Prólogo - Pietro Matarazzo

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Já são uma hora da manhã e sinto meu coração bater forte enquanto aperto o volante com força. 

-Porque estão demorando tanto? -Sussurro e luto contra mim mesmo para não abrir a porta e ir atrás deles.

Lembrar  de como todos estavam mais cedo faz o meu corpo se arrepiar e a dor dentro de mim se torna cada vez maior. Suspiro e encosto a testa no volante e sem querer deixo a minha mente vagar pelo passado.

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Anos atrás ...

-Eu preciso de uma secretária cazzo. -Falo puto. 

-O que aconteceu com a última que eu arrumei para você Pietro? -Ettore pergunta depois de suspirar cansado.

-Ela era burra e além disso não sabia fazer a merda de um café decente. -Falo e bato com força na minha mesa. 

-E custava muito você ensinar a pobre moça a fazer o café do seu agrado? -Ettore pergunta e olho incrédulo para ele. 

Dou uma risada amarga e me levanto. 

-Eu sou capo e CEO de várias empresas e agora você quer que eu seja professor também? Me poupe Ettore se uma pessoa não sabe sequer fazer um café como que ela se candidata a ser secretária? -Pergunto e ele revira os olhos. 

Me sento e começo a ler alguns contratos.

-Tudo bem Pietro eu vou conseguir outra secretária mas por favor tente ser mais compreensivo e principalmente mais calmo. -Ettore fala e resmungo enquanto ele sai da minha sala.

Fecho os olhos e penso no meu papá deitado naquela maldita cama e sinto meu coração se apertar dentro do peito. Não foi fácil crescer sem a minha famiglia e hoje ter que comandar uma das maiores máfias do mundo e ainda cuidar dos negócios é difícil mas eu gosto está no meu sangue ser um líder afinal eu sou um Matarazzo. 

Três horas depois o Ettore abre a porta do meu escritório sem sequer bater e reviro os olhos. 

-Onde está a sua educação Ettore? -Pergunto. 

-No útero da minha mãe. -Ettore responde como uma criança de cinco anos. 

Infantil. 

-O que você quer? -Pergunto. 

-Eu já achei uma secretária para você mas antes de te apresentar ela eu quero pedir que por favor você seja um bom menino e faça um esforço dessa vez porque essa será a quinta secretária em menos de um mês e eu já estou ficando louco. -Ettore fala e eu apenas balanço a cabeça. 

Ele suspira e vai até a porta e abre ela. 

-Alina Blackwell. -Ettore fala depois que uma moça entra. 

Ela é linda devo admitir mas tem cara de ser patricinha e duvido que saiba fazer café. 

-Senhor Matarazzo será um prazer trabalhar com o senhor. -Alina fala com um sorriso.

-Sabe fazer café? -Pergunto e ela me olha confusa já o Ettore me olha de boca aberta. 

Alina me olha e vejo uma pitada de desafio nos seus olhos. 

-E claro que sei senhor. -Alina fala em um tom arrogante. 

Atrevida.

-E o que veremos senhorita Alina. -Falo com um sorriso. 

Eu quase posso ver fumaça saindo dos seus ouvidos. 

Ela está irritada. 

Isso vai ser divertido. 

Camaleonte (Livro 1 Pietro Matarazzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora