XI. - Luka Couffaine

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Particularmente, eu ADORO os capítulos que o Luka narra.

Boa leituraa <3

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Os sentimentos de terceiros nunca foram uma incógnita para mim e, pela minha aproximação com a música, fez eu perceber que cada ser possui a sua melodia própria. Isso ainda é um tanto complicado para expôr em palavras, na minha humilde opinião. Jul falaria melhor, mas ela nem sente o que eu sinto. Começou quando eu era mais novo, por volta de três anos. Vi um amigo se machucar e chorei a tarde toda com ele, mesmo sem sentir nenhuma dor física. Com o passar dos anos fui me acostumando e eu consegui ser seletivo, diminuindo o grau de empatia para cada ser, exceto com Jul. Eu nunca consegui, sequer me permiti, deixar de ter empatia pela minha irmã gêmea, principalmente por saber que ela precisava de alguém que soubesse exatamente o que estava acontecendo consigo.

Jul costumava ser muito insegura. Eu lembro de quando éramos mais novos e ela chegava dizendo que gostaria de não ser tímida e ser elegante assim como Chloé Bourgeois. Quando a minha irmã dizia isso, eu podia sentir a alegria que emanava, fazendo a sua melodia arrisca se tornar mais suave, e durou um bom tempo até que a loirinha começou a agir de forma desagradável, fazendo com que muitos desgostassem de si - mesmo sem antes conhecê-la. Eu fui uma dessas pessoas, porque ficava com raiva pela forma que tratava Jul e também sentia a tristeza que ela sentia. Não que eu pudesse fazer alguma coisa, a minha irmã dizia para deixar quieto e não me meter - e eu fiz suas vontades na esperança de que tudo se resolvesse sozinho. Bom, acabou que precisei intervir. Ou melhor, o Viperion precisou. Chloé já estava no processo de mudança, mas eu tenho certeza que contribui para acontecer de forma mais rápida, porque soube usar bem as palavras no dia em que eu a salvei. No final das contas, não salvei a loirinha somente de um prédio.

Alguns dias passaram e eu pude sentir a alegria de Jul ao dizer o nome da colega de turma, agora grande amiga. Eu gostaria de me gabar um pouco, mas para quem? Poderia até ser para Marinette, porém, devido às circunstâncias, tenho certeza de que ela gostaria de me assassinar ao invés de ouvir as minhas glorificações. A mestiça me obrigou a ir até sua casa e não disse o motivo específico, somente que é importante demais para ser dito por mensagem ou ligação. Ainda sim, eu demorei dois dias para ir ao seu encontro, alegando estar ocupado demais com a banda, ensaios, músicas solo e as entregas da pizzaria - o que, de fato, não era mentira. Apenas suplico mentalmente para ela não reclamar caso descubra que eu consegui um espaço curto na agenda para jantar com a Chloé e não tive nem trinta minutos para conversar consigo. Marinette também sabia onde me encontrar e não veio, o que me leva a crer que ela evitava a conversa mais do que eu.

Numa tarde qualquer, eu fui até a sua casa e percebi, ao abrir a escotilha para o seu quarto, o motivo do receio em me contatar. Não era Marinette em sua forma civil que gostaria de trocar ideia comigo, era a Ladybug - portadora do Miraculous da Joaninha e Guardiã da Caixa dos Miraculous. Evitei um suspiro, encarando-a sem medo, ciente de que Chloé nem deveria ter imaginado que era ela me ligando de madrugada, mas na verdade até participou da conversa. "Boa tarde, Ladybug." A cumprimentei, sorrindo, ao terminar de entrar no quarto.

"Boa tarde, Luka. Precisamos conversar." Então nos sentamos lado a lado e ela começou um breve monólogo sobre as identidades secretas, que eu já ouvi sendo resmungado diversas vezes, até que me perguntou algo que eu não queria admitir. "Ela sabe a sua identidade?"

Eu engoli o seco, sem deixar de encará-la.

"Ladybug..." Supliquei, ansioso. Eu não queria admitir nem para mim mesmo que foi muito fácil me reconhecer, quem dirá para a mestiça.

"Responda, Luka."

"Marinette, não me faça... fazer isso. Por favor?" Fiz a minha melhor expressão de tristeza, mas não adiantou totalmente. Ladybug apenas respirou fundo, revirando os olhos. "Ela me reconheceu quando foi na minha casa para um trabalho em grupo com Juleika e Rose." Contei, colocando os cotovelos por cima das coxas, em voz baixa e séria.

Naquela Noite - Miraculous/LukloeOnde histórias criam vida. Descubra agora