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MINHO

— Eles não vão se soltar? — Pergunto quando percebo que já estávamos ali a mais de cinco minutos observando os dois abraçados enquanto choravam e murmuravam coisas um para o outro. E a cada minuto que se passava, eu sentia vontade de socar a cara de Hyunjin.

— Você é mesmo contra o amor, hein? — Jeongin falou, lembrando do dia em que desliguei a televisão que eles assistiam no meio de um episódio de um dorama de romance. Hanji riu.

— Eles só estão matando a saudades, deixa de ser amargurado — Han falou, cutucando minha costela numa tentativa de me fazer rir. Não conseguiu. — Não vai arranjar confusão agora, ok? Você pode conversar com Felix e Hyunjin amanhã, sabe... deixa a emoção passar primeiro. 

— É, Felix não precisa do seu sermão no ouvido dele agora. — Seungmin se mete onde não foi chamado.

— Nem Hyunjin, olha, não consigo imaginar o quão ruim é para você ver seu irmão ainda gostar de alguém que o machucou, mas dessa vez Hyunjin realmente não fez por querer. — Bangchan comenta e todos viram o olhar para ele, curiosos. Mas Seungmin já parecia saber do que se tratava, porque concordou com a cabeça. — Eventualmente, ele vai contar para Felix e vão se acertar.

— Felix cresceu, Minho. Ele não é mais aquele garoto catarrento de nove anos de idade que chorava quando a gente deixava ele de fora das brincadeiras — Han fala, trazendo uma memória não tão boa assim à minha mente. Eu lembrava exatamente desse dia, e de como minha mãe me bateu quando Han foi embora, tudo porque eu tinha feito meu irmão chorar. Bufo irritado.

— Tá bom, tá bom... — falo apenas para que eles parassem de defender Hyunjin para mim. Eu sabia o quão mal todas as vezes meu irmão havia ficado, e eu me importava com ele o suficiente para ter mil motivos para não querer Hyunjin próximo dele.

Quando os dois finalmente cansaram, pudemos ir para casa. Apesar do semblante cansado, das olheiras escuras e do rosto inchado de Felix, ele não parecia tão melancólico agora, sentado ao lado de Hyunjin no carro, enquanto os dois mantinham as mãos dadas e os dedos entrelaçados. Quanta baboseira.

— Seungmin, o que vai fazer agora? — Hanji pergunta, quebrando o silêncio do carro. Bangchan, agora que estava livre de qualquer drama de amigos, havia ido em seu próprio carro. No meu estavam Felix, Hyunjin, Seungmin e Han.

— Pretendo dormir por uns dois dias, nunca estive tão cansado — o garoto comenta, bocejando, e faço uma curva, entrando na rua de nossos prédios.

Quando estaciono o carro na garagem, Seungmin despede-se da gente. Olho para Hyunjin, que desvia seu olhar. 

— Você não vai com ele não? — pergunto apontando para o caminho que Seungmin havia seguido.

— Lino, eu tinha pensado em a gente sair. Queria ir jantar, você não tá com fome? — Hanji questiona sem deixar Hyunjin responder. Desvio meu olhar para ele e percebo o que ele tentava fazer.

— Não.

— Tanto faz, mas você vai me levar para jantar. — Ele diz e volta a entrar no carro, fechando a porta.

Olho para Felix e para Hyunjin novamente, que continuava evitando meu olhar. Abro a boca para reclamar, mas Han é mais rápido e escuto seu grito abafado vindo de dentro do carro.

FELIX

— Lix, que horas são? — Hyunjin murmurou embaixo de mim, trocando de assunto inesperadamente. Pisco algumas vezes, confuso com a mudança no assunto, até entender o que ele havia dito e olhar em meu celular.

Juilliard (hyunlix)Onde histórias criam vida. Descubra agora