09 | OS TRÊS MOSQUETEIROS

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LIS BELCHIOR

Meu coração parecia que iria pular pra fora assim que eu vi Lennon aparecer no portão do prédio, afobado. Corri até lá e o abri com minha chave de acesso com as mão tremendo, agarrei o seu corpo no mesmo instante. Ele beijou o topo da minha cabeça e me abraçou forte, como se agradecesse o fato de eu estar bem.

— Você entrou lá?

— Não, eu fiquei com medo e assim que vi a porta aberta, voltei para cá — balbuciei, ainda em choque. — Eu esperei você chegar.

— O Léo e um amigo nosso, o João, estão vindo, vou esperar eles chegarem.

Assenti rapidamente e ele pegou o celular, ligando o visor para ver se avisa alguma notícia. Me sentei numa pequena mureta que havia ali, me tremendo e me encolhendo de frio, resultado do meu medo.

— Calma, nega. Relaxa — disse, beijando meus lábios carinhosamente.

— Eu não consigo, estou morrendo de medo. O que pode ter acontecido? — perguntei, erguendo meus olhos até os seus. — Trancamos a porta, meu pai disse que havia trancado. Não tem motivos para estar aberta assim.

Ele não me respondeu, um carro estacionou na frente do prédio entre derrapadas e Léo e mais um rapaz saíram de lá, rapidamente.

— Coé, Lennin. O que que foi? — perguntou o rapaz de pele escura, que eu não conhecia. Ele cumprimentou Lennon com um toque de mão.

— E aí, irmão. A Lis disse que foi entrar em casa e a porta estava aberta. Ela ficou com medo e desceu — falou, apertando a mão de Léo, antes dele vir até mim e se sentar ao meu lado, afagando meus braços.

— Demorou, vamos subir então — Léo disse. — Eu vou na frente, e você fica aqui. Já chamaram a polícia?

— Não, não me lembrei disso. — Suspirei.

— Fica aqui e chama a polícia, ok? Nós vamos subir — Lennon disse, beijando minha testa. Neguei com a cabeça.

— Não, eu vou ficar com vocês. Não vou ficar aqui sozinha e não vou deixar vocês irem sozinhos — indaguei, me levantando e entrelaçando a mão em seu bíceps. — E vocês precisam da minha digital para entrar, caso a porta esteja fechada.

Eles se encararam, perguntando se era uma boa ideia. Óbvio que não era. Mas eu estava assustada demais para ficar aqui sozinha, então Lennon só assentiu e deu de ombros. Eles assentiram também e fomos direto para o elevador de serviço, para levar as minhas malas e para chegar ao meu apartamento mais rápido.

— A porta está fechada. Não estava assim antes— sussurrei, apertando mais sua mão em seu braço.

— Abre aqui — Léo pediu em um sussurro.

Arrastamos as minhas malas com cuidado e as deixamos no corredor. Fui até minha porta e coloquei minha digital, fazendo a porta soltar um mero barulho para constatar que estava aberta. Lennon segurou meu braço e me fez ficar atrás dele, que era o último.

Léo entrou no apartamento com cuidado e franziu o cenho ao nos encarar, mostrando um pequeno caminho com velas.

— Mas que porra...? — murmurou Lennon, me encarando confuso.

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