Melodrama Sideral

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RESGATE AO PRÍNCIPE DE VÊNUS

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RESGATE AO PRÍNCIPE DE VÊNUS

CADERNO II

DIA 136

LUA CALIPSO

O ambiente é similar à Terra. Há mares, ilhas, vegetação. O céu é rosado. Sinto como se eu estivesse preso num eterno fim de tarde. Entre as nuvens lilás, seres gigantescos e translúcidos, semelhantes a medusas, flutuam à procura de alguma coisa (de uma presa, talvez). Encontramos o príncipe Ulisses numa torre indicada pela bússola enfeitiçada. Para resgatá-lo, expulsei seu raptor para outro plano com um feitiço de banimento, o que me custou quase toda a minha reserva de energia astral. Esse fato me obrigou a beber mais dois frascos da poção mais preciosa que eu trouxe comigo para a jornada, mas está tudo bem, uma vez que o príncipe aceitou docilmente seu destino. Quem iria imaginar que um jovem tão mimado fosse concordar em se casar com um mago plebeu exilado de Saturno? Mal posso esperar para colocar minhas mãos na fortuna real. Enfim, todos os meus objetivos serão concretizados. Lúcio está agora banhando o príncipe. Logo eles retornarão para que possamos beber de um elixir experimental que deverá impedir que sintamos fome pelos próximos dias. Espero que eu não tenha sido enganado por aquele alquimista em Io! Nosso estoque de alimentos já esgotou. Se isso não funcionar, não faço ideia do que faremos, pois aqui não parecem haver outros seres além das medusas guardiãs dos céus.

DIA 147

LUA JÁPETO

O solo parece feito de vidro opaco. Às vezes ele é azul, às vezes é rosa. O sol é morno e aqui os dias não passam: estou me orientando pelo relógio terráqueo de ponteiro que comprei de um galactonauta em Júpiter. Chegamos a uma espécie de vilarejo cujas casas e edifícios parecem ser feitos de material idêntico ao do solo. Essas construções têm formatos de cubos ou de paralelepípedos. Neste momento nos encontramos hospedados numa estalagem. Aqui tomamos banho, comemos da comida local (uma espécie de geléia multicolorida e extremamente doce), e agora eu e o príncipe estamos descansando na cama enquanto o Lúcio lava nossas roupas na área de serviço externa, à qual pudemos ter acesso pelo custo de três moedas de prata. Pretendo ficar por alguns dias porque a pequena cidade parece tranquila e silenciosa. O único problema é que aqui eles não falam a língua saturniana, apenas um dialeto local incompreensível.

DIA 149

LUA JÁPETO

Passamos o dia atravessando o deserto de vidro ainda à procura do portal para a próxima lua. Por fim, algo que talvez possa ser considerado a noite chegou: o céu escureceu um pouco, agora é quase roxo. E o sol está mais baixo, pelo que pude perceber, mas não tem como ter total certeza. Fizemos nosso abrigo, uma espécie de cabana improvisada com nossos cobertores, próximo a um conjunto de pirâmides vítreas de tamanhos variados. A maior delas deve medir trinta metros de altura, porém aparentemente não há um modo de entrar. O príncipe, ao que tudo indica, simpatiza comigo. Embora a gente não converse, de vez em quando ele sorri grato para mim.

DIA 155

LUA JÁPETO

Hoje nos banhamos em um lago perfeitamente oblongo. A água era rasa, morna e cristalina. Mais à frente, encontramos uma cidade formada por centenas de gigantescos blocos que reluziam rosas e azuis ao sol. Dessa vez paramos para beber numa taverna. A cerveja lá servida nos deixou um tanto zonzos, alegres e carinhosos também (Lúcio e o príncipe beijaram meus lábios inúmeras vezes). Na hospedaria, os dois se tornaram ainda mais amorosos, terminando por distribuir esses beijos por todo o meu corpo.

DIA 180

LUA KIVIUQ

Visto daqui, o portal de onde viemos é um quadrado cor-de-rosa que paira no ar. Sob um céu verde desbotado, um campo com vegetação amarronzada se estende. Há cogumelos gigantes por toda a parte. Ao longe, vê-se montanhas cinzentas. Pedi que Lúcio saísse em busca de comida para que eu e príncipe pudéssemos trocar carícias mais à vontade. Lúcio voltou em pouquíssimo tempo, com uma sacola abarrotada de legumes semelhantes a batatas, porém eu e Ulisses não quisemos dar-lhe atenção, o que pareceu irritá-lo profundamente. Ele ficou lá olhando para nós, enquanto nos divertíamos, ríamos, gozávamos.

DIA 187

LUA KIVIUQ

Eu e o príncipe não quisemos sair da tenda (objeto de seda prateada, comprada em Jápeto). Lúcio ficava ao lado de fora, de vigia, visto que alguns dias atrás fomos assaltados por uma gangue de ninjas e perdemos quase todos os mantimentos. Felizmente, não é difícil encontrar o que comer neste satélite. "Ah, como meu casamento será feliz!" eu pensava o dia todo enquanto explorava com as mãos cada centímetro do corpo de Ulisses. Para manter sua castidade, eu não o penetrava, no entanto era frequente que eu despejasse minha semente nele: na barriga, no rosto, às vezes até mesmo nas costas, enquanto meu dedo médio brincava com a entrada entre suas nádegas (e que esforço eu tinha que fazer para não introduzi-lo ali de uma vez por todas!). Depois desses eventos nada silenciosos, Lúcio sempre ficava de mau-humor durante algumas horas, o que de vez em quando me impulsionava a tocá-lo também (jamais sem o mesmo ardor, jamais sem a mesma delicadeza). Com meu criado, eu me permitia ser ousado e um tanto agressivo: estapeava-lhe o rosto (isso quando não lhe cuspia), chupava a pele de seu pescoço até marcá-la, empurrava-lhe o membro ereto até o talo de uma só vez, etc. Lúcio gostava dessas coisas: embora ele não o demonstrasse durante o ato, jamais deixava de insinuar que gostaria de ser usado novamente. É claro que eu não deixava que o príncipe soubesse desses acontecimentos de pouca importância. Para que ele fosse poupado dos ruídos desagradáveis produzidos pela diversão plebéia, eu tomava o cuidado de dopá-lo com uma poção do sono.

DIA 242

LUA SKOLL

É dia, o céu é azul como na Terra. A grama é alaranjada. Há árvores de troncos pálidos cujas folhas ostentam cores que remetem ao outono terráqueo. As pedras espalhadas pelo solo são todas brancas e perfeitamente esféricas. Acabamos de encontrar uma bola de vidro mais ou menos da minha altura. Ela flutua a poucos centímetros do chão e fica lá imóvel. Do que será que se trata? Seria uma espécie de deus?

DIA 377

LUA YMIR

O príncipe foi raptado por um pirata espacial. Lúcio morreu durante o conflito. Eu me encontro gravemente ferido. Não sei até quando serei capaz de

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