"Bugaboo, nós precisamos conversar." Franzi a testa, curiosa, ao ler a mensagem que chegou para o meu segundo celular - que tenho apenas para conversar com Chat Noir, quando necessário. O que será que ele queria? "Torre Eiffel em dez minutos."
"Estarei lá." Respondi, curiosa.
Eu me transformei e fui em direção ao local de encontro. Para a minha surpresa, Chat Noir já estava me esperando - sentado na grade de segurança, sem medo de cair. Eu mordi o interior da minha bochecha, observando as suas costas largas, infelizmente lembrando da conversa que eu tive com Luka há meses atrás. Eu evitei contato com o meu parceiro desde então, pela minha forma civil, porque realmente não queria passar da fase de negação dos meus sentimentos sobre ele. Não que eu não quisesse gostar do Chat Noir... mas havia o meu medo. Chat Blanc estaria incluso no pacote ou eu poderia escolher somente o meu gatinho? Além do quê, como eu poderia falar para ele que Marinette Dupain-Cheng é a Ladybug? A heroína que o dispensou diversas vezes por estar apaixonada por outro garoto na época? Tikki, me ajude!
"Estou aqui, gatinho." Falei, dando um pequeno susto no homem. Eu me pergunto se ele lembrou da minha forma civil o chamando dessa forma, tarde da noite, antes de um possível beijo. "O que queria conversar comigo?" Perguntei, ao me aproximar da grade, ficando ao seu lado.
"Você já foi descuidada sobre alguma coisa?" Perguntou, sem se preocupar em me responder, parecendo aflito.
"Bem... Sendo sincera? Sim." Afirmei, suspirando, observando o horizonte.
"Com o que exatamente?"
"Eu... deixei uma pessoa, na minha forma civil, entrar no meu coração." Respondi, quase num sussurro, mas certa de que ele havia escutado por ter uma audição incrível. "E tenho medo do que poderia acontecer caso admitisse em voz alta, porque tenho uns traumas sobre o assunto."
Chat Noir respirou fundo, balançando os pés.
"Entendo."
Pisquei, encarando-o.
"E então?" Perguntei, curiosa. "O que queria conversar comigo?"
"Preciso que me dê a sua palavra que não vai tirar o meu bastão e me jogar da Torre Eiffel." Avisou, retribuindo o meu olhar. Mordi o lábio inferior, em dúvida se dava risada ou ficava irritada com a possível besteira que ele aprontou.
"O que você fez?"
"E então?"
Bufei, revirando os olhos.
"Certo! Prometo."
Ele pareceu respirar mais aliviado.
"Uma pessoa descobriu a minha identidade." Falou e eu arregalei os olhos.
"O quê?!" Gritei, furiosa, indo em sua direção. Chat Noir pulou para trás, indo para a parte mais alta da Torre. "Como foi isso, Chat Noir?" Eu não me preocupei em falar baixo ou esconder a minha aflição, já que estávamos sozinhos e ninguém consegue chegar ao topo, que foi projetada sem nenhuma entrada, da torre. "Eu avisei a você sobre..."
"Você prometeu, Ladybug!" Exclamou, desviando do meu ioiô. Bufei, irritada. Guardei o meu ioiô e cruzei os braços, aguardando que viesse me contar o que aconteceu de verdade. "Posso descer?"
"Pode." Falei, sem omitir minha frustração. Chat Noir então veio para perto, parando na minha frente, e eu levantei o olhar para encará-lo melhor - fingindo que as minhas bochechas não estavam quentes pela aproximação quase desnecessária. "Como foi acontecer, gatinho?" Eu perguntei, em voz baixa.
Ele respirou fundo.
"Eu tenho uma amiga..." Evitei demonstrar o sentimento de irritação. "Ela é uma grande amiga minha e estava na minha casa. Quando você me chamou mais cedo, ela havia partido e vim ao seu encontro. Mas ela havia esquecido a bolsa no meu quarto e, quando voltei, ela me viu falando com o Plagg." Pisquei, franzindo a testa. Eu realmente não estou com paciência para repetir o discurso de identidade secretas, porque já havia dito mais de dez vezes, e eu estou pensando seriamente em gravar para eventuais consultas.
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Naquela Noite - Miraculous/Lukloe
Fanfiction"Boa noite, minha rainha." Se despediu, beijando as costas da minha mão esquerda, sem deixar de sorrir. As minhas bochechas esquentaram. Pareceu certo que ele me chamasse de sua, apesar de não nos conhecermos. "Volte assim que possível, heroizinho...