05|Maravilhado.

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Fomos longe demais?

NA ESCOLA, no dia seguinte, eu estava no meu armário. Estava tentando decifrar aquela caligrafia estranha, e me dava medo. Uma carta anônima.

Atônita de medo, chamei Tadashi, e ele disse que poderia ser um admirador secreto, mas ainda assim, eu desconfiava que fosse algo maior. Olhava para aquele bilhete, que tinha unicamente um: "Oi", com uma letra horrorosa. Do Tsukishima, eu acho que não era. A letra não era compatível com a sofisticada letra do Tsukishima. Esse garrancho não era dele.

Durante o dia, comecei a me sentir um pouco perseguida, e acho que Tsukishima percebeu. Na aula de química, quando o professor passara exercícios, ele me cutucou.

— O que você tem? Está estranha, desde manhã.

— Recebi um bilhete no meu armário, que só tinha um "oi", com uma letra horrorosa. Estou com medo de sair sozinha.

— Que medrosa!

Mostrei o dedo do meio para ele, que se calou. Pareceu refletir.

— Enquanto você não entra para o clube de artes, o que acha ficar conosco até tarde? Depois Yamaguchi te levaria para casa. Como você é burra, nem para pensar nisso.

— Burro é você, que esqueceu que Tadashi está treinando a mais todo santo dia naquela loja de porco — o sorriso irônico se desfez de seu rosto. — Acho que viverei com medo. Pelo menos por um tempo.

— Eu...argh, eu te levo para casa.

— Mesmo?! — saltei da cadeira e o abracei. — Obrigada, Kei-zinho!

— Ei, vocês dois! Silêncio — o professor nos repreendeu. Espremi meus lábios e abaixei o olhar, equanto Tsukishima só voltou a fazer os exercícios passados. — Ótimo.

Eu estava ajudando Shimizu a distribuir garrafinhas de água, quando Kageyama abriu um sorriso maldoso ao me ver. Fiquei um pouco recuada, mas o entreguei a garrafinha.

— Ei, S/n — ele me chamou. — Vamos fazer uma aposta?

— Depende, Kageyama — o olhei e bufei. — O que você pretende?

— Beije o Tsukishima. Se ele não fizer careta, eu te dou 4 potes de sorvete. Se fizer, você vai me ajudar a levantar depois do treino.

Já havia uma semana que eu vinha arduamente, e fiquei amiga dos meninos. Eu ajudava Shimizu, que dizia o quanto era bom que eu estivesse com ela, já que ela não aguentava mais ver tanto homem.

E eu tinha uma espécie de apostas com Kageyama. Era incrível toda a relação que estabelecemos com uma semana.

Apertei a mão de Kageyama forte, indo até Tsukishima e lhe dando um beijo na bochecha. Ele não fez careta, mas pareceu distante por um momento: até diria que maravilhado. Mas era fingimento, claro. Ele não podia dar uma bola fora e gritar comigo ali.

Olhei para Kageyama que estava com raiva, depois mostrei a língua em provocação.

— Pessoal, se reúnam — Ukai chamou. — Daqui à duas semanas, ou seja, no final do mês, teremos um amistoso contra  o Date Kou. Antes que digam qualquer coisa, os veteranos deles já saíram, estão focados na faculdade. Mas com aquelas muralhas, não sei se vai ser ao certo mais fácil. Talvez a nova liderança os deem mais vantagem.

Suspiramos quase juntos. Eu tinha assistido ao jogo no primeiro interclasse, e lembro-me de como foi difícil. Nunca imaginaria que estaria com o pessoal agora, engraçado. Sequer lembrava seus nomes, porque só fui para ver Tadashi.

𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀, tsukishima kei. Onde histórias criam vida. Descubra agora