𝐓𝐇𝐄 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐃 𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄; Sirius Black.

𝟐𝟎.

Os olhos cinzas e insondáveis encaravam sua própria aparência, os cabelos longos se destacavam sobre a jaqueta de couro, a pele branca exalava a colônia cara, estava oficialmente pronto para tal festa. O pequeno Black não se encontrava sozinho em seu dormitório, estava na companhia de seus amigos, que se encontravam espalhados por todo quarto.

— Vocês não vão mesmo? — Todos negaram em sintonia, Remus estava deitado enquanto lia seu livro entediante, Potter jogava xadrez bruxo com Peter próximo à janela. — Vocês são uns cretinos mesmo, preferem ficar enfurnados nesse quarto enquanto tem uma FESTA! — Black esbraveja alto.

— Me nego a ir a uma festa em pro a vitória da Sonserina. — James responde o melhor amigo enquanto não tira os olhos do tabuleiro.

— Nem mesmo se sua donzela ruiva for? — Sirius sugere em um tom de malícia.

— Ela não vai Almofadinhas, provavelmente estará na biblioteca como sempre.  — Pettigrew fala sem muita importância. — AI! — O mesmo solta um gritinho após receber um chute na canela por baixo da mesa de Potter.

— Para alguém que não é muito fã da Sonserina estar bem animado para festa em Six. — Lupin diz com um ar de ironia como sempre.

— Marlene me convidou para acompanhá-la, como um cavaleiro nobre, meus senhores. — Black faz uma reverência após sua fala.

— Traduzindo, ela só te chamou para beber e tran— A frase é interrompida pelo tapa de James na cabeça de Peter. Black cai na gargalhada, devido a mais pura sinceridade de seu amigo.

— É nesses momentos que eu desejo ter o dormitório só para mim! — Aluado fez questão de reclamar em um tom considerável aos colegas. — Aliás, Sirius, onde marcou de encontrá-la?

— Floresta, ela falou que precisa conversar se é que vocês me entendem. — Com olhar maroto, Sirius se despede de seus companheiros.

...

Postura ereta, olhar arrogante e entediado, era assim que Sirius Black partia pequenos corações. O mesmo andava em direção a floresta proibida, onde havia marcado de se encontrar com McKinnon, obviamente com segundas intenções.

A noite estava especialmente fria, mas era aceitável, a floresta sempre foi um ambiente temido pela maioria dos alunos, devido aos avisos, mas não era nada do que imaginavam, era reconfortante, havia diversas criaturas, das mais tranquilas às mais assustadoras. Mas para Black era habitual já que sempre frequentava devido às noites de lua cheia.

As folhas das árvores balançavam conforme o vento da noite, vaga-lumes flutuavam pela floresta, iluminando o local. Na opinião de Sirius, a floresta não era um dos melhores locais para agarração, mas era aceitável, não podia reclamar.

Para aqueles que entravam de verdade na floresta sabiam que havia um pequeno lago, era minúsculo, mas era habitável por criaturas aquáticas, a noite ele era repleto de iluminação, graças à bioluminescência que consiste na produção de luz. Como eu sei disso? Remus Lupin.

De longe era possível ver uma pequena figura sentada na pedra, como esperado, seus cabelos eram loiros, que dançavam nas costas conforme o vento. Seu comprimento era longo em comparação ao da loira de sua casa, aqueles belos fios loiros pertenciam a cobrinha que invadia seus pensamentos de vez em quando. Seu pequeno  e frágil corpo tremia, trazendo à tona pequenos soluços.

Um passo em falso trouxe sua atenção para mim, o que a fez se levantar na velocidade da luz, seu rosto estava mais pálido que o normal, seus olhos vermelhos, como se tivesse passado horas chorando. A mesma retirou às pressas sua varinha das veste e apontou para mim, apavorada.

— O-oque você quer agora, Black? — Havia repulsa em seu tom de voz, mesmo se tremendo, ela não podia perder a oportunidade de me alfinetar.

— O que você faz uma hora dessa na floresta Lucy? Não acha perigoso, uma dama, indefesa nessa gigante e perigosa floresta? — Meus passos eram calmos para não assustá-la, mais do que já estava. Mas minha fala, só trouxe sua fúria átona.

— Mais um passo e eu lhe amaldiçoarei aqui mesmo! — Seus ombros estavam rígidos, seu maxilar travado, as pontas de seus dedos estavam esbranquiçados, devido à firmeza em sua pegada. Levantei uma de minhas mãos, em sinal de rendição, e com a outra segurei minha varinha.

Lucy não era boba, era uma das melhores alunas em feitiços, sem nenhum sinal de dificuldade, ela me desarmou com magia, e se aproximou mais de mim, com a varinha apontada para meu rosto, em um sinal de ameaça. Seus olhos estavam escuros, cansados, estava fazendo contato visual, na intenção de encurralar sua presa, o que de fato estava funcionando.

— Sabe Black, não estou nos meus melhores dias, e sua existência não está me ajudando, por acaso está me perseguindo? Ou isso é só mais uma de suas brincadeiras doentias? Se for, ah, não terei nenhum problema em revidar. — Não havia uma diferença grande de altura, era equilibrado, mas a proximidade que estávamos era extrema, totalmente fora do nosso  habitual, eu podia sentir seu cheiro doce, no qual eu nunca havia tido oportunidade de sentir.

Eu me encontrava em estado de embriaguez, tudo nela me encantava, o brilho das lágrimas, a respiração pesada, o contador visual, e incrível que pareça, ter sua varinha na ponta do meu pescoço deixou tudo mais atraente. Eu estava perdido. Não havia outro caminho a se seguir, tudo me deixaria doido.

O coração falou mais alto que a razão,  me levando a beija-la, seus lábios eram doces, como cerejas. O mais impressionante de tudo isso é o fato dela não me afastar, e sim retribuir, na mesma intensidade. Por Merlin. Isso era totalmente diferente de tudo que já provei, não havia segundas intenções, só nos dois. Afundei meus dedos em seu cabelo, aprofundando o beijo ainda mais.

Lucy soltou sua varinha e procurou apoio em meus ombros,  seu toque era quente e reconfortante, eu poderia entrar em êxtase só com seu toque. Todo ar de meus pulmões se foram, fazendo com que eu me afastasse de seus lábios. Meu coração estava a mil por hora, todo meu corpo estava quente, implorando por mais de Lucy, céus.

Em questão de segundos Lucy olhou nos fundos dos meus olhos e correu de volta para escola, me deixando perdido nos meus pensamentos e sua varinha para traz.