eu poderia ter imaginado.
— Não é lindo? Vai, vai ali, deixa eu tirar uma foto sua! — Minho me empurrou para frente, e, envergonhado, andei até próximo à entrada e me virei para ele — sorriso! Cadê o sorriso? — perguntou, irritado, enquanto segurava o celular em frente ao seu rosto.
Bufo. A última coisa que eu queria era todos sabendo que eu era um forasteiro.
— Ei! Bom dia — vi aquele amigo do meu irmão se aproximar por trás dele. Seu cabelo estava penteado e carregava uma mochila nas costas, enquanto em suas mãos trazia um suporte de uma cafeteria com três copos de café dentro. Minho falou algo, que não escutei pelo barulho dos carros.
— Vai, sorri logo! — Minho pediu um tempo depois e fiz um esforço. Assim que ele tirou a foto e voltou a conversar com Han, um garoto esbarrou em mim. Ele carregava o que eu julguei ser um quadro de pintura, além de uma enorme mochila em suas costas.
Me desequilibrei e quase caí, se não fosse Han ter aparecido com Minho naquele exato momento e me segurado.
— Desculpa, desculpa... bom dia — o garoto falou, apressado, e se afastou, entrando no prédio da Juilliard em seguida. Levo a mão ao meu ombro, sentindo ele dolorido.
— Ele deveria olhar por onde anda — Jisung disse, ainda olhando para onde o garoto havia entrado.
— Não foi nada — digo, agradecendo em seguida por ele ter me segurado — acho que você vai passar muito tempo com a gente agora... não é?
Han olhou para Minho, que sorriu.
— Ele é meu melhor amigo. Não precisa ter medo, ele não vai te incomodar — Lee Minho disse, pegando um dos copos de café que Han trouxe e me entregando.
— Com leite e chantilly, certo? — Jisung perguntou, vendo meu olhar desconfiado para o copo. — Minho me disse. Aliás, é melhor eu ir indo, 'tô atrasado — falou após olhar em seu relógio, e saiu andando depressa para dentro da faculdade.
— Vai, vamos. — Meu irmão disse, colocando o braço em volta do meu pescoço e andando comigo para dentro do prédio.
Assim que entramos, fiquei fascinado com o lobby enquanto Minho respondia todas as perguntas que a mulher da recepção me fazia. Agora eu começava a entender que se não fosse meu irmão, eu jamais seria capaz de vir para cá. Iria ter uma crise antes de conseguir responder a todas as perguntas que ela fazia.
— Ok, ele pode assinar aqui? E aqui está o cartão de estudante dele. — A ouvir dizer e me aproximei do balcão novamente, olhando para o cartão cinza claro com uma foto minha e minhas identificações. Pego a caneta com ela e assino o papel sem ver o que era, logo colocando meu cartão no bolso.
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Juilliard (hyunlix)
FanfictionLee Felix foi aprovado na melhor faculdade de artes, drama e música do mundo: Juilliard. E, mesmo tendo problemas de socialização causados pela superproteção de seus pais, ele resolve sair de casa e ir para Juilliard, onde descobrirá mais de si mesm...