Há uma semana eu me transformei na Queen Bee.
Há uma semana eu vi Pollen pela última vez.
Há uma semana minha mãe voltou para o hotel e, sempre que vê Zoe e eu, reclama do nosso estilo de roupa. Nada novo sob o sol, exceto pela minha raiva aumentar toda vez que a vejo. Eu já quis ser igualzinha a ela, uma mulher de classe, bonita e poderosa, mas ainda sim... não fui notada por mérito próprio. Agora quero que ela se dane se acha que vai controlar as minhas roupas ou a minha forma de agir. Não que eu irei tirar minha postura superior ou minha classe, apenas evitarei seguir os seus conselhos de moda.
"Chloé querida, a sua mãe vai tomar café da manhã com vocês." Jean me notificou, em um tom alegre.
Eu fiz uma careta, indo em direção ao meu closet para buscar uma roupa bonita para ir à escola.
"Ótimo. Eu me estressarei logo cedo então." Murmurei, revirando os olhos.
Dentre as trinta opções de camiseta, eu escolhi um cropped azul escuro, cobrindo metade do meu pescoço e vai até um centímetro acima do umbigo, com mangas curtas; uma calça jeans boca de sino e os meus tênis brancos, para combinar com a minha mochila. Optei por usar como acessórios um par de argolas pratas e um colar choker de miçangas brancas, com um pingente prata do Sol no meio - que Mylène me deu de presente no meu último aniversário. Hoje eu gostaria de ser uma pessoa pacífica e distante, logo, a combinação de azul e branco me cai bem. Uma vibração fria, distante e, ao mesmo tempo, suave. São essas emoções que eu mesma quero transparecer e sentir, principalmente após a notícia que minha mãe se juntará a nós para o café da manhã.
"Espero que eu seja invisível para ela." Murmurei, saindo do closet e indo em direção a minha penteadeira. Lá, passei apenas um batom bege e lápis de olho preto, sem muita vontade de usar uma maquiagem extravagante. Raros são esses momentos, mas eles existem. Quando me senti pronta, saí do quarto em direção a mesa particular onde tomamos o café. Papai e mamãe já estavam sentados e vi, ao longe, Zoe correr discretamente, passando por mim com um sorriso tímido. Eu evitei bufar.
"Bom dia." Cumprimentei, sem ânimo.
"Querida, azul não cai bem em você." Minha mãe começou, enquanto folheava a última edição da sua revista. "Apesar dos seus olhos serem dessa cor, as roupas te deixam um tanto apagada."
Foi uma dica adorável, na verdade.
"Exatamente essa a razão de eu usar essa cor, mamãe." Retruquei, dando um sorriso ao meu pai, que retribuiu da melhor forma que pode. Joguei as mechas do meu cabelo para trás, que até então tenho usado solto por gostar de ver as pontas cor de rosa desbotado. Eu jurei a mim mesma que cortaria caso ficasse horrível, mas mesmo desbotado esse rosa bebê cai bem. "Eu aprendi com a melhor em como os tons de cores influenciam em nossa aparência." Vi uma sombra de sorriso nos lábios da minha mãe. "Ao contrário daquela ali." Sorri, provocativa.
Zoe revirou os olhos, dando língua para mim - coisa que, num momento antigo, não aconteceria por não sermos próximas.
"Claro. Zelda querida, você vai me acompanhar até a agência após a escola." Eu quase me engasguei com o suco de laranja, passando delicadamente o guardanapo de pano nos meus lábios.
"Mamãe querida, você tem apenas duas filhas, eu acho, e ainda insiste em errar os nomes delas?" Perguntei, retoricamente, revirando os olhos. "Deveria não ter tido, não acha?" Bufei, levantando-me, perdendo o apetite. "Zoe, vou indo na frente. Tenha um bom café da manhã."
"Ok..."
Eu pedi para que Jean me levasse ao colégio e buscasse a minha irmã assim que eu descesse da limusine, e, no caminho de ida, permaneci em silêncio repensando o breve café da manhã. Eu senti minha barriga roncar. A fome que eu havia perdido voltou à tona com força e pedi que parasse na padaria dos pais de Marinette para comprar croissants com recheio de chocolate. Quem me atendeu foi a sua mãe, gentil como sempre apesar de eu ter sido uma idiota com a sua filha por anos, e perguntei para ela sobre Marinette, que provavelmente se atrasaria se não descesse agora.
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Naquela Noite - Miraculous/Lukloe
Fanfiction"Boa noite, minha rainha." Se despediu, beijando as costas da minha mão esquerda, sem deixar de sorrir. As minhas bochechas esquentaram. Pareceu certo que ele me chamasse de sua, apesar de não nos conhecermos. "Volte assim que possível, heroizinho...