se vira e vai embora.

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Eu arrasto meu corpo exausto até as escadas para o apartamento de Dinah e vou direto para a cozinha, abro a geladeira e sou, imediatamente, confrontada com uma garrafa de vinho. Apenas olho para ela. Eu não sei por quanto tempo, mas os meus olhos estão fixos no nada. Ouço o som de uma voz muito familiar, afasto meus olhos, e me viro, vendo Dinah, mas a dela não era a voz familiar que me chamou a atenção. Demetria entra.
Ambas parecem tão culpadas quanto o pecado.
— O que está acontecendo? — Eu pergunto, batendo a porta da geladeira. DJ recua, mas permanece quieta. Minha irmã não, no entanto.

— Não é da sua conta. — Ela ataca, deslizando a mão ao redor da cintura de Dinah por trás dela, e, em seguida, beijando a bochecha dela. Esta é a primeira vez que eu vi ou falei com ela, desde o meu casamento, e ela não está simulando ser um reencontro feliz, também. Ela franze a testa para mim. — Talvez eu devesse perguntar o que está acontecendo. Por que você está aqui? — Eu congelo na posição e agito os olhos arregalados para Dinah, pegando-a sacudindo a cabeça muito leve. Ela não disse a ela.

— Apenas dando umas voltas depois do trabalho. — Eu volto meus olhos para Demi. — Quando você vai voltar para a Austrália?

— Não sei. — Ela dá de ombros, afastando a minha pergunta rapidamente. — Estou saindo.

— Tchau. — Eu cuspo, virando e reabrindo a geladeira para pegar a garrafa de vinho. Isso não deveria estar acontecendo, dada o meu atual estado das coisas, mas não posso ajudar, interferindo nisso. Dinah está pedindo para ter problemas, e eu estou gostando de minha irmã cada vez menos, a cada dia. Eu nunca pensei que ficaria feliz em vê-la pelas costas. Eu ignoro a troca de despedidas acontecendo atrás de mim e foco minha atenção em encher um copo grande de vinho.

No momento em que eu bebi metade, ouço passos descendo as escadas, e me dirijo a enfrentar minha estúpida amiga morena.
— Você está malditamente louca? — Eu aceno minha taça de vinho para ela.

— Provavelmente — ela resmunga, sentado-se em uma cadeira e sinalizando por um pouco de vinho.— Como você está se sentindo?

— Muito bem! — Eu pego mais um copo e despeje um pouco, passando-o sobre a mesa para ela. — Você realmente está me metendo em uma confusão.— Ela zomba e toma um gole rápido.

— Camila, vamos reavaliar a situação aqui? Você é a única que está casada há menos de uma semana, deixou a sua esposa e está grávida. — Eu recuo por sua severidade, enquanto ela observa acima o copo que estou apertando. Estou instantaneamente na defensiva.

— Tenho algumas semanas. Algumas mulheres não descobrem até que elas estejam de três meses. — Estou tentando abafar a culpa ardente que está fervendo no meu intestino.

Ela se levanta, sobe na bancada e acende um cigarro.
— Algumas bebidas não vão te fazer mal, não que isso importe. — ela diz, abrindo a janela da cozinha e apoiando o braço sobre a borda.

— Não que isso importe? — Eu franzo a testa, e tomo mais um gole relutante.

— Bem, você vai se livrar disso, não é? — Ela levanta as sobrancelhas claras para mim.

As palavras insensíveis cravam em minha consciência, mas isso não me impede de sorver mais vinho. Eu acho que estou mais em negação agora do que jamais estive.
— Sim— Murmuro, afundando-me em uma cadeira, meus pensamentos vagando em algum lugar.

— Certo! — O tom assertivo de Dinah se quebra do meu devaneio. — Nós estamos saindo.

—Estamos?—Eu digo. Essa é a última coisa que eu quero fazer.

— Sim, eu não vou deixar você lamentar por mais tempo. Será que ela ligou?— Ela dá uma tragada de seu cigarro e olha para mim com expectativa.

Eu gostaria de poder dizer que sim.
— Não— Seus lábios se contraem, e eu sei que ela está pensando que é estranho, também.

Mi Mujer (3ª temporada) Onde histórias criam vida. Descubra agora