Amour Plastique- Kyotani Kentaro

19

- Precisamos terminar.

Pude sentir tudo que eu havia comido no dia se revirar em meu estômago.

- Como?!- Digo de maneira falha.

- Precisamos terminar...- Seus olhos me encaravam de forma intensa.

Um grande zumbido se faz presente em meus ouvidos, tudo que eu podia escutar eram sua palavras recém ditas se repetindo sem parar em minha cabeça.

- O que? Mas por quê?- Eu digo de forma desesperada.

- Só precisamos terminar.- Ele diz de maneira rápida.

- Como assim "só precisamos terminar"?- Eu o olho desacreditada.- Você tem que pelo menos me dizer um motivo, Kyotani Kentaro!

Ele suspira pesadamente.

- Não quero te dar nenhum motivo.

- O que?!- Minha voz sai de maneira falha. Eu sentia meus olhos ficarem embaçados pelas lágrimas.- Você está de brincadeira com a minha cara?!

Eu lhe dou um soco forte em seu peitoral.

- Eu amo você Kyotani, não posso te deixar ir embora dessa forma sem pelo menos me dar um bom motivo plausível!

- Você quer um motivo plausível?!- Ele fala de maneira alta.- Eu te dou um motivo, [ Nome ]! Eu não amo você!

- Mentiroso!- Eu grito de forma alta.- Mentiroso! Seu tremendo mentiroso! Eu sei que você me ama! Não diga coisas sem nexo como essa!

Eu me segurava ao máximo para não desmoronar em sua frente.

- Você é um tremendo mentiroso, Kyotani Kentaro! Me diga o verdadeiro motivo!

- Eu já disse que não!

Nossos gritos tomavam a rua inteira, parecíamos dois animais brigando por um pedaço de carne.

- Me diga logo, Kyotani! Me diga agora, senão irei te odiar para todo o sempre!

- Não irei.- Ele diz por fim, caminhando para fora da minha varanda.

- Eu te odeio Kyotani! Eu te odeio com todo meu coração! Eu vou te odiar até o dia de minha morte!- Eu cuspo as palavras de minha boca.

Ele nem sequer reage às minhas palavras, apenas caminha sem olhar uma vez sequer para mim.

- Eu te odeio tanto!- Eu grito essas palavras com todo o ar existente em meu pulmão.

Em caio de joelhos no chão, chorando de maneira desesperada. Eu sentia como se alguém tivesse me arrancando uma perna, e a dor era tão grande que me fazia sentir vontade de vomitar. Eu chorei de escandalosamente, me estapeando diversas vezes, na tentativa de acabar com essa dor de meu coração.

Kyotani havia levado um pedaço de meu coração com ele, por isso eu sentia um vazio enorme dentro de meu próprio peito.

Eu peguei meu celular de um dos bolsos de minha calça, discando rapidamente o número de quem eu mais confiava.

- Alô?- A voz de Iwaizumi ressoa do outro lado da linha.

- Eu estou quebrada, Iwa.- Digo com a voz embargada.- O meu coração foi dilacerado.

- O que houve?

- Ele me deixou.

Um grande silêncio toma conta da ligação, depois de alguns segundos ela é encerrada. Hajime aparece em minha casa em questão de minutos, me olhando de forma triste.

Ele se aproxima suavemente, logo me envolvendo em um abraço. Eu me enfiei em meio ao seu peitoral, chorando de forma desesperada. Eu me sentia como uma criança que havia acabado de ralar os joelhos, mas diferente de uma ferida externa, eu tinha uma interna, que cada segundo se tornava mais grande ainda em meu coração.

- Me sinto nublada, Iwa.