24 | PLAYBOY

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LIS BELCHIOR

Despedidas não eram fáceis, principalmente depois de passar semanas acordando ao lado de Lennon e passando a maioria dos nossos dias juntos. Saber que ficarei um mês afastada, era doloroso. E deixei transparecer isso com minhas lágrimas.

— Promete para mim — funguei, enquanto tinha o rosto em suas mãos — que vai regar minhas plantas?

Ele riu.

— Vamos passar um mês longe um do outro e tudo que se preocupa é com suas plantas? — Ele riu, selando nossos lábios.

— Eu não quero ser clichê.

— Bom, estamos chorando em uma despedida no aeroporto, já estamos sendo clichês — ele ronronar, enxugando minhas lágrimas. — Eu vou sentir sua falta.

— Promete que vai tentar ir me visitar antes da nossa viagem?

— Prometo, meu amor. Se tudo der certo, nos vemos em Miami, ok? Até lá, eu tento mexer meus pauzinhos para conseguir ir antes — prometeu, beijando o meu rosto enquanto eu tentava me acalmar.

— Eu acho bom que você deixe esses pauzinhos bem guardados, porque se eles mexerem para outra garota, Lennon Frassetti, eu te capo — disse, arrancando uma risada sua. Funguei o nariz.

— Meus pauzinhos são apenas seus, linda. — Ele riu fraco, beijando o topo do meu nariz. — E eu estou sempre com você, ok? Independente do lugar. — Ele segurou o colar Echappee em meu pescoço, o que ele havia me dado e o que nunca saia dali. — Eu te amo mais do que tudo e estou muito orgulhoso de você. Vou ficar com saudades.

— Eu te amo mais. — Selei nossos lábios uma última vez, já ouvindo a última chamada para nosso voo. Abracei sua nuca e puxei o ar pelo nariz, sentindo o cheiro de seu perfume e rezando para que ele ficasse em minha memória por muito tempo.

— Vai lá. O dever te chama.

Nos soltamos e nos beijamos uma última vez. Abracei Léo e pedi para que ele ficasse de olho em Lennon. E também pedi para que olhasse minhas plantas, já que Léo tinha uma memória melhor do que a de Lennon.

Quando nossos nomes foram anunciados, foi impossível não correr. Dei um último tchau para o amor da minha vida e segurei a mão de Maitê ao correr, enquanto ela também tinha olhos marejados. Entreguei nossos passaportes e passagens e quando fomos liberadas, dei uma última olhada e recebi seu sorriso e um aceno de mão. De longe, vi seus olhos brilhando. Não sei se de saudade ou de orgulho.

Lancei beijos e entramos no corredor que nos levava para o avião. Maitê fungou e enxugou as lágrimas. Não demoramos muito para entrarmos no avião e encontrarmos nossos lugares. Apertei o cinto e encarei Maitê.

— Argh, não sabia que eu era tão apegada assim — ela resmungou. — Parece que eu estou o abandonando, sabe? Normalmente é ele quem viaja, e eu sou acostumada com isso. Não com... Isso. — Ela gesticulou com a mão, olhando em volta.

— Eu entendo. Mas os sacrifícios são necessários para crescerem juntos. Léo tem o trabalho dele, agora você tem o seu...

— Não sei, né. Minha chefe ainda não me deu um feedback e nem sei se vou aguentar trabalhar com ela — disse, me olhando de rabo de olho. Ri fraco.

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