Capítulo 10 - Alec Owen Matarazzo

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A mentira da Maya e do Pietro doeu demais, a dor de ter pensando que eu tinha perdido a minha irmã quase me levou a loucura se não fosse a minha mulher, o meu filho, o Pietro, o meu pai e os meus irmãos do MC eu teria me entregado a dor sem pensar duas vezes. 

Fecho os olhos por um segundo ao lembrar da sensação que senti quando segurei a mão fria da Maya no seu falso enterro. 

Aquilo doeu. 

Naquele momento eu implorei a Deus por um milagre. 

Implorei para que ele trouxesse a minha pequena bebê de volta. 

Mas no fundo eu sabia que era impossível. 

Eu tinha perdido uma parte de mim, uma parte do meu pai e da minha mãe. 

Eu tinha perdido um dos meus alicerces. 

Eu estava na escuridão. 

O primeiro dia sem a Maya eu apenas senti dor, o segundo dia eu me sentia anestesiado tudo a minha volta parecia sem vida, no terceiro eu senti como se estivesse vivendo um verdadeiro inferno e foi ai que percebi que precisava estar com um dos meus alicerces aquele que aprendi a confiar e amar mesmo já tendo sido torturado por ele e foi então que percebi que algo estava errado.

Cheguei no galpão sul e encontrei o Pietro focado em achar a filho do Mirko, a vadia vem brincando de gato e rato com ele a mais ou menos um ano e porra eu entendo que o Pietro precisa acabar com os inimigos da famiglia mas e o assassino da Maya? Porque ele estava tão bem? Tão tranquilo? Nunca foi segredo para ninguém o quanto o Pietro amava a Maya e o quanto ele protegia e cuidava da nossa irmã e de repente quando ela foi tirada de nós em uma emboscada ele simplesmente finge que nada aconteceu? 

Eu queria vingança. 

Eu queria o sangue do filho da puta que tirou a sua vida. 

Eu queria achar o assassino da minha irmã mas o Pietro parecia que sequer estava sofrendo. 

Algo estava errado. 

Eu conseguia sentir. 

Observe, seja sempre um observador, pequenos detalhes podem salvar a sua vida um dia. 

E foi isso que eu fiz. 

Observei. 

E tudo que vi me levou a acreditar que a minha irmã não estava morta por isso eu fui até aquele maldito cemitério, eu precisava ter a prova final mesmo correndo o risco de estar enganado e ter que ver novamente o corpo da minha irmã.

Eu abri o caixão. 

E ele estava vazio.

Naquele momento dor, alegria, paz e alivio inundaram o meu corpo e minha mente. 

Quando coloquei o Pietro contra a parede e ele confirmou o que eu já sabia eu tive vontade de quebrar a cara dele mas ao saber do pequeno Nicolas meu coração mais uma vez se despedaçou e agora eu não sofria apenas pela mentira e por todos que ainda estavam sofrendo por ela eu também passei a sofrer pelo pequeno e foi por ele que resolvi vim ajudar a Maya mesmo sabendo que ver ela seria como se eu estivesse perante ao paraíso e ao inferno ao mesmo tempo.

É claro que eu estou muito feliz pela minha irmã estar viva mas porra será mesmo que era necessário ir tão longe? Eu até posso entender a situação mas será que não teria outro jeito? Outra forma de resolver tudo? A dor que essa mentira causou a todos nós foi tão grande que tenho medo do que pode acontecer quando a verdade vier á tona. 

Eu quero muito conversar com a Maya e expor tudo o que penso e tudo o que senti ao ver ela deitada naquele maldito caixão só para dias depois descobrir que tudo não passou de um plano dela com o Pietro mas agora precisamos focar em resgatar o nosso sobrinho e assim como eu sou capaz de ir ao inferno por ela e pelo Pietro eu serei capaz de qualquer coisa pelo Nicolas mesmo sem conhecer o pequeno e é por isso que estou em frente ao prédio do chefe de segurança do González esperando pelo sinal da Maya e do Black.

Camaleonte (Livro 1 Pietro Matarazzo)Onde histórias criam vida. Descubra agora