O gosto de uma alma, pode ser viciante

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Narrador

O mundo nem sempre foi regado pela paz e amor. Muitas vezes a escuridão consumia o planeta terra fazendo as pessoas até mesmo duvidarem de suas sanidades, onde seus olhos não se adaptavam a tal intensidade que o mundo estava se tornando. Crianças cresciam em meio as guerras, os adolescentes viam seus dias felizes se transformarem em um mar de trevas, já os adultos – eles eram os causadores disso. No entanto, não poderia tirar os créditos de amara e Lúcifer, afinal eram eles quem estavam levando as pobres almas para esse caminho.

Um caminho sem volta!

Ou talvez um novo recomeço, onde as palavras descritas na bíblia – nas pequenas linhas traçadas em apocalipse, se tornariam reais e traria o começo de um novo mundo rodeado pelas travas ou pela luz. E na guerra entre o céu e o inferno, quem sofre são os inocentes. Porem quem sairá vencedor serão aqueles que arriscariam suas vidas para trazer a paz ou o caos novamente ao mundo. Onde a história se repetira, assim como foi com a guerra santa, onde só um lado saiu vencedor.

No entanto uma coisa era certa: onde houver um ser humano em processo de destruição, nele todo o universo vive a dor de morrer aos poucos e será lentamente sugado para a escuridão.

Josie acordou naquela manhã se sentindo inquieta, seus olhos passaram pelas pequenas filetes de madeira do teto de seu quarto. Virou-se na cama, sentindo o macio do lençol branco escorregando pela curva de sua cintura, e não tardou em fechar os olhos enquanto suspirava. Ela agora tinha um quarto, na verdade era justamente o mesmo quarto que amara. No fundo Josie agradecia aos céus por amara nunca parar na mansão, já que sempre tinha que resolver algum problema que aparecia diante de seus soldados e dos serafins que se uniram a ela

Havia se passado três dias desde a última vez que viu Hope. Depois daquele pequeno momento em que seus olhos se encontraram e as pequenas palavras escaparam de seus lábios no momento em que se despedia de sua amada, Josie sentia que Hope entendeu seu recado e ficaria bem. Poderia ser um tiro no escuro, ou até mesmo estar cavando sua própria cova a cada momento que passava com amara

Não se engane. Josie nunca trairia sua namorada, não por sua vontade pelo menos...

Mas naqueles três dias, Josie notou a forma como amara parecia depender dela, não só romanticamente, mas também para ajudá-la com seu exército. Como uma pequena luz no fim do túnel, Josie se agarrou a essa ideia e agora era parte do exército de amara, mas não somente um de seus guerreiros, mas alguém muito mais importante – chegando ao ponto de poder mandar em cada um deles e ajudar nas estratégias de combate que vira a acontecer brevemente.

No começo de cada dia, Josie tentava manter os olhos atentos a cada movimento suspeito. À noite, dormia como um animal enjaulado, fechando apenas um olho, em alerta constante. Não queria ser surpreendida indefesa pelos olhos de amara ou por algum de seus súditos. Ela poderia jurar que vivia tensa a cada segundo, seu corpo era coberto por uma adrenalina, impelida pelo medo de que amara descubra seus planos ou pelo menos cogite na ideia de duvidar de sua lealdade.

Josie respirou fundo e virou levemente o pescoço para a porta de sua suíte, o silencio era agradável e pela primeira vez em dias se sentiu calma. Seus cabelos castanhos estavam mais desarrumados do que nunca e ela só conseguiu levar as suas mãos ao rosto, antes das batidas serem direcionadas a porta de seu quarto

-Já estou indo!

Gritou antes de forçar seu corpo para cima sentindo uma corrente de vento gelado passar pelas pequenas frestas da enorme janela. Seus olhos passaram por todos os lados do quarto até ver um pequeno bilhete e uma roupa limpa e dobrada sobre a mesinha. Ainda confusa, se aproximou e pegou o papel o abrindo, havia uma caligrafia bonita, porem o conteúdo da carta fez o corpo de Josie estremecer

Beijada por um Demônio (Hosie)Onde histórias criam vida. Descubra agora