Capítulo 8 - Maya Matarazzo

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-Maya. 

Meus olhos se enchem de lágrimas ao ouvir sua voz. 

-Olha pra mim Maya. -Dangler fala e me recuso a virar. 

A saudade, a vergonha e a culpa entram em guerra dentro de mim. 

-Por favor. 

Sua voz agora está bem próxima e sinto o calor do seu corpo atrás de mim e respiro fundo ao sentir o seu perfume mais forte. 

-Me deixe ver os seus olhos. 

Abro os olhos e sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto. 

Como ele descobriu? 

Como ele chegou aqui?

-Eu preciso ver os seus olhos Maya por favor.

Respiro fundo e me viro. 

Dangler me olha com os olhos marejados e toca levemente meu rosto. 

-Você está viva. -Sussurra e me abraça com força. 

Assim que senti seus braços em volta de mim foi como se eu voltasse a viver por alguns segundos mas logo a dor e a culpa estavam de volta me corroendo por dentro como um maldito veneno que poderia me matar a qualquer momento, Dangler é uma parte de mim isso é inegável mas ainda falta muitas outras partes para que eu me sinta completa de novo, viva de novo e infelizmente apenas ele não é capaz de preencher o vazio que eu venho sentindo desde o dia que forjei a minha morte, desde o dia que trai aqueles que amo.

Dangler se afasta de mim e me olha com decepção.

-Me ouve Dangler. -Peço e ele nega com a cabeça e sai da sala sem olhar para trás. 

Meu peito dói e sinto como se tivesse a porra de uma faca cravada no meu coração. 

Ele não vai me perdoar.

-Eu converso com ele Maya tente se acalmar por favor. -Black fala e eu apenas abaixo a cabeça quando a dor no meu peito aumenta ao ter a prova diante dos meus olhos que feri e magoei as pessoas que amo demais e que não serei perdoada. 

Eu não mereço perdão. 

-Obrigada Black e vocês cuidem do corpo do Edgar per favore. -Falo olhando para o Connor, Chad e Ralph eles concordam com a cabeça e depois saio da sala.

Entro no quarto e me encosto na porta e choro, o desespero que sinto é tão grande que perco as forças e caio no chão. 

-Preciso ser forte. 

-Nicolas precisa de mim. 

-Pietro precisa de mim. 

Fico repetindo essas frases até me acalmar o suficiente para me levantar e correr para a cama. 

-Me perdoem. -Sussurro e me encolho na cama. 

Sei que o que fiz foi algo cruel e desumano mas infelizmente foi necessário nós precisávamos enganar o figlio di puttana do González e bom dessa forma ele daria um tempo para o Pietro e assim o meu fratello poderia focar em achar a filha do Mirko o e eu poderia enfrentar o González nas sombras. Eu poderia ter feito como o Pietro sugeriu de inicio e ter contato a todos sobre o meu plano mas o receio que tive foi mais forte do que a razão, quem conseguiria fingir um luto? Qual marido faria isso? Ou pai?

Tudo tinha que ser real. 

O González tinha que acreditar na minha morte. 

 E se eu seguisse a ideia do Pietro o plano começaria já sendo um fracasso então segui a minha intuição e fiz o que planejei. Nicolas é apenas um bebê e preciso salvar ele e farei o que for preciso para Trazer ele de volta para a mãe e o pai. 

Camaleonte (Livro 1 Pietro Matarazzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora