08|Obrigada.

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CORRI EM SUA DIREÇÃO, o abraçando. Chorando, agradecendo, gritando. Eu estava com medo da rua escura, do meu pai e de mim mesma.

— Calma. Já resolvi. Vamos só dar o fora daqui.

Ele pegou sua mochila, recuando assim que a tocou; meu pai estava desmaiado.

Ele pegou a minha mão e saiu correndo de lá. Corremos até chegar em uma rua um pouco mais iluminada em Miyagi, nossa cidade "caipira".

Ele não soltou nossas mãos. E eu também não queria soltar a dele.

— Como você me achou?! Você instalou alguma coisa no meu celular?! O que você fez?! Você estava ajudando meu pai e se arrep-

Ele subitamente parou minha fala me puxando contra seu peito. Minha fala foi abafada, e eu comecei a chorar de novo. Ele estava afagando meus cabelos, alisando minhas costas e beijando o topo da minha cabeça vez o outra.

Esse comportamento me fez arrepiar.

— Caralho, S/n...achei que eu fosse te perder.

Sua voz estava minimamente embargada, o que fez com que eu me questionasse se ele estava chorando. E talvez estivesse, mas como eu estava em seu peito, eu não conseguia vê-lo.

— Da para você me explicar o que está acontecendo?!

Ele me afastou, me fazendo o olhar em seus olhos. Ficamo-nos olhando, piscando os olhos e ele estava pensando no que me dizer, já que — com sua mania de sempre — ficava abrindo e fechando a boca diversas vezes.

— Eu percebi que você não tinha ido ao clube. E você é teimosa. Eu sabia que ia voltar sozinha. Eu ia me desculpar com voc-

Ele parou sua fala, percebendo sobre o que estava falando.

— D-de qualquer maneira, você já está bem, sua anã. Vou te deixar em casa.

Me deu um peteleco na testa e me puxou. Percebi que nossas mãos ainda estavam atadas, e esse gesto não me incomodou.

Fomos até a minha casa em silêncio. Eu não sabia muito bem o que falar.

Agradecer, né S/n, burra do caralho.

Tsukishima?

— Hm?

— Obrigada.

— Não foi nada.

— Tá louco?! Você arriscou sua vida. Obrigada mesmo. Posso te agradecer como?

— Pare de me irritar, o que acha?

— Não gostei. Eu posso ficar com "não vamos à festa do Victor"?

— Não precisa. Nós vamos.

Parei com o que ele disse. Meu coração estava batendo forte, e eu não sabia ao certo por quê. Eu só consegui abraçá-lo, e agradecer. Mas me senti mal, porque eu não sabia o que fazer para agradecê-lo.

Voltamos a andar e a conversar.

— Mas como eu posso te agradecer? Parar de te irritar está fora de cogitação.

— Você fica me devendo uma. Quando eu precisar, eu te falo.

— Me parece bom, girafa.

Chegamos à minha casa e eu convidei ele para entrar. Ele entrou, e nos sentamos no sofá para conversar.

— Alguma novidade? — perguntei.

— Vamos à um acampamento e você vai poder vir também. Vai ser em Tóquio, e contará com a presença de vários institutos importantes, tipo o Nekoma, Fukurodani e outros.

𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀, tsukishima kei. Onde histórias criam vida. Descubra agora