trinta

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POV SOL

- A Lua não veio? — Todd pergunta se aproximando de mim no portão de saída na nossa escola.

- Não... — falo olhando em volta, isso me preocupa.

- E você sabe porque?

- Também não. — respondo vendo uma pessoa se aproximar do meu carro — Mas eu vou descobrir, tenho certeza que ela está bem. Preciso ir.

E corro em direção ao meu carro antes que Todd pergunte qualquer outra coisa.

- O que você quer?

- Queria falar com você.

- Não quero falar nada com você, Tyler.

- Porque não?

- E você ainda pergunta? — dou uma risada anasalada. — Pelo amor de Deus, olha o verme que você se tornou.

- Não fala assim comigo.

- Não tem outra forma de falar.

- Vamos conversar como duas pessoas decentes, por favor. — ele suplica e eu nego com a cabeça.

- Não tenho absolutamente nada para conversar contigo, Tyler. — viro a cabeça e abro a porta do carro — E duvido muito que você consiga ser uma pessoa decente.

- Para de me tratar assim! Eu estou tentando melhorar.

Viro o olhar para Tyler e permaneço séria.

- Em que planeta você está tentando mudar?

- Na vida real. — ele se aproxima de mim e segura minhas mãos delicadamente — Aqui, agora e na sua frente.

- Não caio nisso. — recolho minhas mãos.

- Por favor, me da uma chance.

Suspiro.

- Tyler, não é que eu não acredite que você vai mudar, mas... — fico em silêncio por um tempo, tentando encontrar as palavras certas — eu não quero mais.

- Você não me quer mais?

- Por falta de explicação, é isso. — solto minhas mãos das suas. — Já fui clara mil vezes, eu não quero mais nada com você e por favor, pare de insistir. Está sufocante.

- Mas, Sol...

- Não ouviu ela dizer que você está sufocante? — ouço a voz de Liam presente.

Como esse garoto apareceu tão rápido e silencioso se ele é estabanado?

- Ah, você.

- Oi, eu! — ele sorri cínico — Vim procurar a Sol, mas te achei primeiro.

- O que esse babaca está fazendo aqui?

- O babaca tem nome. — Liam responde ajeitando os cabelos e mudando seu semblante.

- EI! — ando para o meio dos dois, que se encaravam sérios — Seus retardados, eu não estou com paciência para brigas hoje, eu vou deixar vocês se baterem até a morte, então para evitar isso, saiam.

Liam não move um músculo, já Tyler nega com a cabeça, respira fundo e se retira como uma criança pirracenta.

- O que você está fazendo aqui?

- Queria te ver.

- Por que?

- Porque acho que estamos meio afastados desde que transamos, não acha?

Abaixo o olhar. Claramente estou desconfortável com ele depois disso.

Não sei se tímida é a palavra certa, até porque ele já me viu completamente nua. Mas acho que meu sentimental não permite que eu fique muito tempo perto dele sem sentir palpitações.

- Sol, vamos conversar?

- Não acho que precisamos conversar.

- Ah não?

- Foi uma transa casual, Liam! Pessoas transam o tempo todo, é normal.

- Desculpa te decepcionar, mas eu não transo o tempo todo não.

- É realmente uma pena. — respondo irônica.

- Sol. — ele deixa escapar uma risada anasalada — Podemos conversar ou não?

Olho em volta e respiro fundo, apertando os olhos e, mais uma vez, contradizendo todos os meus pensamentos.

- Tá, entra no carro! — falo apontando para o lado do carona. — Mas eu dirijo!

- E se eu quiser te levar para algum lugar?

- Aí o problema é seu. — respondo e o menino gargalha.

POV LUA

- Deveríamos estar tão longe? — pergunto quando Alex estaciona o carro — Meu horário de aula já acabou e acho que meus pais não vão gostar de saber que eu estou fora da cidade. Principalmente meu pai.

- Principalmente quando ele descobrir que você está comigo. — Alex me pega pela cintura, me fazendo sorrir.

Nem parece que estávamos em um clima horrível antes de chegar aqui.

- Tá bom, o que você quer? — o empurro delicadamente, fazendo com que ele solte minha cintura — Esse lugar aqui deve ser extremamente caro.

- Sim, mas não pra gente. — ele olha em volta — Antes dos meus pais se divorciarem, meu pai deu um quarto daqui para a minha mãe.

- Sério?

- Sim, a cobertura é dela. — ele continua explicando — Paramos de vir para cá quando... bem, quando as coisas aconteceram.

- Entendi.

- Agora eu venho para cá sozinho quando preciso pensar ou quando quero.

Concordo com a cabeça mais uma vez, observando o olhar triste de Alex.

- Vamos? — ele força um sorriso ao me olhar e eu concordo com a cabeça, entrelaçando nossos dedos e permitindo que ele me guie pelo prédio.

Entramos pelo saguão, onde consigo ver uma porta enorme de vidro e lá fora tem uma piscina, um bar e várias espreguiçadeiras.

- Tá, só para saber, que horas vamos na piscina? — pergunto enquanto ele me puxa para dentro do elevador.

- A hora que você quiser, tem uma lá em cima. — ele sorri me abraçando por trás e beijando meu pescoço delicadamente. — Aí você pode ir do jeito que quiser.

- Ah é? — pergunto sorrindo e levantando a sobrancelha, enquanto observo o visor do elevador, que mostra que estamos no décimo andar.

- Só não sei se o jeito que você quer é o mesmo que eu quero. — Alex sussurra no meu ouvido.

As portas do elevador se abrem em um pequeno saguão com duas portas.

- Essa aqui — Alex aponta para a porta da direita — da na sala. Essa aqui — ele aponta para a da esquerda — Da na cozinha.

- Certo. — concordo com a  cabeça, ainda parada na frente do elevador.

Ele abre a porta que da na sala e entra, segurando minha mão e puxando para dentro.

- Esse lugar é lindo. — falo olhando em volta e observo Alex sorrir enquanto me observa.

- É lindo mesmo.

Sorrio para ele e colo nossos lábios de uma forma apaixonada e calorosa.

Pooks - A Continuação do Legado dos PoguesOnde histórias criam vida. Descubra agora