quarenta e seis

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POV LUA

- Já tem dois adolescentes plantados na frente da sua casa. — JJ fala enquanto estaciona o carro em frente a garagem.

- O que? — olho pela janela e juro que no momento em que vi, me arrependi.

Todd e Alex parados em frente a minha casa, Alex com um saquinho de papel em sua mão e Todd de braços cruzados, claramente insatisfeito.

- Merda.

- Será que o Rafe sabe que tem adolescentes parados em frente a casa dele? — JJ provoca antes de sair do carro.

Saio do carro e vou até os meninos.

- Eu devo...?

- Eu já vou entrar tio. — abro um sorriso para JJ que entra na minha casa com as suas coisas — O que vocês estão fazendo aqui?

Pela reação dos meninos, aparentemente a minha voz saiu mais irritada do que o normal.

- Eu vi sua reação quando viu sua mãe no hospital, estava tentando falar com você, mas você não retornava.

- Eu não tenho tempo para conversar agora, Alex.

- Eu só queria saber como estavam as coisas. — Todd fala se aproximando de mim e olhando para Alex. — Mas pelo visto você ainda tem muitas questões para resolver.

Ele está tentando me provocar por causa do Alex?

- Todd...

- Qualquer coisa me liga. — ele anda até a calçada — Ah! E Lua! Cuidado com as suas novas companhias.

- O que? — pergunto ofendida. — Não precisa começar a me atacar só porque está com ciúmes.

- Não estou com ciúmes, Lua. Estou com pena.

- PORQUE VOCÊ ACHA QUE PODE FALAR COM ELA ASSIM? — Alex grita, saindo de seu lugar e andando em direção a Todd.

- Não, Alex. — falo com o tom de voz mais neutro que eu fui capaz de falar — Eu sei muito bem o que passa pela cabeça do Todd e o que ele faz quando está inseguro.

- E quem te garante que eu estou inseguro.

- Eu te conheço há anos Todd. Se você quer me provocar, vamos jogar o mesmo joguinho.

- Você não presta, Lua.

- Eu concordo. — sorrio sem os dentes e observo Todd sair para finalmente desmontar a minha postura.

Respiro fundo e olho para Alex, que ainda me encara com seus grandes olhos castanhos.

- O que...?

- Eu não sei. Eu não sei o que houve. — passo as mãos pelos meus cachos loiros.

- Te trouxe cookies. — Alex me da o saquinho de papel que tinha em suas mãos, completamente sem jeito — Eu sei que você gosta e que, assim como a sua mãe, você come doces quando está nervosa.

Respiro fundo.

- Obrigada. — falo com lágrimas nos meus olhos. — Agora eu preciso entrar.

Tem tantas coisas acontecendo, eu sinto tanta falta da minha mãe e preciso tanto abraça-la, não conseguiria ficar aqui fora e, apesar de querer Martin por perto, não poderia envolver ele nos meus novos dramas familiares.

- Deseje melhoras a sua mãe e... se você precisar de mim, só me ligar.

Concordo com a cabeça e entro em casa, correndo na direção do quarto dos meus pais.

Pooks - A Continuação do Legado dos PoguesOnde histórias criam vida. Descubra agora