LIS BELCHIOR
Finalmente, casa.
Depois de horas na estrada, eu finalmente estava no Rio. Meu corpo pedia por cama e descanso, mas os pais de Lennon insistiram para que fôssemos tomar café da tarde com eles hoje, já que não conseguimos chegar cedo para o almoço. E fomos sem retrucar, eu estava faminta e doida para qualquer outra coisa que não fosse a comida do hospital. Mas antes, deixamos Léo e Maitê em casa e passamos no apartamento do meu pai para despreocupa-lo. Quase não conseguimos sair de lá, mas dei a desculpa de que precisava descansar - o que não era mentira - e fomos para a casa da mãe de Lennon após comprar algumas coisas na padaria. Tocamos a campainha enquanto eu me segurava em Lennon, ainda fraca e fomos recebidos por um enorme sorriso.
— Lis, minha filha... — Ela suspirou ao me puxar para um abraço apertado. — Você quase me mata de susto, filha. Você está bem?
Ela me soltou e acariciou o meu rosto com lágrimas nos olhos. Forcei um sorriso para parecer bem, mas seus olhos caíram para o meu pescoço roxo e cheio de arranhões. Vi Silvana tremer os lábios e chorar em silêncio para não assustar as crianças que estavam dentro do apartamento.
— Calma, mãe... — Lennon disse, a puxando para um abraço. — Está tudo bem agora.
— Eu estou bem, tia Sil — disse com dificuldade contra a minha voz rouca e baixa, acariciando o seu braço. — Melhor agora que estou em casa, eu te prometo.
Ela tirou o rosto do peito de Lennon e soluçou baixinho.
— Como uma mãe pode fazer isso com a própria filha, meu Deus? — sussurrou, acariciando o meu rosto. Ela respirou fundo e fechou os olhos, tentando se acalmar. — Desculpa, é que...
Ela negou com a cabeça e enxugou as lágrimas, fungando o nariz.
— Vamos, entrem. Seu pai e avós estão aqui, também. — Ela forçou um sorriso.
Lennon entrou carregando a minha bolsa e as sacolas. Sorri para Silvana, a puxando para um abraço.
— Eu vou ficar bem, Sil. O pior já passou, ok? Não se preocupe, ele está cuidando muito bem de mim.
Ela sorriu e soluçou mais uma vez ao puxar o ar. Ela riu e afagou minhas mãos.
— Você sabe, eu sempre fui chorona assim mesmo.
— Sim, eu sei. — Rimos juntas.
— Vem, vamos entrar. — Ela me puxou para dentro e fechou a porta.
Adentrei o apartamento calmamente devido minhas pernas levemente bambas e desacostumadas a andar. Silvana me levou até a sala, onde estava o pai de Lennon, seus irmãos e seus avós. Sorri abertamente e me senti desconfortável por estar sem nada cobrindo o meu pescoço. Mas tentei não ligar para isso e abracei todos, até mesmo seus irmãos tímidos.
Lennon me fez sentar no sofá e se sentou ao meu lado. Sorri ao sentir seu braço em minha cintura e ver seus pais sorrirem com a cena. Eles me amavam e se importavam comigo. E isso era o que mais contava no momento. Lennon riu com os diversos sorrisos que ganhamos.
— Então... — Zeca começou, com um sorriso de canto. — Você é oficialmente da família agora?
— Da família ela sempre foi, Zeca — disse a vó Marlene.
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ANTES QUE VOCÊ VÁ | 𝙇𝟳𝙉𝙉𝙊𝙉
Fiksi PenggemarCinco anos sem o mínimo contato foram precisos para que as carreiras de Lennon e Lis voassem e os levassem para lugares inimagináveis. Eles podiam se encontrar em qualquer evento importante pelo o mundo, mas se reencontraram no mesmo lugar que se co...