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Inconscientemente me aproximei mais dele, podendo sentir nossos lábios roçarem um no outro.

- Eu terminei de arrumar tudo!- Minha mãe aparece de surpresa no quarto.

Pulamos de susto em reação, eu podia sentir meu coração disparado dentro do meu peito.

- Mãe!- Digo de forma ríspida.

Ela gargalha por conta das nossas reações e logo se retira.

Eu estava chocada. Se ela não tivesse aparecido de repente eu iria beija-lo. Eu realmente iria beija-lo. Não sei se isso me assusta ou me deixa feliz.

Muito constrangidos saímos do quarto, em completo silêncio.

Chegando na cozinha minha mãe nos faz sentar rapidamente, logo nos servindo um pedaço de bolo. Ela sorria animada, realmente parecia estar tão feliz quanto seu sorriso.

Depois de comermos, eu e Kyotani ficamos encarregados de lavarmos os pratos, o que fizemos em um grande silêncio confortável. Enquanto eu lavava, ele secava.

Hora ou outra eu comentava algo que me vinha a cabeça.

- Mas por que você não gosta de cenouras?- Ele me olha desacreditado.

- Elas não tem gosto, Kyo!- Digo como se fosse uma coisa óbvia.

- Mas elas fazem bem para a vista.

- Não ligo! Um dia vou começar um reinado e acabar com todas as cenouras existentes nesse mundo.

Ele gargalha alto com a minha resposta.

- Hey!- Lhe dou uma leve cotovelada.- Está rindo do que? Eu estou falando sério!

- Certo, certo.- Ele diz após muitas risadas.- Eu acredito em você.

Ele sorri para mim gentilmente em resposta, me fazendo corar levemente. Rapidamente viro meu rosto para outro lado, para que ele não consiga me ver.

- Deveríamos fazer mais coisas juntos.- Digo em um tom falho.

- Tipo?

- Não sei?

- Você me convida para fazermos algo mas não sabe o podemos fazer juntos?- Ele ri levemente.- Você é esquisita.

- Obrigada, você também.

Rimos alto em uníssono.

- Poderíamos comer cachorro-quente.- O garoto diz sugestivo.

- Cachorro-quente? Você está brincando com a minha cara?- Faço uma falsa expressão irritadiça.

- O que você tem contra cachorros-quentes?

- Não tenho nada, até acho eles muitos gostosos. Mas acho que poderíamos fazer algo diferente.

- Como o que?

- E se a gente fizesse uma maratona de filmes de natal.

- Mas não estamos no natal!

- E isso importa?- Respondo como se não fosse nada.

- Você é realmente muito esquisita.

- Você também.

Um delicado sorriso é desenhado em seus lábios, logo um também se desenha nos meus.

Depois de muitas sugestões - ruins por sinal.- decidimos ficar com a maratona de filmes de natal.

- Já vou indo.- Ele diz assim que coloca os pés para fora da porta.

- Hey, Kyotani!- Ele para bruscamente e logo corre as orbes castanhas pelo meu rosto.- Eu gosto de você...- Falo em um murmúrio.

Ele me olha completamente confuso, fazendo uma careta engraçada.

- O que você disse?

- Nadinha.- Digo me apoiando na batente da porta.

- Vamos, me diga!

- Nunquinha!

Digo rapidamente, entrando em casa e fechando a porta. Eu pude escutar ele dizer "um dia você irá me contar o que é?", e mais algumas coisas que meu ouvidos não puderam decifrar.

Ele logo desistiu de gritar e foi embora. Eu tinha uma expressão divertida no rosto, rindo alto como uma boba.

- Nunca irei te contar, Kentaro Kyotani!

Amour Plastique- Kyotani KentaroOnde histórias criam vida. Descubra agora