09|Ciúmes.

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Só posso agradecer pela experiência.

EU ESTAVA NA FRENTE DA FOLHA, sem saber o que fazer ou dizer. Já tinham se passado 30 minutos desde que a prova de matemática tinha começado.

Passou-se uma semana desde a semana que eu e Tsukishima brigamos. Hoje, era uma sexta feira. Era a última prova do calendário, e eu estava cansada e exausta. Todas as provas que fizemos, Tsukishima me passou as respostas. Mas essa estava especialmente difícil.

Na escola, as provas são em dupla. E eu e Tsukishima, antes da briga, já tínhamos nos inscrito como duplas, até o final do ano.

Era agosto, e eu estava farta de provas; mas em breve, elas acabariam. O problema de hoje, era que Tsukishima teve algumas dificuldades, e eu não sabia se meu exame seria completado a tempo, porque as folhas são individuais.

Ele terminou quando faltavam cinco minutos para entregar a prova. Ele pegou a minha folha e começou a preencher o gabarito, colocar os cálculos, mas foi tempo de menos.

O professor já estava recolhendo.

No último segundo, Tsukishima colocou na prova que ele fez meu nome, e na que era para ser a minha, o nome dele.

— Você tá louco?

— Não.

Ele entregou as provas para o professor e o sinal tocou. O olhei com os olhos arregalados, em choque pelo seu gesto.

Quando o sinal parou de tocar, Tsukishima simplesmente pegou a mochila e saiu da sala. Provavelmente estava indo ao clube de vôlei, e hoje eu iria; faziam anos — uma semana — que eu não ia ajudar.

Fui até lá, mas esbarrei com Victor no caminho. Ele estava um pouco sujo de tinta, o que me fez rir. Ele sempre estava tão bem arrumado, que eu nunca o tinha visto sujo.

— Tem tinta no seu rosto todo! — sorri, e ele sorriu de volta. — O que está aprontando?

— Pintura em concreto. Estou sozinho hoje no clube. As meninas saíram para comprar roupas para a festa e os garotos foram comprar bebidas.

— Que corrupto! — rimos.

— Você quer tentar? — me apontou o pincel. — É satisfatório.

— Quero!

Segui Victor até o clube de artes. Ele colocou uma banqueta ao lado da sua, e me indicou para sentar. Estávamos em frente à uma parede de concreto, na qual, Victor pintou de um lado. Ele me mostrara as técnicas que usou, os pincéis e no que errou.

— Você pode pintar o outro lado, inteiro.

— Sério?! Valeu! — o abracei.

Ele me deu os materiais e ficamos em lados opostos, com a mini parede entre nós. Ele continuou seu mural, e eu pensava em ideias para o meu.

Decidi fazer o que estava sentindo. Estava sentindo tristeza, confusão e raiva.

Comecei a pincelar, fazer formas diferentes enquanto conversava com Victor.

— Por que você decidiu fazer essa festa?

— Tem uma garota de quem eu gosto. — minha orelha aumentou de tamanho. — Eu quero impressiona-lá.

— Oh, é mesmo? E quem é?

— Não posso falar. — ele suspirou. — O problema é que...

Ele pausou sua fala, mas depois que eu o encorajei a continuar, ele retomou.

— Ela tem namorado. Mas ela é muito legal, bonita e animada. Desenha e pinta muito bem.

— Então deve ser do clube de artes, não é? Vou descobrir quem é.

𝐍𝐀𝐌𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀, tsukishima kei. Onde histórias criam vida. Descubra agora