Capítulo 22 - Alina Blackwell

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Anos atrás ...

-VOCÊ QUERIA ME FALIR SENHORITA BLACKWELL? -O engravatado com cara de sapo grita assim que sai do elevador. 

-Algum problema senhor? -Pergunto e dou o meu melhor sorriso inocente para ele. 

O cretino respira fundo e depois me olha como se quisesse me matar. 

Bom estamos empatados então porque eu também quero matar ele e se possível enforcando ele com a gravata azul que está usando. 

-Isso vai ter volta senhorita Blackwell. -Fala e entra na sua sala. 

Assim que a porta se fecha eu começo a rir. 

Eu gastei nada mais nada menos que quinhentos e cinquenta mil dólares. 

Engula essa seu cretino.

Eu comprei dois vestidos caríssimos, joias, bolsas, sapatos, maquiagem, perfumes, roupas para a viagem, marquei salão de beleza incluindo massagem e até comprei malas novas. 

Ele não queria que eu usasse o cartão? Pois bem eu usei. 

A porta do elevador abre e vejo o senhor Ettore saindo. 

-O que aconteceu dessa vez? Pietro me ligou e estava puto. -O senhor Ettore fala assim que para em frente a minha mesa e dou um sorriso. 

-Que eu saiba não aconteceu nada senhor Ettore. -Falo docemente e o senhor Ettore me olha desconfiado. 

-Se vocês continuarem assim eu vou ficar grisalho antes dos trinta. -O senhor Ettore fala e dou uma risada. 

-Eu só fiz o que o senhor Pietro mandou senhor. -Falo e o senhor Ettore nega com a cabeça várias vezes e depois vai para a sala do cretino.

Passo a tarde resolvendo umas coisas e marcando algumas reuniões e assim que dá a minha hora eu arrumo as minhas coisas para ir embora e antes de me levantar eu respiro fundo me lembrando do pedido que o senhor Ettore me fez quando saiu da sala do engravatado com cara de sapo. 

-Por favor Alina tenha paciência com o Pietro eu sei que ele tem um gênio difícil e provavelmente você quer matar ele a cada segundo do dia mas acredite em mim o Pietro tem o seu lado bom ele só se perdeu pelo caminho depois de tantas dores que sentiu na vida então eu te peço tenha calma com ele. 

Fecho os olhos ao lembrar das palavras do senhor Ettore. 

Dores que sentiu na vida?

Porque meu coração se apertou quando ouvi essas palavras? 

Porque senti vontade de proteger o cretino? 

Balanço a cabeça para espantar esses pensamentos e me levanto e vou em direção a porta da sala do meu chefinho. 

Bato na porta e espero. 

-Entre. -Ouço sua voz e abro a porta. 

Assim que olho na direção da sua mesa eu sinto meu coração se encher de angustia ao ver o cretino olhando para o nada com tanta dor nos olhos e me preocupo ao ver uma garrafa de whisky vazia e outra pela metade em cima da mesa. 

-O que deseja senhorita Blackwell? -O cretino pergunta e ando rapidamente até a sua mesa. 

-O senhor está bem? -Pergunto ignorando a sua pergunta. 

Meu corpo se arrepia quando ele olha nos meus olhos e vejo o quanto ele parece perdido. 

-Pode ir para a casa senhorita Blackwell e não se esqueça da festa amanhã eu passarei na sua casa ás oito da noite em ponto. -O cretino fala e enche o seu corpo de novo. 

Camaleonte (Livro 1 Pietro Matarazzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora