Beijada por um Demônio (Hosie)

A 5° Trombeta!!!

Narrador

"O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do céu caíra sobre a terra; e foi-lhe dada a chave do poço do abismo. Das fumaças saíram gafanhotos sobre a terra; e foi-lhes dado poder, como o que têm os escorpiões da terra."

Apocalipse 9

Josie estava abraçando Hope por vários minutos, e enquanto a mesma cochilava, Josie torcia para que sua namorada conseguisse descansar o máximo que pudesse. Ela sabia da dificuldade que Hope estava tendo para dormir, podia vê-la sair pela porta ou muitas vezes se escorar na sacada olhando para o céu. Desejava poder ajuda-la, conforta-la o máximo que pudesse, porem se sentia imponente, afinal já estava lidando com seus próprios medos e arrependimentos.

As lembranças de seus amigos sendo mortos rondeavam sua mente todos os dias, em cada minuto que se passasse. E mesmo que escutasse o perdão de cada um deles para si, era impossível esquecer o que fez. Seria a culpa e o arrependimento que carregaria para sempre, e a única coisa que parecia deixa-la sã era saber que tinha sua família novamente.

E naquele momento o tempo estava contra eles. Já se passava das sete horas da manhã, mas Josie não queria acordar a garota ao seu lado. Nem mesmo quando a ajudou a tirar os sapatos e se deitar em uma posição mais confortável. O tumulto e o caos dominavam as cidades e as ruas, principalmente depois que a quarta trombeta soou a algumas horas atrás. Josie sabia que depois da quinta trombeta, restaria apenas mais duas – sendo uma delas a convocação de si mesma e seus irmãos – esses que não vê desde que os três foram libertados dos encantos de amara.

Mas ela os veria. Josie podia sentir a energia deles aquecer seu peito, estavam por perto, só esperando o momento certo para aparecer.

Com um suspiro cansado, segurou Hope ainda mais contra si podendo ouvir os melodiosos suspiros adormecidos. Podia sentir um dos braços dobrados do pecado da Ira contra sua barriga, aninhando-se a ela como se temesse, mesmo em sonho, que a abandonasse. E como se desejasse certifica-la ou tirar todos os medos de sua mente cansada, Josie a abraçou ainda mais colocando todas as palavras que desejava dizer a Hope em forma de ações.

Batidas altas se iniciaram sobre a porta e antes que Josie pensasse em se desvencilhar do aperto sobre seu corpo. Acabou se assustando assim que Hope se levantou em um segundo e puxava sua espada.

-Hope... amor ei, está tudo bem – Sussurrou em desespero, levando as mãos contra o rosto suado e ofegante de Hope. Os olhos azuis desviaram da porta focando na garota a sua frente, e Hope se xingou mentalmente por tê-la assustado dessa forma – Está tudo bem amor, deve ser apenas nossos amigos

-Desculpa, eu... não sei o que deu em mim – Retrucou soltando a espada, que caiu contra o chão

-Não a porque se desculpar amor – Josie acariciou a bochecha de Hope, e novamente as batidas começaram – Pode entrar.

-Bom Dia.

Josie sorriu para si mesma com a voz doce em sua porta e se virou para cumprimentá-lo.

-Acordado a essa hora bonequinho? – Lucas se esgueirou por entre as dobras da porta, com seu pijama recém comprado do homem aranha.

-Desculpe aparecer a essa hora e que... eu não... – A voz de Lucas se perdia pelos seus pensamentos. Josie olhou para sua namorada e viu a mesma se levantar e caminhar até o garoto, se abaixando para ficar na mesma altura

-Pode dizer garoto, não precisa ter vergonha – Hope tocou nos fios de cabelo desgrenhado o balançando. Lucas levantou o rosto corado e soltou uma fraca risada assim que os dedos da mais velha tocaram em sua barriga – Vamos diga...