𝐓𝐇𝐄 𝐀𝐑𝐑𝐀𝐍𝐆𝐄𝐃 𝐌𝐀𝐑𝐑𝐈𝐀𝐆𝐄; Sirius Black.

𝟐𝟐.

Lucy caminhava em direção ao salão principal, para tomar café, na companhia de Cindy que tagarelava a respeito de seu livro, a mesma fazia questão de enfatizar o fato de não ter terminado ontem mesmo, se não fosse devido à loira.

Greengrass era uma ótima amiga, mas fala mais que serpente do jardim do éden.

— Vocês ficaram sabendo do que rolou no dormitório masculino da grifinória nesta manhã? — Zoe apareceu do nada e se juntou a nós, a cacheada nem sequer passou em nosso dormitório, provavelmente dormiu na companhia de alguém.

— O quê? Desembuche logo que também temos que lhe contar algo! — Cindy revela cheia de malícia para cima de mim, arrependimento de ter lhe contado.

— Seguinte, estão dizendo que Marlene McKinnon acordou Black aos gritos, vocês sabem que eles têm um rolo né? Eles sempre ficam, ela é considerada a ficante prime dele, enfim. Parece que ele deu um bolo nela ontem, para ver outra garota, uma tal de "lu" alguma coisa. — Cindy me olhou segurando a risada, e lá estava eu, vermelha igual um pimentão.

— E sobre isso que quero lhe contar que a... — Greengrass é interrompida pela Zoe que volta a fofocar.

— Ela está possessa de raiva, ela quer encontrar essa garota para arrumar briga, o que é inacreditável, o Black nem vale tudo isso, rivalidade feminina e patético, ainda mais por ele. — A cacheada tira do bolso um pequeno espelho e confere se está tudo certo com a sua aparência.

— Eu acho que ela quer chamar atenção, e intimidar as garotas que são caidinhas por ele ou até ele mesmo. — Cindy dá de ombros, e Zoe concorda com a cabeça, enquanto Lucy tentava se manter o mais longe possível conversa.

  No lado oposto do corredor, um grupo de rapazes andavam também em direção ao salão principal, e lá estava o cretino, rindo enquanto rodava uma varinha branca entre os dedos, a minha varinha.

Olhando aquela cena que me dei conta que havia deixado para trás meu pertence mágico.

Estávamos todos indo para o mesmo local, ao passarmos pelas grandes portas, eu peguei minha varinha de sua mão, e segui para minha mesa ignorando o olhar de todos. Zoe e os marotos tinham um ponto de interrogação gigante na testa e Cindy ria descaradamente da situação.

Que humilhação sem fim, céus, como eu odiava aquele bastardo sem vergonha!

Sirius se jogou em seu acento e começou a se servir diante ao banquete cheio de fartura que Hogwarts proporcionava aos alunos. Seus companheiros se sentaram em sua frente e observavam o moreno com bastante curiosidade. Black podia ler os pensamentos que rondava a mente de seus amigos.

— desembuchem logo. — o moreno contragosto observava os amigos perdidos em meio a situação.

— Estava com ela ontem né? Por isso McKinnon faltou derrubar nosso dormitório. — Lupin afirmou enquanto massageava as têmperas, Black apenas confirmou com a cabeça.

— A MELHOR AMIGA DO RANHOSO? — Potter gritou em alto bom som para todos os alunos presentes, Lupin chutou a canela do mesmo, na intenção de controlá-lo. Lucy os observava com as sobrancelhas frangida, Sirius desviou os olhos da loira.

— Pois é, mas não rolou nada de mais, então não precisa surtar pontas. — Black abaixou a cabeça e se concentrou em seu café.

Uma coruja preta como a própria escuridão sobrevoava o salão, em seu bico havia uma carta, em que o animal depositou diante de Sirius, o pequeno envelope revelava o brasão de sua família, o mesmo engoliu o seco e abriu a carta. Havia vários olhares no rapaz, incluindo de seu irmão, que reconheceu de longe a coruja, que pertencia ao vosso pai.

Pânico se instalou no corpo do jovem, seus pais nunca lhe enviavam nada, em ocasiões de festividade as cartas eram entregues a seu irmão e ele lhe passava o recado. Só houve uma única vez que eles lhe enviaram algo, quando foi selecionado para casa dos leões, um berrador, o pequeno papel transmitiu os gritos dos pais e os xingamentos, isso não o atingiu, pois já estava acostumado com isso, o que atingiu mesmo foi fato de todos os alunos ouvirem, até mesmo os professores, foi uma das cenas mais humilhantes de toda sua vida.

Uma pequena lembrança do pequeno Sirius correndo para fora do salão principal e se esconder em um armário de vassouras e chorar até toda sua dor se esvaziasse. Quando ele saiu lá estavam seus amigos, sentados diante a porta o esperando, e foi aí que soube que eles eram sua verdadeira família.

Black afastou de sua mente, as recordações e assim abriu a carta, por sorte não se tratava de um berrador. Um bolo se formou em sua garganta enquanto começava a ler;

───────•••───────

Sirius Orion Black,

portas foram abertas, e com isso chegou a hora de amadurecer, se tornar um homem de decência, assim como todos os homens de sua família, chegou a hora de honrar o nome "Black" no qual você arrastou tanto na lama, uma grande oportunidade de consertar a desgraça que você trouxe a sua família.  Como primogênito dessa família a deveres a se cumprir.

Uma nova fase se inicia e com isso venho lhe informar que um noivado a de vir, o seu noivado, com uma mulher de classe, de sangue puro, a belíssima senhorita Lucy Rosier Malfoy.

E deixo bem claro que isso não é questionável, não estrague tudo, não nos envergonhe ou medidas severas serão aplicadas.

O.B

───────•••───────

A visão do rapaz ficou turva, seus lábios ficaram secos, toda alegria que um dia possuiu se esvaiu em segundos, parecia que um dementador acabara de lhe dar um beijo da morte. Não conseguia encarar seus amigos que o observavam o rapaz com preocupação. Seus olhos escuros como a própria escuridão focou na loira que atravessava as portas do grande salão, Sirius levantou com uma certa brutalidade, assustando os alunos que estavam próximo a ele.

O mesmo começou a andar apressadamente, queria correr, gritar com ela, céus, que merda que está acontecendo? Ela andava tranquilamente pelo corredor, como se não tivesse acabado de fuder com a minha vida, Merlin.