07|Perseguida.

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Eu acho que não. Eu gostei disso.

  NA ESCOLA, quase não tive nada. O mais surpreendente fora que fiz uma...conhecida? Não sei se era colega, amiga, conhecida ou qualquer outra coisa. Mas sei que a garota era engraçada, e muito ansiosa. Seu nome é Yaichi Hitoka, e ela é uma classe mais avançada que a minha.

Estava pelos corredores, quando trombei em um rosto conhecido. Era Victor, e ele sorriu assim que me viu.

— Eu estava te procurando.

— Ah é? Solta o verbo — falei, para que ele me olhasse confuso. — Traduzindo: fala.

— Oh, sim. Eu apenas iria te convidar para uma festa. Está afim?

Eu estava esperando anos por isso! Uma dose de adrenalina e gente nova! Se eu não estivesse "compromissada", céus, faria tantas coisas.

Mas não era o caso. De qualquer forma, eu sabia me divertir em uma festa. Só que não teria coragem de ir sozinha; então, com a maior cara de pau, perguntei:

— Anh...meu irmão pode ir também?

— Eu convidei todo o time de vôlei, fica tranquila.  Todos poderão vir. Mas e você?

— Claro que eu vou!

— Convença seu namorado a ir. Ele estava relutante.

— Se ele souber que eu vou, com certeza vai.

— Certo. Aqui está o convite. É uma festa all black, tudo bem?

— Sim! Que legal!!

Nos despedimos e fui marchando até a sala de aula, para convencer um homem de ir à uma festa. Tudo porque nós temos um acordo de namoro fingido, e, caso eu vá sozinha, ele terá toda a sua moral destruída. O importante era esse ponto, a minha chantagem.

— Tsukishima.

— Não. Obrigado, não.

— Você nem ouviu!

— Eu não quero ir à festa, muito obrigado.

— Mas eu quero. E se eu for sozinha, sua moral vai para menos dez mil!

— Não exagere. Te pago dois sorvetes.

— Não me convenceu — ele bufou. — Quero é que você se lasque, eu vou!

Dei as costas, mas ele me parou e me puxou pelo braço. O olhei irritada. Ele não cedia nada! E eu cedi minha vida social. Desde o começo, mesmo sem gostar dele, eu cedi. Eu sacrifiquei minha vida social por aulas de tutoria. Ele realmente pensava que eu QUERIA isso? Eu o ajudei, mesmo sem gostar tanto da ideia. E ele não pode nem me ceder algumas horas da sua vida.

— Tudo bem. Dez sorvetes.

— Você não vai me comprar com sorvetes. Eu já estou cheia deles, inclusive. Já que você compra todos os dias! Estou ficando sem espaço na geladeira.

— Não quero ir. E você também não pode. Faz parte do acordo.

Fiquei irritada. Muito irritada. Quem ele acha que é para mandar em mim? Eu sou só um fantoche para Tsukishima Kei. Eu não vou passar por nada além disso. Meu único valor, para ele, era esse: uma fantoche.

Mostrei o dedo do meio e saí. Sai da sala a passos fortes, fazendo barulho no chão, e as pessoas me olhavam.

Dessa vez, não foi um gesto de simples provocação, como sempre. Eu estava chateada de verdade e canalizei para a ponta do meu dedo. Aquele gesto foi mais do que uma provocação. Era como se eu dissesse : "poxa, você me chateou".

𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀, tsukishima kei. Onde histórias criam vida. Descubra agora