Este é o meu bebê.

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Eu sei que a cara esperta vai estar lá, mas eu não posso olhar para ela, porque eu vou querer mergulhar direito sobre ela. Eu preciso pegar minha respiração sob controle, porque a corrida ainda está zumbindo e o preto está começando a definir polegadas eu vou cair de cara no chão, se eu ficar.
— Você não pode estar. — Lo encaixa ansiosamente, parecendo muito insegura. — Foda-se!

É isto. Esse bebê vai nascer antes de qualquer um dos meus e sabendo o desespero de Lo por uma criança, ela vai tomar a primeira que ela pode colocar em suas mãos. Ela vai me deixar. Eu vou ficar sozinha com dois bebês gritando e sem ajuda. Meus bebês, sem a outra mãe. Quem vai esfregar meus pés quando eles estiverem inchados? Quem vai me amar de rendas quando eu estiver coberta de estrias? Quem é que vai me fazer comer quando não estiver com fome e meu ácido fólico e lamber manteiga de amendoim dos meus seios e pintar minhas unhas quando eu não puder alcançá-las? Eu começo a engasgar com pânico, mas então meus olhos caem sobre o pequeno pedaço de papel que Lo deixou cair no chão em favor de cuidar de mim. Ela não olhou para a foto como ela fez com a imagem de nossos bebês. Ela não caiu de joelhos ou pegou Marian para abraçá-la. O que há errado comigo? Eu me sinto como uma mescla de mais emoções exageradas. Eu estou em todos os lugares. Eu desço e pego a imagem de digitalização preta e branca. Estou sendo vigiada, por ambas, mas eu levo o meu tempo, em primeiro lugar, anotando o nome de Marian. Isto é definitivamente dela. Mas o que não está nesta imagem de varredura é uma data. Também não há uma gestação estimada. Eu estudo a imagem mais de perto.
— Camila, o que você está fazendo? — Lo pergunta, tentando me pegar em seu campo de visão, mas eu a ignoro.

— Sim, o que você está fazendo? — Marian assobia.

Eu aponto para a foto.
— Eu só estou tentando descobrir se você está de quatro ou cinco semanas de gravidez. — Eu divago, mantendo meus olhos na imagem. — Eu estou supondo apenas quatro.

— Tenho quatro meses. Não semanas.

— Não, você não tem. — Olho para Laur. Ela está segurando a respiração. — Quando foi a última vez que você dormiu com ela?

— Quatro, cinco meses. — Ela balança a cabeça, sua ruga fazendo uma dança preocupada na testa. — Camila, eu não posso pensar muito longe. Eu não existia antes de você. — Suas mãos repousam sobre os topos das minhas coxas e apertam. — Eu sempre usei camisinha, você sabe disso.

— Eu sei. — Eu concordo, mas há uma outra possibilidade e ela me mata se eu perguntar, especialmente na frente dessa intrusa. Eu cerro os olhos fechados. — Ela era uma das...—Eu engulo em torno de minhas palavras. — Será que você... — Ela me impede de minha luta pela vida.

— Não— ela diz a palavra suavemente e protege a nuca na palma da mão. — Olhe para mim. — Ela exige, baixinho, e eu olho. Eu bloqueio os olhos com ela e ela balança a cabeça, muito vagamente. —Não. — ela repete.

Concordo com a cabeça em uma expiração calma e ofereço um pequeno sorriso de confiança. Não há necessidade de uma confissão, porque ela não tem nada a confessar. Nossa troca tranquila de compreensão quase me faz esquecer que a Marian está de pé nas proximidades.
— Você vai ficar com ela quando ela está tendo um filho com outra mulher? — Ela pergunta com uma risada. — Onde está a sua autoestima?

— Eu vou esmagar agora. — Digo-lhe em voz baixa, pedindo pela sua permissão neste momento.

Ela sorri e deixa cair um beijo na minha bochecha.
— Divirta-se, querida. Mas, por favor, vamos fazer este um esmagar verbal. — Ela balança a cabeça em minha barriga, e depois vira um olhar de desprezo para a puta descarada, mas ela não diz nada. Ela está deixando um presente para mim.

Mi Mujer (3ª temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora