David (Parte 7)

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Naquela mesma noite eu liguei para o David para que conversássemos a respeito das suspeitas do meu filho.

— Eu inventei essa história do padrasto alcóolatra para despistá-lo — ele me disse. — Imagine só o que poderia acontecer se ele desconfiasse da verdade...

— Você não acha que exagerou um pouco, David?

— O que você queria que eu fizesse? Queria que eu contasse pra ele que ele está sendo traído pelo próprio pai?

— Você faz com que eu me sinto um merda quando você fala assim. Eu amo o meu filho mais que tudo... eu não quero que ele sofra.

— Ele só vai sofrer se descobrir.

— É melhor a gente parar com isso. Esquece que um dia você me conheceu. Vamos agir de acordo com nossos papéis a partir de agora, que tal?

— Tem certeza que você consegue? Eu até tentei, mas sem sucesso. Eu sinto falta da sua mão pesada. Eu amo o seu filho, mas ele não chega aos seus pés nesse sentido.

Meu pau ficou duro só de eu ouvir isso.

— A gente precisa parar — eu disse. — Já chega de viver assim. Não consigo mais me concentrar em nada. Nossa relação tem me atrapalhado até mesmo a trabalhar.

— É mesmo? — Ele deu uma risadinha cínica. — Por que você não vem aqui na minha casa? Meus pais estão fora... que nem naquele dia... eu atendo a porta pelado se você quiser.

— Para com isso, David. — Eu abaixei a calça de moletom e comecei a tocar uma punheta ali no meio da cozinha. — Eu quero que a gente pare de uma vez por todas.

— Não fala assim comigo, papai. O que eu tenho que fazer pra você voltar a me querer? Será que apareço aí de calcinha de renda da próxima vez?

— Eu gostaria que tivéssemos mais maturidade... Não é correto agir desse modo, pois precisamos pensar nos sentimentos do meu filho.

— Eu queria que você me socasse com força e com pressão. Quero que você me dê uma surra, em todos os sentidos.

Tive que guardar meu pau de volta na calça quando ouvi meu filho descendo as escadas. Para que ele não notasse que eu estava ereto, fiquei de costas pra ele o tempo todo e fingi que se tratava de uma ligação do trabalho. O David prosseguiu falando sacanagens no meu ouvido. Quando não havia mais sinal de perigo (após beber um copo d'água, meu filho retornou ao quarto no andar de cima), prossegui com o assunto que me interessava:

— David... estou cansado de viver assim. Sonho com você todas as noites, penso em você durante todo o decorrer do dia. É impossível ter paz. Nós precisamos terminar, é sério. Eu amo tanto o meu filho, você não tem noção... mas resistir a você é impossível, então essa atitude tem que partir de ti. Se você gosta mesmo dele, me esqueça, porque estarei tentando fazer o mesmo. Estamos combinados assim?

— ...eu vou entrar no seu quarto de madrugada e pedir o leite do papai. Você só vai se livrar de mim se me bater muito, a ponto de eu não conseguir nem andar... Se bem que mesmo se eu estiver numa cama de hospital é capaz de eu me exibir pra você quando a gente ficar a sós. Imagina a gente ser flagrado por um enfermeiro... eu e você transando num leito hospitalar, meu corpo todo coberto por ataduras e hematomas.

— Você é doente, David! — Eu tive que abaixar de novo a calça de moletom. — Você é doente.

Quinze minutos depois meu filho me flagraria chamando na bronha no meio da cozinha. Foi a situação mais constrangedora pela qual eu havia passado até então.

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