Capítulo 33 - Keeper

508 59 18
                                    

Semanas atrás ...

Dor. 

Desespero. 

Tristeza. 

Luto. 

Perder a Maya destruiu a minha alma. 

Ver a mulher que eu amo mais do que a mim mesmo dentro de um caixão foi como ter a porra de um punhal cravado no meu peito. 

Olho para a arma em cima da minha mesa e meu coração grita para que eu acabe com todo o sofrimento e depois de um suspiro cheio de dor eu pego a arma. 

-Porque você me deixou Maya? Como eu vou viver sem você? -Sussurro enquanto olho para a arma. 

Pego a garrafa de whisky e bebo. 

A ardência na garganta é bem vinda. 

As lembranças da Maya maltratam o meu coração e sinto dor. 

Porque ela me deixou? 

Porque ela me fez amar ela se ia me deixar?

Olho para a arma na minha mão e ao mesmo tempo ouço a risada da Maya na minha cabeça e isso me enche de raiva. 

Raiva de mim. 

Raiva do filho da puta que me tirou ela. 

Raiva dela. 

Raiva do destino. 

Inferno.

-PORRA MAYA PORQUE VOCÊ ESTAVA LÁ SOZINHA? PORQUE DEIXOU QUE ATIRASSEM EM VOCÊ? PORQUE NÃO MATOU O FILHO DA PUTA? PORQUE NÃO LUTOU? PORQUE NÃO LUTOU PELA NOSSA FILHA? POR MIM? EU TE ODEIO MAYA! -Grito e jogo a garrafa de whisky na parede.

Minha respiração falha e sinto minha mão tremer e minha mente grita para que eu dê um fim a essa maldita dor. 

-Eu te amo Dominic e nada vai nos separar eu sempre estarei ao seu lado, sempre voltarei para você e para a nossa filha. 

Mas ela não voltou.

-Você é uma mentirosa Maya. -Sussurro enquanto choro.

As palavras da Maya ficam se repetindo na minha cabeça assim como cada memória que tenho dela. 

Me lembro como fui um filho da puta com ela no começo, depois a sua volta, a tortura que passei nas mãos dela e da famiglia, a luta pelo perdão, todo o treinamento, as surras, os aprendizados, o primeiro beijo, a nossa primeira vez, a minha vinda para a Itália, as brigas, o nosso amor e por fim a nossa filha. 

Minha mente desliga e meu coração acelera dentro do peito.

Olho em volto e tudo parece sem cor, sem vida e dou um sorriso triste. 

O que tudo isso importa agora que não tenho ela ao meu lado?

A dor dentro de mim me sufoca e a escuridão me domina. 

As lágrimas descem sem que eu consiga controlar.

Olho mais uma vez para a arma. 

-Maya. -Sussurro entre soluços.. 

Engatilho a arma e coloco ela na minha cabeça. 

-Eu não posso viver sem você Maya. -Sussurro. 

Coloco o dedo no gatilho. 

-Rebecca olha como o seu papai é bobo fazendo careta só porque você encheu a fralda dá língua pra ele meu amor. 

Uma lembrança me tira o chão e só então percebo o que estou fazendo e abaixo a arma. 

Rebecca. 

Camaleonte (Livro 1 Pietro Matarazzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora